Cada vez mais se aproxima a época em que se deseja bom natal sem já saber muito bem o que é de facto ou deixa de ser o natal; se é prazer, obrigação, fachada, sinceridade, se quê... O consumismo do Natal é um dos aspectos mais falado nestas épocas, e nos jornais acompanha-se de perto os gastos estimados dos consumidores portugueses em prendas para as crianças, prendas no seu total, etc.
Aquilo que eu gostava mesmo que o pai ou a mãe natal, o menino jesus, ou os reis magos trouxessem este ano é que não se consumisse tanto, que toda a gente pensasse que há muitas outras formas de dar presentes, de dar afecto, de dar amor, e começasse a dar tempo, começasse a dar-se e não só a traduzir-se em objectos.
22 comentários:
Dar tempo? isso sai muito caro! é que eu recebo à hora!
Há quem receba à palavra, não há cá palavras ternas! amor? isso vai numa comédia romantica em DVD.
Que comentário mais idiota!
Façam favor de apagar este gajo.
concordo com tudo o que a minha múltipla oito disse, sobretudo que começa o tempo em que 'começa-se a dar tempo, começa a dar-se e não só a traduzir-se em objectos'.
outro dia vi uma reportagem sobre o 'banco do tempo', que já tem algumas 'agências' espalhadas pelo país. o projecto ainda está numa fase relativamente embrionária, mas a ideia não deixa de ser interessante. um dia falarei sobre isso.
de facto, o natal causa-me arrepios vários, sendo que a 'face' que mais me transtorna é precisamente aquela ligada ao consumo. lance-se pois o o programa de nacional de defesa do bacalhau em extinção. eu cá dispenso os meus embrulhos e reverto tudo p esse fundo.
abraços!
já uma vez, tive a ideia peregrina, no meu ex-serviço, de dar, como prenda de casamento a uma pessoa que estave a recibos verdes, uma periodo de férias a partilhar a distribuir por todos os outros funcionários...
ou seja, cada um metia 1/2 dia de férias e vinha trabalhar nesse meio dia.
recusada pelo dirigente do serviço por não ter entendido nada do que estava em jogo.
recusada pelos "colegas" porque dar é bom, mas receber é melhor.
ficou-se tudo nos 3 ou 4 dias por "especial favor" do dirigente
fica aqui a sugestão para quando os tempos mudarem...
este blog tem tão poucos erros para posts tão bons que um "começa-se" em vez de um "começasse" fica muito estranho.
ou estou enganado?
está muito certo, começa-se é outra coisa. Mude-se a grafia e arquive-se a reclamação.
A gerência trata já disso e pede desculpa pela confusão(e alguma ignorância, pronto..) mental linguistica que lhe atravessa frequentemente a carola. Arquivado na prateleira A(zul) E(rros) O(rtográficos).
essa ideia da prenda de casamento é muito gira, nerd sem registo, e apesar de não ter dado os resultados que tu querias acabou por dar uns dias à tua colega e alguma sensibilização ao chefe.
O banco do tempo também é um projecto que eu gosto, dizia ela baixinho, avança-lhe com a posta. a organização Graal há algum tempo que avançou com esse projecto, em Lisboa e Coimbra, e apesar de não ter um grande impacto acho que vão tendo alguns bons resultados.
Na forma como vivemos o nosso mundo moderno (ou pós-moderno) o tempo é o presente mais precioso que alguém pode possuir e é aquele que descaradamente nos roubam quando nos oferecem dinheiro a troco de "dedicação exclusiva", ou "disponibilidade para viajar" ou "dedicação e compromisso com os objectivos e a missão da empresa".
apoio o nerd sem registo (para ficar com registo novamente, basta introduzir no nome de utilizador o nome da conta gmail associada ao nick em vez do nick + respectiva password), achei a ideia fantástica.
eu por acaso entendi o começa-se no presente, como um processo que já estaria a ser iniciado. sou uma utópica, é o q é.
hmmmm...
o que o chefe queria ter era a prerrogativa de DAR, magnanimamente, como quem se dispõe um pouco a olhar para baixo as suas formigas, o tempo de que era dono e senhor... não aprendeu nessa altura e continua sem aprender.
os colegas apenas revelaram o mesquinho que invade as suas existências.
a colega casadoira, olha, ficou atrapalhada com a ideia, quiçá por saber mais do que eu e não querer confrontar a realidade com a utopia.
dizia baixinho... ensinar o padre nosso ao vigário??? ;)
nerd sem registo aka nerd,
ou não fosse eu uma nerd tb. ou pensas que tens a patente da nerdice?! querias mais nada!
(põe lá o user como deve ser q isso de não teres registo não está com nada)
e já agora, há alguma alma caridosa que me explique a diferença entre começa-se e começasse? dou voltas e não consigo entender...
Se eu começasse («começásse») agora a explicar-lhe a diferença, da próxima começa-se («coméça-se») já a perceber...
Exemplo 1: Se você começasse um post com a expressão «bom-dia» seria um um post bem educado...
Exemplo 2: Começa-se um post com um «bom-dia» e isso é uma prova de boa educação...
Não sei se ficou claro, mas é já um começo ;)
começasse - no teu caso, conjugaste o verbo na 3ª pessoa do pretérito imperfeito do modo conjuntivo.
por outro lado, começa-se é a conjungação do verbo no presente do indicativo com o pronome reflexivo, sendo que um pronome reflexivo são pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como complemento directo ou indirecto, referem-se ao sujeito da oração: se, me, te, lhe, nos, vos etc.
trata-se, portanto, de uma questão de tempo e conjugação verbal e a diferença é que começasse exprime correctamente a ideia que querias passar, ao passo que começa-se - palávra homófona - é, portanto, um erro (muito frequentente, aliás) de conjugação.
sempre às ordens, querida múltipla.
palavra, oops.
pois parece-me que no sentido do que está escrito nem o começasse nem o começa-se, são bom começo (e fim) para a ideia que me parece ser a de "que se começasse"...
mas admito que não e sei que as oito e coisas têm pontaria nestas coisas da escrita.
o que eu queria mesmo era reforçar e elogiar a ideia do Nerd. Só mesmo de um espírito generoso, alturísta como ele. Por vezes parece um pouco rezinga, principalmente quando vai ver espectáculos de oito horas, mas é um jóia de moço!
abraços a rodos
"uma" jóia de moço, claro.
é sim senhor, assino por baixo no rezingão. E na jóia de rapaz, também, pois então, é um querido e um idiota, tem muitas ideias e algumas tão boas como esta.
Quanto à questão ortográfica... há alturas em que uma pessoa se arrepende de abrir a bocarra. Tive de ir logo tomar um chá de tilia duplo para acalmar os meus nervónios que estavam desorientados com os conjuntivos e os reflexivos que se põem a trás ou à frente dos outros maganos lá da terra da gramática, ou o caneco e o caroço, (que no belogue tem de haver uma certa compostura, não se pode arrojar(eia!) assim bojardices, ou umas palavras quaisquer, (sem é-ésse, note-se).
Portanto, depois das vossas aclarações, do chá de tilia e de reflectir, acho que o "começa-se" parece indicar que a acção está a acontecer neste momento ou que está a começar a acontecer.
O começasse é assim mais, como dizer, eventualmente, um dia pode ser, ou seja, é assim como se fosse mais para o futuro, para qualquer coisa que ainda não é, como se fosse algo ideal mas longicuo (pode ser eventualmente mas ainda não é).
Dei-me conta também da forma de dizer cada palavra e a acentuação é distinta: cu mé ça se (começa-se) e cu me çá se (começasse) e assim já lhe apanho melhor o sentido.
e só por curiosidade, dizia ela baixinho, trocaste o simposium terapêutico como livro de cabeceira pela ultima edição revista e aumentada da gramática da lingua portuguesa? eu infelizmente a gramática é para mim como o diário económico, um campo novo ainda não codificado e compreendido, por tanto, assustador.
perdão, longínquo. O raio do portunhol, apesar de ser a lingua do futuro, só me faz passar vergonhas...
não, minha querida oito. eu sou uma nerd em várias áreas. a gramática pode ser uma delas também.
mas como sabes tu que o simposium terapêutico é meu? pertencia às escolhas da oitoecoisa, remember ;)?
p.s. viva a d. hermenegilda, a minha professora primária, que tão bem me ensinou o português. já cá não está entre nós, mas não posso deixar de referi-la pq ontem me lembrei muito e muito da senhora que contava histórias como ninguém e que inaugurava as aulas com a 'corridinha das contas' (uma de somar, outra de subtrair, outra de multiplicar, outra de dividir). era uma espécie de campeonato de ciclismo (com direito a camisola verde, encarnada e amarela) com troféus afixados e recortados em papel de lustro. those were the days...
querida dizia baixinho, estava convencida de que tu te tinhas referidos ao simposium numa caixa de comentários. Agora fiquei confundida, quem seria a do simposio? Vai na volta até sou eu, com tanta multiplicidade confundo-me!
Uma dona hermenegilda, apesar de ter um nome díficil, é uma benção na vida. eu da minha professora primária tenho poucas recordações, tinha uma régua e batia mais aos meninos pobres, os bons estavam à frente e os maus atrás e quando alguém lançava um peido ia cheirar o rabo de todos e todas. E lembro-me de que era contra o 25 de abril e eu ia repetir para as aulas o que ouvia em casa e que ela já não me podia ouvir, tivesse eu tido o azar de estar na fila dos meninos pobres ou mais atrasados (coincidiam estas duas categorias) e ainda tinha levado umas reguadas.
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