15 novembro 2006

O cha(rro) das cinco nas caixas de comentários

- D. Preciosa, vai mais uma passa?
- Espere aí que ainda estou a enrolar este. Comprei esta bolota ontem no bairro, dizem que é uma categoria. Vem do Cazaquistão.
- D. Hermengarda, ainda bem que chegou. Vem mesmo a tempo, vamos estrear o narguilé novo que o meu neto me trouxe de Marrocos. Aquele menino é um santo, sempre a pensar na avó. Nada como os caretas dos pais, que nem um copinho de licor beirão bebem depois do almoço.
- Ai, D. Preciosa, não me diga nada. Ainda ontem estive a discutir com a minha filha as qualidades terapêuticas da cannabis e veja lá que ela me disse que eu ainda ia acabar a arrumar carros ali para os lados de Santos.
- Minhas amigas, os nossos filhos não percebem nada. Eles não viveram a noite escura do fascismo e não sabem o que são as conquistas de Abril. São subprodutos do neocapitalismo galopante e da sociedade de consumo imperialista. Sempre a censurar, sempre a dizer mal. Vsssssssssss. Este produto é mesmo do melhor.
- D. Arlete, não seja garganeira, dê cá disso antes que comece a queimar unha.
- Vsssssss. O que é que estávamos mesmo a dizer?
- Vsssssss. Não me lembro.
- Vsssssss. Eu também não.
- Vsssssss. O que é que isso interessa?

9 comentários:

na prise és bestial disse...

clap clap clap.
(o público foi ao rubro)

nove e tal disse...

querida, a menina vai lá vai...
adorei!

(mas já sabe q prefiro um copo na mão a essa coisa q larga uns 'brindes' once in a while e q depois queima o forro do sofá, uma maçada...).

Anónimo disse...

Banda sonora na vitrola, que as senhoras me parecem malta D'Abril:

"[...Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, 'amanda'-lhe com os decassílabos que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho?...]"

De:
http://fmi.com.sapo.pt/

na prise és bestial disse...

As senhoras parecem-lhe malta de abril? O que quer dizer com isso, caro Many Faces?

(Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever!)

Anónimo disse...

"subprodutos do neocapitalismo galopante e da sociedade de consumo imperialista"

Eh pá, se isso não é malta d'abril eu vou ali e já venho...Tenho uma paixão por frases destas. Adoro.

Anónimo disse...

vsss, ai amigas coitados dos nossos filhos e filhas alienados pela sociedade de consumo, deixai-os trabalhar, deixai-os produzir, deixai-os consumir desenfreadamente, deixai-os ver a floribela, deixai-os ir à praia no dia de eleições. vsss, a propósito, vocês sabem como é que distinguem os golfinhos entre si?

Anónimo disse...

vssss...

(ai qu'o site meter ainda dá o berro hoje, tamanha é a audiência...)

vssss...

(cough cough)

('dasse, ai o forro do sofá!)

8 e coisa 9 e tal disse...

vsssssss, amigo das milcaras, são muitos anos a rodar frangos na feira.

D. capitolina, conte conte, que eu não sei.

portagem!! vsssssss

Isabela Figueiredo disse...

Lindo, lindo.