Hoje acordei inquieta.
Inquieta, insatisfeita, angustiada, descontente e pensar que raio de sentido irei dar a tudo isto.
Quero vomitar, quero vomitar-te de dentro de mim.
Arrancar-te do meu peito, fazer-te mal,cuspir-te, humilhar-te, ignorar-te.
Odeio-te. Odeio-te com todas as forças que tenho dentro.
Metes-me nojo e odeio pensar em ti ao acordar e odeio pensar em ti antes de adormecer.
Odeio-te tanto e odeio ainda mais odiar-te porque o que eu queria mesmo era nem querer saber de ti, era seres-me completamente indiferente, era estar-me verdadeiramente a cagar.
Fujo, fujo de ti em todos os cantos desta cidade e isso irrita-me.
Estou inquieta porque sei que mais tarde ou mais cedo te vou encontrar e o meu coração vai disparar e eu não quero. Não te quero. Não te quero porra, quantas vezes tenho de me dizer isto. n-ã-o-t-e-q-u-e-r-o-p-a-r-a-n-a-d-a!
Sai, sai daqui. Vai para longe, sai do meu corpo, da minha cabeça e do meu coração.
Sai ou corro contigo ao pontapé como se fosses um cão e sarnento, como se não valesses nada, como se fosses um papel infecto que se prende ao meu sapato. Sai PORRA. Vai morrer longe, morre num sítio onde eu não te veja, onde ninguém tenha o azar de encontrar sequer os teus restos mortais que não valem para nada.
Sai daqui porra, sai daqui que eu não te quero nem de perto, muda de cidade, muda de pele eu sei lá.
Mas sai daqui, daqui de dentro que já te sinto como um hóspede chato que se instalou tempo demais no quarto que te arranjei no meu coração.
Sai daqui, por favor.
Sai daqui e não olhes nunca para trás.