31 agosto 2006
Democracia
Sempre assapar o ca....
Mas hoje, que tive que fazer uma chamada para o Sapo para alterar a morada, pois entretanto mudei de casa, desprendeu-se violentamente a gota que faz transbordar o copo. Encontrei isto na internet:
Tarifário - Linha de Apoio a Clientes SAPO 707 22 72 76
Preço p/min:
Com origem na rede fixa
€0,1210
Com origem nas redes móveis
€0,3025
Nota: Facturação ao segundo após o 1º minuto. Valores com IVA incluído à taxa legal.
O que vale é que dentro de um mês acaba a minha obrigatoriedade com o monte de m... verde e viscoso. Nestas alturas, quase me torno neoliberal...
not me waiting
an' my old guitar laying against the wall
Rose was staying for the night in my bed
with a suitcase and her dog
he bit me in the leg when i was pouring the whisky
and the house was smelling from my shoes
i picked my guitar and started looking for a song
the crazy dog was licking all the whisky out of my carpet
Rose seemed to be dancing on the moon
she laughed at me and then broke two of my glasses
i let the bottleneck crawling on the strings for hours
finaly the sun was coming up
the dog was sleeping on the top of my piano and
Rose sent me out to get some food
i felt sick with the hangover and thought i had to buy a
new overcoat
Rose was sick too
she threw up after having her pizza and said she had to leave
i looked at her and the song came up in my mind
Rose was still standing near the door saying she didn't love me
the damn dog was pissing on her leg
30 agosto 2006
Haja saúde!
Depois de estar inscrita no sistema público de saúde há mais de dois anos (vulgo Caixa) sem médico de família, um dia em que liguei porque queria umas análises para fazer um chek-up, descobri por mero acaso que estavam a atribuir médico de família. Lá vou toda contente inscrever-me por fim naquela que vai ser a minha mais profunda confidente das minhas maleitas físicas, que vai passar comigo quase 10 longos minutos quando eu estiver a necessitar de apoio para manter a minha saúde em bom estado. Depois de inscrita, resolvi então ir marcar a consulta para o tal chek-up, pois a prevenção é o melhor que há e ainda se poupa dinheiro ao Estado.
- Boa tarde.
- Hummm
- Queria marcar uma consulta para a doutora S.
- A dótora tá de férias agora e em setembro também e só temos consultas para finais de ótubro, mas ainda não estamos a marcar e ainda não sabemos quando é que vamos começar a marcar, se no principio se a meio de setembro, ligue para cá depois que a gente depois logo diz... Próximo!!!
Porque raio tive que nascer num país que acredita que só quem tem dinheiro é que tem direito a um bom sistema de saúde? Lá vai mais uma reclamação para o livro amarelo...!!
28 agosto 2006
Até quando?
Na formação militar dos soldados britânicos que vão para o Iraque preparam-nos para matar crianças pois estas podem ser potenciais terroristas suicidas. Por não suportar esta possibilidade, um soldado britânico de apenas 19 anos suicidou-se.
Nos Estados Unidos, um oficial do exército estado-unidense recusou-se a combater no Iraque, por considerar esta guerra ilegal e foi apoiado por um professor de direito internacional humanitário de Harvard.
A informação veio daqui, e apesar de terrível são indícios que ainda vai existindo lucidez e resistência aquela que se diz ser a maior “democracia” do mundo. Até quando continuará esta guerra estúpida e cruel? Até quando o nosso governo e nós como cidadãos e cidadãs continuaremos a ser coniventes com esta hegemonia brutal e descabida que perpetua o governo dos Estados Unidos e o louco e ignorante tirano que a representa?
27 agosto 2006
o admirável mundo novo
Olhou em volta os outros passageiros recortados no contra-luz de fim de tarde, em pausa, como se alguém tivesse premido o botão do comando da tv. A multidão como um vasto mar de sombras estáticas, desistentes de mais um dia qualquer. Também se sentia assim. E implodiu. O motorista enfiou a primeira e ela implodiu. Abriu uma janela. levantou a blusa branca, estatelou as mamas contra o vidro e gritou bem alto para o terceiro andar do prédio, "O que vocês queriam sei eu!". Risos, gargalhadas sonoras, mais uma centena de piropos todos em simultâneo e sem tradução possível e o autocarro arrancou. Baixou a blusa e sentou-se. Assumidamente confiante. E sorria. Agora os passageiros ainda pareciam belos no contra-luz de final de tarde mas já não eram sombras estáticas.
25 agosto 2006
Dicionário de nomes próprios
24 agosto 2006
Susto
23 agosto 2006
22 agosto 2006
Transparente
21 agosto 2006
Passagem dos Elefantes
optimistas à solta elefantes na árvore
elefantes na árvore optimistas na esquadra
optimistas na esquadra elefantes no ar
elefantes no ar optimistas em casa
optimistas em casa elefantes na esposa
elefantes na esposa optimistas no fumo
optimistas no fumo elefantes na ode
elefantes na ode optimistas na raiva
optimistas na raiva elefantes no parque
elefantes no parque optimistas na filha
optimistas na filha elefantes zangados
elefantes zangados optimistas na água
optimistas na água elefantes na árvore
Mário Cesariny, que é cá dos nossos
20 agosto 2006
Back to the blogue
As novas tecnologias
19 agosto 2006
Irritações
18 agosto 2006
Uma manhã
crisálida
Em estado latente à espera de mim e sinto-me perto. Isso alegra-me.
Crisálida. Como do passado para o presente, do presente para o futuro, para o passado e de volta para o presente. Eu no presente do indicativo. Pois. Terapia.
17 agosto 2006
When the living is easy
Estar de férias com amigos e os seus filhos, desde o ano de vida até à adolescência, faz-me lembrar de mim com aquelas idades todas. Pergunto se isso também lhes acontece a eles, mas como olham para as crianças como indivíduos não conseguem fazer a transferência que a mim me aparece tão óbvia.
Vejo as miúdas de três anos com as forminhas, baldes, pás e ancinhos e lembro-me da alegria de ver castelos a crescerem na areia.
Vejo os de 7-10 anos a passarem o dia na água, lembro-me da minha mãe que me fazia sair do banho porque já tinha a boca roxa e me obrigava secar ao sol antes de voltar a tentar fazer crescer gelras atrás das orelhas e membranas entre os dedos das mãos.
Oiço as reclamações em relação ao menu das sanduíches, e recordo os meus gostos infantis.
As bolas de berlim e os gelados diários.
Vejo as adolescentes, que reviram os olhos a cada frase dos pais. Eu era insuportável na adolescência, é um milagre não ter sido dada para adopção aos 13 anos.
É bom estar na praia e não pensar em mais nada, a não ser na próxima fruta a comer, nas ondas a apanhar, no jogo de king sentada na areia, passar à frente as folhas do jornal que só trazem notícias tristes (no outro dia foi apenas na página 23). Conseguir finalmente ler em busca do tempo perdido com calma, descobrir-me a mim e aos outros naquelas descrições.
A vida é fácil no verão, penso como seria se fosse sempre assim. Mas sei que dentro de dias já estarei a desejar o outono, o regresso à vida activa e às saias de fazenda, com meias de vidro e botas até ao joelho. Ler o volume VII, acabar o tempo perdido em frente à lareira e desejar voltar ao início. Ao Verão do próximo ano.
15 agosto 2006
Regresso a Lisboa
11 agosto 2006
O chamamento
Entao é porque està na hora de fazer as malas
E voltar para casa.
10 agosto 2006
08 agosto 2006
O abatimento
Wajdi Muawad, libanês.
Entre o desejado e o possível
A lei da paridade foi finalmente parida, decretou o Presidente da República, sem acrescentar nenhuma explicação, um sim porque sim. Rectificaram-se alguns pontos, os partidos já não ficam impedidos de concorrer a eleições caso não cumpram o mínimo exigido de participação de homens e mulheres nas suas listas, ficando apenas sujeitos a cortes no subsidio estatal, que podem ir até aos 80%, e a lei terá um período de prova de 5 anos.
Neste momento a representação dos homens e das mulheres nos partidos políticos e segundo o jornal Público de hoje é a seguinte:
BE: 4 H, 4 M
PCP: 10 H, 2 M
PS: 75 H, 46 M
PSD: 69 H, 6 M
CDS: 11 H, 1 M
Dentro de 5 anos, esperamos sinceramente que a disparidade não seja tão grande. Só a lei não muda mentalidades mas,é um passo essencial para uma maior igualdade de representação de ambos os sexos nos destinos políticos do nosso país.
E assim continua a construção da democracia que não é um estado perfeito, mas um estado possível.
06 agosto 2006
Encerrado para férias
Estimado público.
Parece que todas as múltiplas decidiram ir de férias ao mesmo tempo, de maneiras que, até já, vão passando que logo logo tudo o que é bom acaba depressa e cá estaremos outra vez.
Ps: Se forem vendo algum post por aqui é sinal que a internet já chegou a muitos pontos do Portugal profundo
05 agosto 2006
Um dia em passos e repassos
Passeava com a minha filha pelo Parque das Nações, aproveitando as maravilhas do verão e do ar fresco da manhã, quando nos cruzamos com um bebé rapaz e uma senhora que o acompanhava. Os dois estiveram a olhar um para o outro, a sorrir e a querer brincar. A senhora disse: viste, estás cheio de sorte, já tens aqui uma menina doida por ti, como será quando fores grande... Não me espantei, desde que a minha filha começou a sorrir com o seu simpático e convidativo sorriso que ouvi: ai, ela é muito sedutora, muito “coquete”...
Depois do passeio, tive de ir um grande hipermercado, daqueles que eu odeio mas que são imprescindíveis para conseguir uma mesa de jardim a menos de 15 Euros, e ao passar na secção das crianças, encontro um espaço gigantesco onde abundava o cor de rosa, com um gigantesco letreiro que gritava: MENINAS. Atravesso o mundo de incontáveis Barbies e suas derivadas, queridos animaizinhos, cozinhas que fariam inveja a qualquer uma do IKEA, vestidos, acessórios e adereços para as bonecas de todas as formas e feitios, com uma desconfortável sensação de pink overdosis pegada ao corpo.
Cheguei a casa. Entre o Noddy e o Ruca, os anúncios do canal Panda reproduzem sem temor nem pudor os mesmos esquemas de sempre: os meninos brincam com armas, guerreiros, carros e construções, as meninas com coisas delicadas que reproduzem todo o imaginário feminino ligado ao doméstico, à sensibilidade, à beleza, ao ser belas e agradar aos outros. Carrego no mute e no intervalo entretemo-nos a brincar a ser peixes e raias, como as do Oceanário.
....
Por fim, um pouco de silêncio... A lua lá em cima, generosa no brilho... Fumo um cigarro e repasso o dia:
Teimamos em “dizer” aos meninos que a guerra é boa e que eles têm de aprender a ser guerreiros; que há sempre um inimigo, e que há o defender o bem que somos sempre nós. (Mais tarde, quando estão mais crescidos, ensinamos-lhes que o melhor ainda é a guerra preventiva, ataca primeiro e negoceia depois, muuuuuiittto depois...). Às meninas, continuamos a dizer que têm que ser delicadas, amorosas, cuidar das bonecas e das lides para mais tarde o continuarem a fazer nas suas casas, que serão lindas e arranjadas, espaço de amor e de família, objectivo imprescindível para uma lady.
Continuamos a normalizar a guerra como um meio de relação, já seja nos mundos imaginários ou nos reais, como vimos agora o governo de Israel (e separo propositadamente o governo da sua população) a utilizar crianças para escrever mensagens nos mísseis que mataram muitas crianças do outro lado.
Criamos e ajudamos as nossas crianças a crescer, e insistimos em torcer o pepino às nossas meninas e meninos em formas que os asfixiam, pois nem o trabalho doméstico acumulado numa só pessoa nem a guerra nos servem para ser felizes, entre muitas outras coisas claro...
O cigarro arde sozinho no cinzeiro.
Patati, patata, rebéubéubéu pardais ao ninho, coisas do privado que não são pr’áqui chamadas...
Olho para cima. Continua lá, aquele brilho e também tudo aquilo que (não) se vê na face oculta da lua...
O que nos vale é que o mundo dá muitas voltas e ao contrário do que dizem, não fica sempre na mesma. Deixo a cozinha arrumada, apago a luz e deito-me à espera do sono.
03 agosto 2006
Menos umas caixas
TRIIIIIMMM... Quando o blog toca, bom dia....
Tenham um g'anda bom dia!
A confusão natural
E a Locas encontrou-se
02 agosto 2006
Quando o blog toca... Posts pedidos
Sailing
After having loved we lie close together
and at the same time with distance between us
like two sailing ships that enjoy so intensely
their own lines in the dark water they divide
that their hulls
are almost splitting from sheer delight
while racing, out in the blue
under sails which the night wind fills
with flowerscented air and moonlight
- without one of them ever trying
to outsail the other
and without the distance between them
lessening or growing at all.
But there are other nights, where we drift
like two brightly illuminated luxury liners
lying side by side
with the engines shut off, under a strange constellation
and without a single passenger on board:
On each deck a violin orchestra is playing
in honor of the luminous waves.
And the sea is full of old tired ships
which we have sunk in our attempt to reach each other...
Henrik Nordbrandt
A propósito das férias...
E o teto estrelado também tem luar
A nossa casa até parece um ninho
Vem um passarinho pra nos acordar
Na nossa casa passa um rio no meio
E o nosso leito pode ser o mar
A nossa casa é onde a gente está
A nossa casa é em todo lugar
A nossa casa é de carne e osso
Não precisa esforço para namorar
A nossa casa não é sua nem minha
Não tem campainha pra nos visitar
A nossa casa tem varanda dentro
Tem um pé de vento para respirar
A nossa casa é onde a gente está
A nossa casa é em todo lugar
(Arnaldo Antunes (2004): Ouvir)
01 agosto 2006
Ideia brilhante precisa-se
Uma amiga minha faz 50 anos, tenho a festa hoje à noite e ainda não tenho presente.
O que é que se dá a alguém que cumpre meio século de vida?
GISBERTA
Gisberta perdeu o nome e a vida e a justiça perdeu uma boa oportunidade para fazer juz ao seu nome e mostrar que o homicídio é um crime muito grave seja qual for a identidade ou orientação sexual da vítima ou as condições socioeconómicas dos agressores. Gisberta foi morta e com ela enterrada a liberdade de escolher ser.
Quando a vida continua em caixas...
- A esta hora??
- O que é tem? São duas da manhã, mas no manual de instruções não vem nenhum horário preferencial para a montagem...
- Amanhã meu amor, amanhã...
- Bem, então continuo o sudoku... Se o 3 não pode ir aqui, nem aqui, nem aqui...