[Driiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim]
- Está lá?
- Viva D. Arlete, é a D. Preciosa.
- Ora, D. Preciosa, bom ouvidos a ouçam! É que vê-la 'tá quieto ó mau! Se nem na praça a encontro já...
- Pois é D. Arlete, é que desde que descobri que posso fazer as compras pelo computador, mando a listinha pelo meu neto, ele trata da encomenda e passado umas horitas aparecem uns moços jeitosos a entregar-me as compritas. Poupam-se-me os bicos de papagaio e os 4 lanços de escadas e ainda aproveito para olhar para a 'mercadoria'...
- Mercadoria? Está-se a referir às compras, D. Preciosa? Hãnnn?
- Deixe lá D. Arlete, deixe lá, que o meu motivo do telefonema é outro.
- Deixe-me adivinhar: é por causa dos nossos cházinhos. Ou da falta deles.
- Agora acertou. Sabe, faz-me falta aquele convívio. Está bem que a D. Hermengarda era uma lunática e só falava ultimamente em rever a Hermenêutica. Depois, parece que descobriu a 'luz' através de um filósofo alemão alinhado com o partido nazi, e desde que foi para a Floresta Negra na Alemanha em busca de mais documentação, nunca mais soubémos nada dela. Nem um postalito enviou, a ingrata.
- E a D. Lurdes? Ó que saudades dela também. Lembra-se do narguilé que o neto lhe tinha trazido de Marrocos? Nunca se esquecia de o levar para os nossos chás. Aliás, a bem da verdade, os chás eram quase sempre em sua casa. E se preparava umas mesas que eram uma categoria, ó se preparava, mesmo em épocas de maior carestia.
- Uma alma generosa, sem dúvida. Mas parece que agora se dedica a uma carreira de cantora a solo. Anda muito ocupada a promover a sua carreira e tourné, ela e um pianista de seu nome Nancy. Até já nem quer que a tratem por 'dona'. Tem um nome artístico que agora não se me lembra a memória.
- O quê?!
- Então, nunca é tarde para começar, não seja preconceituosa.
- Mas quem cantava não era a D. Gertrudes?
- Também, também. Pode ser que queiram fazer uma dupla, nunca se sabe.
- Duvido, a D. Gertrudes é outra a quem perdemos o rasto. A última coisa que soube dela é que andava numa missão no meio da Amazónia. Depois chateou-se com o 'sistema' e abriu um negócio de venda de sumos.
- Olhe D. Arlete, estava aqui a pensar com os meus botões...
- Diga D. Preciosa, sou toda ouvidos, deixe lá afinar o aparelho...
- E se fizéssemos um blogue?
- Um quê?!
- Um blogue. É um sítio onde escrevemos/dizemos umas balivernas e vamos pondo a conversa em dia. Pode ser que as ausentes se animem e apareçam também.
- E que nome daríamos ao gulobe?
- Blogue, be-lo-gue. Eu proponho Oito e Coisa Nove e Tal. É inspirado na canção do António Mafra. Parece-lhe bem?
- Parece-me muito bem.
- O meu neto vai tratar de tudo, então.
- Uma jóia, esse seu neto, uma jóia.
- Está lá?
- Viva D. Arlete, é a D. Preciosa.
- Ora, D. Preciosa, bom ouvidos a ouçam! É que vê-la 'tá quieto ó mau! Se nem na praça a encontro já...
- Pois é D. Arlete, é que desde que descobri que posso fazer as compras pelo computador, mando a listinha pelo meu neto, ele trata da encomenda e passado umas horitas aparecem uns moços jeitosos a entregar-me as compritas. Poupam-se-me os bicos de papagaio e os 4 lanços de escadas e ainda aproveito para olhar para a 'mercadoria'...
- Mercadoria? Está-se a referir às compras, D. Preciosa? Hãnnn?
- Deixe lá D. Arlete, deixe lá, que o meu motivo do telefonema é outro.
- Deixe-me adivinhar: é por causa dos nossos cházinhos. Ou da falta deles.
- Agora acertou. Sabe, faz-me falta aquele convívio. Está bem que a D. Hermengarda era uma lunática e só falava ultimamente em rever a Hermenêutica. Depois, parece que descobriu a 'luz' através de um filósofo alemão alinhado com o partido nazi, e desde que foi para a Floresta Negra na Alemanha em busca de mais documentação, nunca mais soubémos nada dela. Nem um postalito enviou, a ingrata.
- E a D. Lurdes? Ó que saudades dela também. Lembra-se do narguilé que o neto lhe tinha trazido de Marrocos? Nunca se esquecia de o levar para os nossos chás. Aliás, a bem da verdade, os chás eram quase sempre em sua casa. E se preparava umas mesas que eram uma categoria, ó se preparava, mesmo em épocas de maior carestia.
- Uma alma generosa, sem dúvida. Mas parece que agora se dedica a uma carreira de cantora a solo. Anda muito ocupada a promover a sua carreira e tourné, ela e um pianista de seu nome Nancy. Até já nem quer que a tratem por 'dona'. Tem um nome artístico que agora não se me lembra a memória.
- O quê?!
- Então, nunca é tarde para começar, não seja preconceituosa.
- Mas quem cantava não era a D. Gertrudes?
- Também, também. Pode ser que queiram fazer uma dupla, nunca se sabe.
- Duvido, a D. Gertrudes é outra a quem perdemos o rasto. A última coisa que soube dela é que andava numa missão no meio da Amazónia. Depois chateou-se com o 'sistema' e abriu um negócio de venda de sumos.
- Olhe D. Arlete, estava aqui a pensar com os meus botões...
- Diga D. Preciosa, sou toda ouvidos, deixe lá afinar o aparelho...
- E se fizéssemos um blogue?
- Um quê?!
- Um blogue. É um sítio onde escrevemos/dizemos umas balivernas e vamos pondo a conversa em dia. Pode ser que as ausentes se animem e apareçam também.
- E que nome daríamos ao gulobe?
- Blogue, be-lo-gue. Eu proponho Oito e Coisa Nove e Tal. É inspirado na canção do António Mafra. Parece-lhe bem?
- Parece-me muito bem.
- O meu neto vai tratar de tudo, então.
- Uma jóia, esse seu neto, uma jóia.
7 comentários:
Até me vêm as lágrimas aos olhos. Passe-me lá mais um biscoitinho para embuchar, D. Preciosa, pode ser que me seque a comoção.
dona arlete, que não lhe falte nada, tome lá uma bolachinha de aveia, não lhe dou aquelas com sementes de sésamo que ainda se lhe vão para o goto.
e diga lá que o neto não preparou aqui um cantinho bem jeitoso?
tá bem jeitoso sim senhora, acho que até vou expandir o ganócio e por aqui un café internet acompnhado por sumos naturais. Se quiserem depois do chazinho tenho aqui uns suminhos de ananás e rabanete que é uma maravilha para a dieta e para as pedras dos rins. Eu já cá volto, chegaram dois turistas que por aqui andam à procura do que é exótico, sem saber que para nós os exóticos são eles.
um pianista chamado nancy? oh minhas amigas, quando vêm alguém pelas costas é uma má língua que não se aguenta. Ia lá eu arranjar um pianista chamado Nancy, só se o tivesse ido buscar ao Finalmente. Ele chama-se Carlos é um muito macho, ouviram? E tem umas mãozinhas que são uma loucura. Devem é estar em síndrome de abstinência do meu narguilé, mas depois de a outra que nem digo o nome ter trazido o caniche que me deixou um rasto de mijo atrás dos sofás, que ainda ando a limpar, não há meio de me ver livre do cheiro. Incontinente e tal, que não sabe o que faz, coitadinho do bicho. Coitadinha é de mim, que sem ter nada a ver com aquilo tenho de andar a limpar a porcaria dos outros.
dona lurdes, já experimentou a terbentina? diz que é muito bom, tira todos os cheiros, nódoas e mágoas, pelo menos foi o que o arrumador de carros da minha rua, no tempo em que eu ainda era urbana escrava da vida moderna, e que andava sempre bem disposto, me receitou quando precisei de tirar o cheiro de um canto gregoriano que se me tinha entranhado na carpete. Ainda hoje quando estou em baixo ponho-me a limpar a carpete com terbentina, é melhor que ir às compras.
E eu posso aparecer depois com o periquita?
claro que sim, d. confusão, claro que pode e deve. e venha de lá essa beberagem, que já esgotámos o stock de chás.
a propósito, também não lhe pomos a vista em cima há já uns tempos, ora não é verdade?
venham de lá esses ossos e aquele abraço.
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