16 agosto 2007

Um ar de Sexo e a Cidade

Esta fase de vamos-não-vamos-apaixonamo-nos-ou-não tem, comigo, esta chatice de:

- Então, o que é que fazemos hoje? (ele)
- Nada?... estava a pensar ir para minha casa fazer as minhas coisas... (eu)
- Ah... (ele com cara de cão abandonado à beira da N125 no Verão)
- Não é que não me apeteça estar contigo, apetece... só que estou um bocado cansada (eu a segurar-me para não dizer que não somos casados, que tenho problemas com a intimidade assim de repente e que achava que toda a gente tinha)
- Pois... queria estar contigo... gosto de estar contigo... (ele a tentar qualquer coisa que eu não percebo bem o que é, dado que já lhe expliquei 300 vezes que gosto de estar sozinha)
- Amanhã? (eu a ser amorosa, a evitar ser insuportável e a tentar mostrar que não é que não queira estar com ele, que quero, só que me apanhou numa altura esquisita e eu não sou capaz de me atirar assim de repente para uma coisa de responsabilidade como uma relação boy meets girl and live happily ever after - para além de achar o género piroso até mais não)
- Está bem... (ele)
- Boa. Então até amanhã. (eu a gostar da compreensão dele)
- Mas é que... (ele)
- ... (eu a pensar: "Mau, que isto estava a correr tão bem, para que é que temos de estragar tudo? Hein? Para quê?")
- ... se não estivermos juntos não nos vamos conhecer... (ele à procura de um argumento qualquer... e a sair-se com este... mauzinho)
- Vamos, vamos. (eu, sem convicção, a tentar que ele acredite que o quero conhecer melhor, claro que sim, mas não de repente. Menos é mais?)
- Não gosto muito desta sensação de que ando atrás de ti... (ele a querer revoltar-se, dando a entender que tenho de ter cuidado, ou vai-se embora - e, pronto, se isso acontecesse de facto era uma pena, que lhe acho muita graça)
- Mas não tens de te sentir assim (eu a segurar-me outra vez, desta feita para não lhe dizer que sim, anda atrás de mim, mas que até gosto)
- Então vale a pena? (ele ansioso que até dói)
- Vale, vale. (eu a morder a língua para não dizer: "Vale tudo menos tirar olhos.")

9 comentários:

sem-se-ver disse...

:))))

hfm disse...

Gostei.

Ruiva disse...

Como te compreendo!!! Já disse isto alguma vez?!?


ah! e o viveram felizes para sempre é realmente uma treta para iludir criancinhas... ;-b

A Malandreca disse...

Estou a rir-me toda por dentro, por verificar que eles são de facto tooooooodos iguaizinhos uns aos outros.

Parece que o grande lá de cima os fez com papel químico para não se estar a chatear.

Ciência Ao Natural disse...

Nada como o outro lado do espelho, o feminino...
Como gosto desse lado, escrito e dissecado.

Luís

[A] disse...

Pois, cara 8 e pico, deste assunto não percebo nada :(

[A] disse...

(eu já Vos baralho e misturo...arre!)

someothertime disse...

ah malandreca...mordes a lingua ao falar.

acompanha-me nesta divagação...

como disseste, os homens são todos iguais e creio não abusar se inferir que crês que as mulheres não são todas iguais.
se o julgasses, o teu comentário ao género masculino ruiria por inútil e redundante.

temos então que o género masculino, ao escolher uma mulher, revela argúcia e capacidade de escolha, visto que elas são todas diferentes
Ao invés, o género feminino é essencialmente básico, porque, ao longo dos milénios, nunca fizeram verdadeiramente uma escolha (são todos iguais, não se escolhe nem diferencia)... esses milénios de embotamento de raciocínio resultam, no presente, em espécimes como tu.

se precisares, eu explico outra vez.

D. Ester disse...

a chatice que era se os homens fossem todos iguais! Não são nada, e ainda bem.

Claro que há pontos em comum entre homens em geral, e entre mulheres claro está. às vezes não, o que nos confunde. Mas quem disse que confudir era mau?

Voltando ao post, é uma trabalheira quando alguém não compreende que o desejo de estar sozinho não implica desinteresse pelo parceiro, potencial ou real. Válido para homens e mulheres.