06 junho 2008

é tão bom

poder gemer alto e sem vergonha quando se está a arrear o cagalhão.

9 comentários:

Anónimo disse...

De vez em quando surge um post-meteorito que vem colocar as coisas no seu devido sítio. É raro, mas acontece.
Gggggrrrrraaaaadddddde post.

Por acaso este post resgatou-me umas quantas boas memórias já meias perdidas. O meu Tio a caminho da casa de banho sempre com a Bola debaixo do braço. A velha Bola... companheiro inseparável dos bons momentos, com lugar de destaque na prateleira da literatura de retrete.
... ou daquela vez que ele me apanhou a caminho da casa de banho, sem leitura disponível, e me diz "por caso só tenho aqui A Bola de ontem, mas se conseguires aguentar um bocadinho ainda te arranjo a de hoje...".
Por que raio não há uma secção nas livrarias de "literatura para cagar" ?. Podia pelo menos ocupar uma boa parte da secção de "auto-ajuda", algures entre aqueles livros do "Segredo" e aqueles de "como ser feliz em 10 passos".

O meu top 5:
1) "A Bola"
2) "Jornal do Benfica".
3) "The Economist"
4) "Wired"
5) "Wallpaper"

A Bola nunca foi destronada, o Expresso é um clássico difícil de bater, as outras entradas já são gostos modernaços que seriam por certo desaprovados pelo meu Tio.

Alguém tem outras sugestões?

d. inês sequiosa disse...

Manyfaces, na retrete vale tudo. Até os rótulos das pastas de dentes, sabonetes e shampoos.
Esta capacidade de adaptação é muito útil em tempos de crise, em que já não há dinheiro para nova literatura de casa de banho.

8 e coisa 9 e tal disse...

Ó Manyfaces aperte aí o bacalhau!!

Eu na casa de banho tenho un armário com uma prateleira com revistas de decoração, o catálogo do IKEA, National Geographic, o Le Monde Diplomatique e livros de histórias para a pequena cá de casa, que também já gosta de literatura-para-acompanhar- necessidades-básicas-e-prazenteiras. A casinha de chocolate e Cachinhos de Ouro são particularmente apreciados por ela.

nove e tal disse...

hahahahahaha!

eu não tenho literatura nenhuma no wc. mas a ter seria imprensa cor-de-rosa. parece-me uma associação perfeita. de qq modo, ou continuar sem literatura no wc. não compro a literatura adequada.

D. Ester disse...

oito, como te compreendo. Depois de uma semana inteira a ir à repartição, hoje fiquei a trabalhar em casa. Trabalhar é a gente a falar, que só de manhã fui arejar o intestino três vezes, comichoso do caraças que só gosta da sua retrete. Gostava de encontrar um homem tão fiel como o meu cólon.

Anónimo disse...

Claro, concordo por inteiro. Há que incutir desde cedo hábitos de leitura na retrete, cultivar a linhagem dos "retretistas". A minha mais nova já me acompanha com frequência. Aqui há dias demorei-me um bocado em leituras porque tinha acabado de renovar a prateleira e a pequena lá foi buscar o bacio e um livro e sentou-se ali ao meu lado. Ficámos ali os dois a fazer companhia um ao outro. O mais velho ainda por lá apareceu, que ninguém brincava com ele e tal, mas pusémo-lo logo a andar. "Ouve, se quiseres puxa dum bacio e vem para aqui, mas nós não vamos a lado nenhum...".
Foi queixar-se à Mãe que apareceu por lá a perguntar que vida era aquela. Invejosa, claro, porque não foi abençoada com o prazer das leituras de retrete. Não compreende o gosto que estas coisas dão.
Ainda tentei puxar o mais velho para isto, mas quando ele era Bebe deu em ter medo de cair pela sanita abaixo, por isso já foi um sarilho sentá-lo na sanita, quanto mais pô-lo a ler livros...
Por acaso dá-me desgosto... Uma tradição familiar tão bonita que se quebra.
... outra saudosa memória que me vem do meu Tio é de ele levar o transistor para a casa de banho para ouvir o relato do Benfica. Aquilo eram momentos únicos: sentadinho na sanita, A Bola ali a jeito, cigarro na boca, transistor colado ao ouvido...
Tenho muitas saudades do meu Tio. O maior retretista que já conheci...

nove e tal disse...

muito boa a história, manyfaces!

e o conceito é excelente: retretista.

D. Ester disse...

retretismo fo-re-ver. Na minha cesta da casa de banho constam visão (várias), únicas e actuais (várias), livros de arte (vá-se lá saber porquê). Também costumo falar ao telefone da retrete, desde que me lembre de não puxar o autoclismo durante a chamada ninguém desconfia. Adoro estar sentada na retrete. O único problema é quando as pernas começam a ficar dormentes.

o chofer a dançar com a criada disse...

eu gosto de ler tiras cómicas durante as minhas actividades retretistas. dá-me ideia que a coisa sai logo com mais alma e fluida, sem esforço.
mas conheço também quem leve guitarra e cantarole umas cançoes durante o processo e quem leve até o portátil para se estreter na net.