When I think back
on all the crap I learned in highschool
it's a wonder
I can think at all
- Paul Simon, Kodachrome, 1973
on all the crap I learned in highschool
it's a wonder
I can think at all
- Paul Simon, Kodachrome, 1973
Uma das minhas músicas preferidas de sempre, editada no ano em que nasci (deve ser fetiche), resume bem o que sempre me pareceu ter sido a educação que o país me deu. Depois de ver este vídeo (Do schools today kill creativity?) de um homem brilhante chamado Ken Robinson (não se deixem intimidar pelos 20 minutos, vale mesmo a pena e passam a correr), é impossível não se ficar tocado pela sua clareza e clarividência sobre a formatação de cabeças dos sistemas de ensino, em todo o mundo.
Durante a escola primária somos preparados para o ensino secundário, no secundário para os exames que hão de vir, para depois cumprirmos alegres a nossa missão de estudantes universitários. Todos à licenciatura, é para o menino e para a menina. E para quê?
Este ano entraram nas universidades e politécnicos portugueses 80% das pessoas que o desejavam. O ministro e o ministério congratularam-se imenso com estes números, a mim parecem-me apenas assustadores. Há demasiada gente a fazer formação superior. E digo demasiada porque o país e o mundo não precisa deles, mas todo o nosso sistema de ensino é direccionado para levar os meninos ao colo até essa paragem, a pressão social está desse lado. As pessoas perdidas emprenham pelos ouvidos, ninguém analisa criticamente esta realidade até porque não foram ensinadas nem estimuladas a tal. Não se pensa, não se questiona, não se critica. Faz-se, é-se, cumpre-se. Cumprem-se os requisitos mínimos. Isto sai para o exame? Não? Então não se estuda. Tenho de saber isto para passar na cadeira? Não? Então é acessório.
O ensino não forma ninguém, formata pessoas para que memorizem uma série de informação e que a saibam despejar tal-e-qual como a engoliram. Basta fazer a prova, mudar a maneira de se perguntar a mesma coisa e ninguém sabe responder. Como se em vez de português as questões estivessem em checo, numa língua desconhecida e indesejada.
Não é promovida a criatividade. Não são estimuladas as características pessoais dos alunos, quer-se que toda a gente saiba as coisas da mesma forma. Não querem ter alunos, querem laranjas normalizadas.
Claro que há excepções, em todos os pontos do ensino. Bato-me para que as excepções não tenham de ser cavaleiros românticos mas a bitola pela qual os demais se deveriam reger.
"If you are not prepared to be wrong you'll never come up with anything original", ouve-se no video. Não podia estar mais de acordo.
4 comentários:
muito muito muito bom, extremamente pertinente e deixa-nos de rastos duma forma engraçada...
obrigada pelo video. E agora vou ver outras TED talks.
sempre que revejo esta comunicação começo a aplaudir com o resto da audiência no final. Ele é mesmo muito bom.
Estou cansado de argumentar justamente o mesmo ponto de vista..
Vi colegas muito vazios a acabarem cursos superiores, sem perceberem nada do que andaram lá a fazer..
Parabens e obrigado
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