Aterro no mundo pixelado e pedem-me a minha ajuda numa tradução. Uma amiga brasileira quer comprar uma gravidez e vou com ela a uma loja onde vendem vários pacotes: ataxa-se o feto ao avatar, escolhe-se o sexo e o número de bebés e um belo dia entra-se em trabalho de parto virtual. Daí para a clínica está-se ao pulo de um teletransporte. Vários lindens depois, tem-se um bebé ao colo.
Um amigo conta-me que casou. Conheço-o desde que cheguei ao second life e sempre me pareceu que andava à procura do que acabou por encontrar. Com exclamações de felicidade explica-me que conheceu uma rapariga há duas semanas e decidiram casar na segunda vida. Espreito o perfil dele e descubro que está diferente: amo-te laura, cada dia te amo mais, é tão bom sentir o teu amor meu anjo. Na vida real, continua solteiro.
Uma rapariga brasileira decide revelar-me, dez minutos depois de me ter conhecido, a incrível e triste história da sua segunda vida. Ganhou muito dinheiro como stripper, os homens gostavam muito do seu corpo. Um dia conheceu um turco e apaixonou-se. Deixou o trabalho e passou a usar abaya. Estavam noivos. Até ao dia em que ele rompeu o noivado. Chorou tanto que teve de dizer em casa que tinha morrido uma colega do trabalho. Recompõe-se do desgosto conversando com outro avatar, com quem garante ter vivido ‘momentos mágicos’. Quando ele entra o meu mundo deixa de existir, existo só para ele.
Se esta é uma outra vida, porque razão algumas pessoas a querem tornar igual à primeira?
1 comentário:
Parabéns. O único lugar na web onde encontrei a pergunta que importa fazer acerca da "segunda vida"
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