O Verão é uma estação engraçada. Encontrar pessoas que costumamos ver vestidas agora em fato de banho e verificar que afinal temos todos um corpo em pele e não de algodão, ter conversas à beira mar, trocar jornais com os amigos do toldo do lado.
Estar de férias com amigos e os seus filhos, desde o ano de vida até à adolescência, faz-me lembrar de mim com aquelas idades todas. Pergunto se isso também lhes acontece a eles, mas como olham para as crianças como indivíduos não conseguem fazer a transferência que a mim me aparece tão óbvia.
Vejo as miúdas de três anos com as forminhas, baldes, pás e ancinhos e lembro-me da alegria de ver castelos a crescerem na areia.
Vejo os de 7-10 anos a passarem o dia na água, lembro-me da minha mãe que me fazia sair do banho porque já tinha a boca roxa e me obrigava secar ao sol antes de voltar a tentar fazer crescer gelras atrás das orelhas e membranas entre os dedos das mãos.
Oiço as reclamações em relação ao menu das sanduíches, e recordo os meus gostos infantis.
As bolas de berlim e os gelados diários.
Vejo as adolescentes, que reviram os olhos a cada frase dos pais. Eu era insuportável na adolescência, é um milagre não ter sido dada para adopção aos 13 anos.
É bom estar na praia e não pensar em mais nada, a não ser na próxima fruta a comer, nas ondas a apanhar, no jogo de king sentada na areia, passar à frente as folhas do jornal que só trazem notícias tristes (no outro dia foi apenas na página 23). Conseguir finalmente ler em busca do tempo perdido com calma, descobrir-me a mim e aos outros naquelas descrições.
A vida é fácil no verão, penso como seria se fosse sempre assim. Mas sei que dentro de dias já estarei a desejar o outono, o regresso à vida activa e às saias de fazenda, com meias de vidro e botas até ao joelho. Ler o volume VII, acabar o tempo perdido em frente à lareira e desejar voltar ao início. Ao Verão do próximo ano.
Estar de férias com amigos e os seus filhos, desde o ano de vida até à adolescência, faz-me lembrar de mim com aquelas idades todas. Pergunto se isso também lhes acontece a eles, mas como olham para as crianças como indivíduos não conseguem fazer a transferência que a mim me aparece tão óbvia.
Vejo as miúdas de três anos com as forminhas, baldes, pás e ancinhos e lembro-me da alegria de ver castelos a crescerem na areia.
Vejo os de 7-10 anos a passarem o dia na água, lembro-me da minha mãe que me fazia sair do banho porque já tinha a boca roxa e me obrigava secar ao sol antes de voltar a tentar fazer crescer gelras atrás das orelhas e membranas entre os dedos das mãos.
Oiço as reclamações em relação ao menu das sanduíches, e recordo os meus gostos infantis.
As bolas de berlim e os gelados diários.
Vejo as adolescentes, que reviram os olhos a cada frase dos pais. Eu era insuportável na adolescência, é um milagre não ter sido dada para adopção aos 13 anos.
É bom estar na praia e não pensar em mais nada, a não ser na próxima fruta a comer, nas ondas a apanhar, no jogo de king sentada na areia, passar à frente as folhas do jornal que só trazem notícias tristes (no outro dia foi apenas na página 23). Conseguir finalmente ler em busca do tempo perdido com calma, descobrir-me a mim e aos outros naquelas descrições.
A vida é fácil no verão, penso como seria se fosse sempre assim. Mas sei que dentro de dias já estarei a desejar o outono, o regresso à vida activa e às saias de fazenda, com meias de vidro e botas até ao joelho. Ler o volume VII, acabar o tempo perdido em frente à lareira e desejar voltar ao início. Ao Verão do próximo ano.
4 comentários:
disse?
(dado que hoje é um dia de chuva, e apanhei uma semana de vento, o tempo tornou-se tema)
egocêntrico? está-me a chamar verão?
verão que é verão.:)
identifiquei-me.
Que agradável que foi ler este seu texto
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