Em trânsito novamente. Desta vez para o outro lado do mundo. É engraçado como se consegue adivinhar as razões de viagem das caras que encontramos nos aeroportos.
Os casalinhos sorridentes de mãos dadas, andando lentamente através dos corredores, apaixonados e prontos a iniciar (mais) uma qualquer lua-de-mel numa ilha tropical algures plantada. Os emigrantes, carregados de sacos, saquinhos e sacolas, que retornam ao seu exílio, falando alto em português, com mais ou menos sotaque, como que a dizer, 'eu também faço parte'. Os turistas estrangeiros, branquinhos e loirinhos, regressando de férias lusas, com t-shirts, meias pelo tornozelo e óculos esquisitos, carregando malinhas sofisticadas e práticas, os imigrantes, encurvados e de ar triste, com bilhetes comprados a prestações durante meses a fios para visitarem a família que ficou na terra que deixaram. Os executivos, com ar superior e blasé, 'sim, viajo muitas vezes, e depois?'. O tuga esperto, que conta piadinhas aos seguranças do raio-x e fala de futebol e de 'gajas' alto e bom som, para que todos vejam que ele tem 'posses' para viajar. As hospedeiras, esvoaçando por entre os comuns dos mortais, passando à frente de todos com as suas fardinhas e sapatinhos e casaquinhos e chapelinhos iguais.
E o Zé Pedro dos Xutos e o outro rapazinho que toca guitarra ou baixo ou outro qualquer instrumento na banda, que fizeram check-in no mesmo vôo que eu.
São assim os trânsitos. São assim as viagens.
Os casalinhos sorridentes de mãos dadas, andando lentamente através dos corredores, apaixonados e prontos a iniciar (mais) uma qualquer lua-de-mel numa ilha tropical algures plantada. Os emigrantes, carregados de sacos, saquinhos e sacolas, que retornam ao seu exílio, falando alto em português, com mais ou menos sotaque, como que a dizer, 'eu também faço parte'. Os turistas estrangeiros, branquinhos e loirinhos, regressando de férias lusas, com t-shirts, meias pelo tornozelo e óculos esquisitos, carregando malinhas sofisticadas e práticas, os imigrantes, encurvados e de ar triste, com bilhetes comprados a prestações durante meses a fios para visitarem a família que ficou na terra que deixaram. Os executivos, com ar superior e blasé, 'sim, viajo muitas vezes, e depois?'. O tuga esperto, que conta piadinhas aos seguranças do raio-x e fala de futebol e de 'gajas' alto e bom som, para que todos vejam que ele tem 'posses' para viajar. As hospedeiras, esvoaçando por entre os comuns dos mortais, passando à frente de todos com as suas fardinhas e sapatinhos e casaquinhos e chapelinhos iguais.
E o Zé Pedro dos Xutos e o outro rapazinho que toca guitarra ou baixo ou outro qualquer instrumento na banda, que fizeram check-in no mesmo vôo que eu.
São assim os trânsitos. São assim as viagens.
1 comentário:
Adorei o texto :)
Ps: eu não uso chapeuzinho ;)
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