Saladas, uma pequena aldeia do interior, Argentina. Chega um motorista novo à escola, fresco, novo, com boa apresentação. Vem da capital, de Buenos Aires. Toda a gente repara nele.
A sua função é levar e trazar as professoras da escola primária e secundária das suas casas para o trabalho, fá-lo sempre com aprumo e nunca falha um horário.
Uma das professoras começa a namorar com ele, encantada não só com os seus dotes viris mas também com os números novos que ele lhe dá a experimentar. Novas posturas, maneiras de fazer e estar. Descobre uma mulher que não sabia ter dentro de si, revela-se, desabrocha. Sente-se feliz, na plenitude da idade e na abertura da sua sexualidade.
Deseja fazer vida com este messias da intimidade, mas ele estranhamente é-lhe fugidio - ela pensava que ele a desejava tanto quanto ela. Haverá outra, pensa em desespero.
Admirável mundo novo, em que basta uma palavra para se descobrir tudo sobre o outro. A password do computador e do mail. Quando acede ao abre-te sésamo descobre o que nunca poderia ter imaginado.
Não havia outra - havia mais 5. Se juntasse todas as suas amantes podia ter uma equipe de volei.
Chocada, a namorada não pára de abrir fotografias, umas atrás das outras. Reconhece o falo do seu homem em todas. Quase todas. As mulheres são as professoras que transporta diariamente com afã e aprumo, também elas apesar de casadas rendidas às suas novas acrobacias da cidade.
Despeitada e desesperada, alinhava a vingança. Copia as fotografias e guarda-as, nem sabe se tentar o confronto com o satã de Buenos Aires.
Decide-se e envia as provas para toda a gente da aldeia e arredores, incluindo a comunicação social. Rebenta o escândalo, as mulheres são apontadas a dedo, os maridos deixam-nas, o filho de uma delas dá entrada no hospital com um ataque de nervos depois de ouvir os comentários dos amigos ao corpo e prestação sexual da progenitora.
Saladas não estava preparada para isto. Argentina não estava preparada para isto. O mundo inteiro abre a boca de espanto.
Sex makes the world go round.
(descobri um blog onde se publicaram as fotografias do chofer a dançar com as professoras. recuso-me a divulgá-lo para não contribuir para a já demasiado extensa devassa da privacidade dessas mulheres.)
4 comentários:
Das noticias, aprecio particularmente o "despechada"...
E como se diz na Argentina "Viva La Chorga".
sem mais comentários
Se lhe parece não dever contribuir para aquilo que designa por 'devassa da privacidade', para que publica este texto (desprovido de alcance ou interesse) e dá as pistas todas para aceder ao vários sites que publicam as tais imagens?
não sabia que havia "vários sites" que publicam as imagens. gostei muito da notícia, gostei de imaginar aquelas 6 mulheres felizes e concretizadas. No fundo, todos nesta história foram honestos consigo mesmos, ou assim me parece, menos a despeitada que queria mais do que lhe era permitido.
toda a gente tem um segredo. algumas têm muitos.
Quando se mexe onde nao se deve descobre-se o que nao se quer.
"Feliz e concretizado" ele nao estaria, concerteza.
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