08 março 2010

quase

Quando é que uma coisa começa a ser? Em que momento se pode dizer que encontros fortuitos, feitos de silêncios, algumas palavras e muitos gestos, se torna em qualquer coisa com uma existência real? É certo que as palavras são poucas, muito poucas, não vá a coisa (que ainda não é nada, não nos esqueçamos disso) correr mal, não vá a quase-coisa correr mal e uma pessoa ficar presa ao que foi dito, não ao que aconteceu (porque isso conta tão pouco, afinal de contas apenas encontros fortuitos que desaparecem gasosos) mas às palavras que se poupam numa avareza aprendida (é assim que se faz), não ao que aconteceu mas às palavras que por uma imprudência infantil se desprenderam de nós e nos fazem quase acreditar que tínhamos tropeçado em mais do que uma quase-coisa que não é nada.

10 comentários:

Anónimo disse...

para quem tem o coração como uma janela aberta, não há imprudências infantis!
(dessas com direito a gritos dos progenitores, como quando inclinavas a cabeça para fora da janela, apenas para espreitar a vista lá em baixo)

penso que as "coisas" deixam de ser "quase-coisas" quando cá dentro (?onde?) se revestem de mais importância do que a nossa cabeça nos diz que merecem, deixando de ser quase-coisas e passando a realidades, mesmo que apenas dentro de nós?

também eu desconheço a demarcação dos limites, essa linha entre a coisa e o quase. não será essa uma das partes interessantes dos "encontros fortuitos"?
a demarcação 'ao vivo' de fronteiras, linhas e riscos?

mais perguntas para a falta de respostas...

não resistiu ao wiski disse...

Irra!

Se a posta é complicada, para o comentário do anónimo vou ter que ir ali beber um wiski......

Anónimo disse...

permito-me adiantar que o objectivo era mesmo esse: regar-te(/-vos) a whisky :-)

8 e coisa 9 e tal disse...

pode ser tequilla, anónimo?
(é que não queremos estragar-lhe os objectivos)

Anónimo disse...

claro que sim. qualquer coisita acima de 30º servirá o propósito.

não resistiu ao wiski disse...

Cara Oito bora lá mas é fumar uma broca, que tenho a impressão que com o wiski e a tequilla não vamos lá.

sete e pico disse...

acho que quase entendi a posta. mas pelo sim pelo nao, passa aí os coentros whisky

dizia ela baixinho disse...

eu digo - sempre - baixinho: passa aí a cerveja.

Sra. D. Judite disse...

é do wiski e da cerveja e da tequilla e dos charros, ou o anónimo anda a baralhar leituras? Cá para mim anda a ler muitos livros ao mesmo tempo.

na prise és bestial disse...

proposta à mesa: um grande piquenique com tudo isso e mais alguma coisa, para comemorar o fim da chuva e o início do entendimento global.