31 março 2009
Acho que vou virar terrorista
silêncios
30 março 2009
28 março 2009
análise de um retrato
tudo muito bem.
mas agora agarro neste retrato onde estamos os dois e percebo que - de todos e todas - sou a mais parecida: se cor dos olhos não é a mesma, é antes a forma dos olhos que descaem numa vírgula de tristeza, os lábios finos a acompanharem a mesma curva dos olhos, e depois o queixo, as mãos, a postura, a forma de andar. a compleição em geral: ombros e quadril largos.
dele, herdei tudo isto.
mas - desenganem-se - nem eu nem eles nem elas fomos/somos tão bonitos quanto ele alguma vez foi. ele era lindo e parecia um actor de cinema dos anos 30 do século passado.
e isso é prova provada neste retrato que tenho diante mim e que se materializa nas saudades que de tanto em tanto me apunhalam. hoje foi um desses dias.
faz-me falta, Pai.
27 março 2009
Eu confesso,
Insana
Até chegarmos aquele momento. Aquele momento em que, eu e ele, deitados na cama, abraçados um ao outro, ignorávamos as mãos que iam desenhando desejos na nossa pele. O momento em que distraídos, deixávamos fugir as nossas carências. E deliberados, reprimíamos o erro iminente do abraço que ia crescendo cada vez mais imperioso. Um abraço que se ia tecendo na ânsia de um encontro de lábios, de um choque súbito de pele desnuda, de dedos ofegantes por descobrir todas as texturas da pele, de uma vontade de entrar dentro um do outro, vorazmente até não haver mais nada. Até ser só eu e ele, num compasso ritmado pelo fulgor mecânico do sexo e dos nossos corações finalmente despidos. Mas naquele momento, eu e ele, deitados na cama, abraçados um ao outro, ignorávamos continuamente este impulso de posse. O vulto do erro crescia no monólogo que ia decorrendo na minha cabeça. A cedência perante a carência que corroía o meu corpo, fazia-me querer ir mais longe, fazia-me querer mais. Todavia, a fuga dos meus olhos no encontro com os seus era uma clara delatora. O que eu queria naquele momento era atenção, era sexo, era uma breve sensação de pertença. E isso era errado, porque naquele momento, eu e ele, deitados na cama, abraçados um ao outro, não éramos mais estranhos, não éramos um simples engate de uma qualquer noite. Éramos eu e ele, companheiros de casa, companheiros de graça, de desgraça, de amizade, de amor e de bem querer.
Por isso, desfiz o abraço, dei-lhe um beijo na testa e disse até amanhã.
Voltei para o meu quarto, deitei-me, pousei a cabeça na almofada e encolhi-me. Encolhi-me até parecer uma concha, abraçada sobre mim mesma em posição fetal. Como se fosse ainda criança e o mundo e as pessoas do mundo não fossem um mistério tão difícil de compreender. E enquanto me adormecia, repetia os porquês que me impediam de me entregar nos seus braços. E na verdade, sabia-os tão bem. Surgiram-me tão claros, tão lúcidos na clarividência do amor que ainda sinto por ti. Do amor que ainda se esconde em todas as partes do meu corpo, que ainda te aguarda, humilhado, amedrontado, reprimido. Este amor que tenho por ti que insiste em permanecer, que assombra, que me impede de ceder perante a carência. Sei-o tão bem, é o amor que te tenho que me impede. Porque não interessa a quem ofereço a minha carência, não interessa a cara, o toque, o olhar, o beijo, o sexo que cresce dentro de mim. É como se fossem todos tu. Sempre tu. Em tudo. Mais esse teu silêncio.
Incomoda-me o teu silêncio, esse silêncio de quem já não olha, não fala, não ouve e não sente. Incomoda-me sobretudo, esse teu amor. O amor que me juraste verdadeiro e que agora é nada.
26 março 2009
24 março 2009
Degustação
23 março 2009
queria chegar aqui
Ele há sempre destas para nos encantar, é o que vale.
Jornalista: E o que vai cantar agora?
Cantor pimba: Agora vou cantar uma canção que vai tocar muito os corações dos portugueses.
Jornalista: E como se chama a canção?
Cantor pimba: A canção chama-se O Leproso.
21 março 2009
E no RL 16h15m
Poesia que nunca saberei escrever
Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
— a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.
— Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
— E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
19 março 2009
Vidas de cor
A azul não toca no marido há meses. Prefere tocar no roxo que a faz sentir viva outra vez.
O verde tem o acordo perfeito. Tornou-se marido e fez filhos mas não desistiu das noites épicas de copos e mulheres. Ela recebe-o a sorrir à mesa do pequeno-almoço.
A amarela vive na certeza de que vai ser abandonada outra vez. Não tem tempo para reparar como ele transborda de ternura quando a vê acordar.
O laranja diz que esqueceu tudo o que ficou para trás. Mas todos os dias refaz o muro de silêncio com que a lembra que nada poderá ser como foi.
O vermelho descobriu que a mulher de há quinze anos escrevia cartas cheias de promessas a outro homem. Engoliu em seco o amor que lhe tinha e pô-la fora de casa.
Outras viagens - SL - 02.57h
18 março 2009
piiii....é 1 da tarde em todos os continentes
Hoje à uma da tarde liguei o rádio. Apanhei o noticiário. Mesmo sem dar muito conta o conteúdo das notícias, percebi logo que o mundo não ia nada bem. A locutora desfiava notícias umas de trás das outras aceleradíssima, com voz muito séria, de fundo ouvia-se um batida rítmica e uma música género "tubarão", Té néu néu néu néummm... Ouvi repetidamente as palavras crise, dow jones, hipotecas, percentagens altíssimos ditos em tons de alerta que só podiam significar maus indicadores para a minha vida e a da toda gente. E o Té néu néu néu néumm repetidamente. Achei curioso a menção recorrente ao tema da energia nuclear em espanha, apresentavam o seu aumento como uma das mais urgentes, visionárias e prioritárias decisões que se impõem para salvar espanha, e quem sabe o mundo, desta crise. Fechei o rádio e abri as janelas para deixar sair o piar dos abutres que andam à roda, à coca, à moda.
Às vezes
Sinto-a no peito, assim perto da garganta.
Não gosto, não quero senti-la. Mas ela às vezes aparece, assim, sem avisar.
E quando eu acho que tudo vai bem que agora é que é...ela volta.
Às vezes sinto uma angústia .....
Alguém sabe um “remédio” para isto?
17 março 2009
os bichos
Start Spreading the News
Balões, bandeiras e tapetes com as cores verde e branco - e alguns apontamentos de laranja - adornam os hotéis, restaurantes e, sobretudo os bares irlandeses, onde o consumo de cerveja atinge os valores máximos do ano.
É óbvio que tanta folia requer contenção, em especial visto se tratar do país onde tudo é permitido - desde que dentro das normas pré-estabelecidas e acordadas pelo poder vigente - e, como tal, New York's finest - leia-se, a polícia - saiu para as ruas, causando transtorno aos transeuntes que queriam visitar esta ou outra loja mas que não podiam porque havia sido determinado que na rua só se andava de Norte para Sul, ou de Sul para Norte, em filas de dois ou três, conforme os casos.
Curioso também são os nomes que os bravos heróis do pós 9/11 ostentam nos seus crachás: Sol, Vazquéz, Giardinelli, Farino, Meléndez, O´Shaughnessy, O´Hara, O´Riordan. Apelidos americanos, nem um.
À entrada de uma igreja, inúmeros elementos fardados de gala, cohabitam com outros mais ou menos coloridos e trajados com túnicas coloridas, de padrões africanos - they're shooting a movie', oiço. E vejo holofotes e meninos de boné de pala e mikes a correr de um lado para o outro. Uns metros adiante, cerca de 60 pessoas fazem fila. Descubro que procuram a refeição do dia, que será distribuida gratuitamente dentro de minutos.
Mesmo ao lado da 5a Avenida. Chique, cara e fashionista.
É assim, Nova Iorque.
geme..geme...GEEEEME
Come Fly Away
Os casalinhos sorridentes de mãos dadas, andando lentamente através dos corredores, apaixonados e prontos a iniciar (mais) uma qualquer lua-de-mel numa ilha tropical algures plantada. Os emigrantes, carregados de sacos, saquinhos e sacolas, que retornam ao seu exílio, falando alto em português, com mais ou menos sotaque, como que a dizer, 'eu também faço parte'. Os turistas estrangeiros, branquinhos e loirinhos, regressando de férias lusas, com t-shirts, meias pelo tornozelo e óculos esquisitos, carregando malinhas sofisticadas e práticas, os imigrantes, encurvados e de ar triste, com bilhetes comprados a prestações durante meses a fios para visitarem a família que ficou na terra que deixaram. Os executivos, com ar superior e blasé, 'sim, viajo muitas vezes, e depois?'. O tuga esperto, que conta piadinhas aos seguranças do raio-x e fala de futebol e de 'gajas' alto e bom som, para que todos vejam que ele tem 'posses' para viajar. As hospedeiras, esvoaçando por entre os comuns dos mortais, passando à frente de todos com as suas fardinhas e sapatinhos e casaquinhos e chapelinhos iguais.
E o Zé Pedro dos Xutos e o outro rapazinho que toca guitarra ou baixo ou outro qualquer instrumento na banda, que fizeram check-in no mesmo vôo que eu.
São assim os trânsitos. São assim as viagens.
Notas de uma Primavera antecipada
16 março 2009
Caderneta do bairro
15 março 2009
A música anima a alma
14 março 2009
13 março 2009
Lutos ao lado
Sai-lhe muito lá do fundo. Será que lhe morreu alguém muito querido? Será que lhe morreu a vida que ela tinha imaginado?
Fico quietinha,
o mais silenciosa possível
recordo e me entristecem
os seus e os meus lutos,
feitos,
desfeitos
e por fazer.
Adeus
Só respirava...
Foi muito estranho despedir-me de uma pessoa ainda com alguma réstia de vida e ter a certeza que era um adeus.
Hoje de manhã morreu.
Deixou dois filhos um de quatro e outro de treze. A vida às vezes é cruel, e muitas das vezes para quem fica.
Nestes momentos pensamos sempre que nos preocupamos com coisas demasiado triviais, demasiado frívolas. Contudo dei-me conta ao estar com ela, ao lembrar-me do que ela foi toda a vida, que a vida está feita dessas mesmas coisas, de sonhos, expectativas, andar para a frente, sempre para a frente.
Mesmo na doença não vi esta mulher parar de sonhar, de planear de ter um quotidiano.
Ontem mal estava cá e hoje já não está. O momento que separa a vida da morte é demasiado curto para aquilo que nós somos...se calhar ainda bem.
Adeus mulher. Eras uma força da natureza mas a doença foi mais forte que tu.
Adeus...
A paixão comanda a vida
12 março 2009
Esqueço-me
Esqueço-me tantas vezes de tantas coisas, que sinto que me perco no mundo.
E perco-me com coisas que na realidade não são necessárias nem tão importantes assim.
Às vezes olho para mim e esqueço-me de ser quem sou.
Que estranho!!
Sinto que me esqueço de olhar para mim
para o mundo
para as pessoas.
Esqueço-me de estar apaixonada,
de rir
de ler
de amar
de passear
de olhar o rio
de cheirar as nuvens
de ouvir chover.
Esqueço-me de pensar, de pensar em coisas importantes como o tempo
o momento
as crianças
as relações
o infinito.
Esqueço-me de ouvir as conversas das outras pessoas e imaginar as suas vidas.
Esqueço-me de me preocupar se vejo alguém triste, e de ficar contente se vejo alguém a ser cúmplice.
Esqueço-me de sorrir e às vezes de respirar.
Esqueço-me de ler em voz alta e de correr atrás dos pombos.
Esqueço-me de dizer palavrões e de rir como se tivesse 16 anos outra vez.
Esqueço-me de dizer às minhas gatas que gosto delas e deitar a língua de fora aos miúdos da rua.
É incrível como de repente nos esquecemos de tanta coisa! E esquecemos-nos de ser nós próprios para ser outra coisa que não faz sentido nenhum, como a antena que corta a paisagem da janela do meu quarto ou como quando nos queremos apaixonar por alguém do qual não gostamos do cheiro.
É preciso ter cuidado com estas coisas.......... é como comprar uns sapatos um número abaixo do nosso só porque são lindos.
MAS NA REALIDADE NÃO NOS SERVEM
Não posso fazer isso com a vida. Não posso fazer isso comigo.
Desculpo os que querem que eu seja uma coisa que não sou.
E sobretudo
desculpo-me a mim própria
por todas as vezes que deixei isso acontecer.
11 março 2009
TPM
Rostu inu turansurêchonu
A estatura japonesa levou algumas companhias aéreas, operando de e para o Japão, a adicionar 3 assentos por fila na classe económica, aumentando assim a oferta de lugares sem necessariamente comprometer o conforto do passageiro.
Outro fuso horário, outros costumes. Aqui, nada é fácil, nada é garantido. Viver é um privilégio alcançado à custa de muito trabalho, dedicação. E honra. Honra que garante a praticamente não existente criminalidade, honra que dignifica e valoriza o indivíduo, independentemente da posição sócio-económica que ocupa, honra que traz força para vencer na adversidade. Numa terra onde há terramotos, maremotos, vulcões, montanhas inóspitas e vales agrestes, apenas 10% do espaço é habitável e a existência não é um dado adquirido, mas uma conquista individual.
Talvez por isso o reverso da medalha aparente uma grande estranheza ao ocidental. Desde os Pachinko - salas forradas a néon rosa-shock intermitente com máquinas de jogo semelhantes a um pinball com grandes desenhos dos primos e sobrinhos dos Son-Gokus e Sailor Moons deste mundo, às livrarias com filas interminaveis de pocket Manga, dos mais diversos e variados temas - histórias sobre amizade, episódios de guerreiros intergalácticos invictos e soft-porn - abrindo da esquerda para a direita e cuidadosamente embrulhados em plástico selado para evitar a propagação de possíveis doenças, tudo parece saído de um qualquer desenho animado e destinado a trazer um pouco de alegria e excentricidade.
O tema da saúde pública é, aliás, um assunto de grande preocupação na sociedade japonesa, em que as pessoas se auto-colocam máscaras descartáveis na cara, não para mitigarem possíveis efeitos resultantes da poluição, mas para evitarem contagiar outros com os seus germes.
Igualmente preocupante é o cuidado com a higiene, sendo as retretes equipadas com tampos aquecidos com duches (shower), duche para senhoras (bidet) e secador de partes privadas (dryer), todos eles com fluxos e temperaturas reguláveis. Alguns possuem ainda a opção de regulação do volume do autoclismo (loud/quiet). Curioso é que tais sofisticados equipamentos cohabitam lado a lado e em cubículos de igual número com retretes 'à turca´, o que se torna menos agradável quando se pensa que, ao se entrar nas casas de banho das empresas, é necessário descalçar os sapatos de rua e colocar os chinelos comuns- rosa para as senhoras e azul para os senhores - de utilização das instalações.
Narita kuko é ité okudasai, por favor.
10 março 2009
porque hoje é um dia
09 março 2009
S. Lucas 6,36-38
08 março 2009
Porque hoje é Dia da Mulher
07 março 2009
salvemos o planeta
O cúmulo da pirataria na internet
Lembro-me da nuvem
06 março 2009
Carnastoltes
O leitor
05 março 2009
Catabuuum!
- Memórias perfeitas, memórias perfeitas.... Talvez uma, numa noite linda numa aldeia da costa alentejana, numa casa minúscula onde deixámos os amigos a dormir e saímos para o pátio. O medo de sermos apanhados e a enorme paixão que tínhamos tornaram-na numa queca memorável.
- E eu lembro-me uma vez no cinema Ávila, sessão de um filme japonês do qual mal me lembro, umas oito pessoas no cinema para além do partenaire e moi même. Que eu desse por isso, não fomos apanhados. Ainda há mais cházinho?
- Eu estava aqui muito quietinha, mas puxam por nós e já não há nada a fazer... Lembro-me de uma vez com um namorado muito antigo, no tempo em que os animais ainda falavam: o balcão da cozinha da casa dos pais dele, enquanto toda a família se entretinha num almoço no jardim, mesmo ali ao lado. Ai mai gódinho...
- Uma das vezes que recordo com mais prazer foi numa madrugada de um mês de primavera com um dos meus grandes amores a namorar na janela da minha casa (que dava para a rua e para um jardim público), aberta de par em par, e o som da chuva a cair na estrada e nas plantas. Não faço a mínima ideia se alguém nos viu, eu pelo menos garanto que não vi ninguém. Também eu tomava mais uma chávena de chá...
- Bem, eu tinha uma amiga cuja fantasia mais louca era fazê-lo no meio do relvado do estádio do Sporting. Ainda gostava de lhe perguntar se foi bom...
- Ó meninas, como o chá já acabou... E se abríssemos uma garrafinha de Periquita? E para a Dona Gertrudes venham dois pastelinhos de bacalhau e um powerade com uma palhinha. E a propósito de fantasias, ó Dona Capitolina, conte-nos lá o que se passa com o senhor Américo da mercearia..
Splaaaaash!
- A praia tem os seus encantos, mas só se for de enseada e em escarpa, porque os longos areais têm a desvantagem de estarem muito iluminados. A areia tem os seus inconvenientes, por isso recomenda-se o uso de uma toalha.
- Isso, na praia também é fixe mas só se não está frio e se tem uma toalha grande. Mas lembro-me de uma vez atrás de uns arbustos, ao pé de uma discoteca na praia do Burgau, essa vez não sei porquê foi mágica, com um holandês com umas meias de lã lindas e do qual não consigo recordar o nome, nem a cara nem nada. Deve ser do alzheimer...
- E eu lembro-me de uma noite de verão com chuva de estrelas anunciada (era Agosto, pois era). Colchões na varanda à espera da dita chuva, nono andar de um prédio de nove andares. Não vi estrela nenhuma, só a porra do amor, do sexo, do desejo e o rio ao fundo, um braço grande de rio a fazer uma curva. Era a primeira vez, ainda por cima... O resto está no 'esquecimento', o sítio ideal para as memórias-perfeitas. Humm, memória-perfeita, conceito a desenvolver... Alguém tem mais memórias perfeitas?
Bruumm
A turma dos repetentes
04 março 2009
03 março 2009
As minhas mãos
Amor como em Casa
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no amor como em casa.
Manuel António Pina, in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde"