Nova Iorque, 6:14 pm, Dia de São Patrício. A outrora chique e selecta 5a Avenida veste-se de verde para acolher a parada que exalta o Santo Irlandês mais comemorado dentro e fora da pequena parte da ilha. Pessoas de todas as idades, raças, estratos sociais e profissões enchem as ruas vestidas de verde, com colares de contas, cabeleiras, jóias, cachecóis e autocolantes alusivos ao tema, invariavelmente representando um trevo de quatro folhas, verde.
Balões, bandeiras e tapetes com as cores verde e branco - e alguns apontamentos de laranja - adornam os hotéis, restaurantes e, sobretudo os bares irlandeses, onde o consumo de cerveja atinge os valores máximos do ano.
É óbvio que tanta folia requer contenção, em especial visto se tratar do país onde tudo é permitido - desde que dentro das normas pré-estabelecidas e acordadas pelo poder vigente - e, como tal, New York's finest - leia-se, a polícia - saiu para as ruas, causando transtorno aos transeuntes que queriam visitar esta ou outra loja mas que não podiam porque havia sido determinado que na rua só se andava de Norte para Sul, ou de Sul para Norte, em filas de dois ou três, conforme os casos.
Curioso também são os nomes que os bravos heróis do pós 9/11 ostentam nos seus crachás: Sol, Vazquéz, Giardinelli, Farino, Meléndez, O´Shaughnessy, O´Hara, O´Riordan. Apelidos americanos, nem um.
À entrada de uma igreja, inúmeros elementos fardados de gala, cohabitam com outros mais ou menos coloridos e trajados com túnicas coloridas, de padrões africanos - they're shooting a movie', oiço. E vejo holofotes e meninos de boné de pala e mikes a correr de um lado para o outro. Uns metros adiante, cerca de 60 pessoas fazem fila. Descubro que procuram a refeição do dia, que será distribuida gratuitamente dentro de minutos.
Mesmo ao lado da 5a Avenida. Chique, cara e fashionista.
É assim, Nova Iorque.
Balões, bandeiras e tapetes com as cores verde e branco - e alguns apontamentos de laranja - adornam os hotéis, restaurantes e, sobretudo os bares irlandeses, onde o consumo de cerveja atinge os valores máximos do ano.
É óbvio que tanta folia requer contenção, em especial visto se tratar do país onde tudo é permitido - desde que dentro das normas pré-estabelecidas e acordadas pelo poder vigente - e, como tal, New York's finest - leia-se, a polícia - saiu para as ruas, causando transtorno aos transeuntes que queriam visitar esta ou outra loja mas que não podiam porque havia sido determinado que na rua só se andava de Norte para Sul, ou de Sul para Norte, em filas de dois ou três, conforme os casos.
Curioso também são os nomes que os bravos heróis do pós 9/11 ostentam nos seus crachás: Sol, Vazquéz, Giardinelli, Farino, Meléndez, O´Shaughnessy, O´Hara, O´Riordan. Apelidos americanos, nem um.
À entrada de uma igreja, inúmeros elementos fardados de gala, cohabitam com outros mais ou menos coloridos e trajados com túnicas coloridas, de padrões africanos - they're shooting a movie', oiço. E vejo holofotes e meninos de boné de pala e mikes a correr de um lado para o outro. Uns metros adiante, cerca de 60 pessoas fazem fila. Descubro que procuram a refeição do dia, que será distribuida gratuitamente dentro de minutos.
Mesmo ao lado da 5a Avenida. Chique, cara e fashionista.
É assim, Nova Iorque.
6 comentários:
Desculpe a pergunta mas o que são apelidos americanos? Refere-se a coisas do género Nuvem Branca ou Cavalo Louco? A apelidos de origem wasp? Aos retirados da toponímia local? Todos os que li me parecem bastante americanos na exacta medida em que todos os apelidos americanos - descontando os poucos de origem nativa - têm origem noutro sítio qualquer.
Quando assinei o contrato para vir para o 8 e coisa, prometeram-me um salário milionário e viagens frequentes. Numa semana apenas, já por duas vezes fui surpreendida com relatos de múltiplas intercontinentais. Está mal. Acho que vou telefonar ao meu advogado.
Caro Anónimo,
Concordo consigo quando refere os EUA como um 'cultural melting point', colonizado por várias levas de emigrantes, oriundos dos diversos cantos do mundo, ao longo dos anos.
No entanto, proponho-lhe um desafio. Feche os olhos. Pense na bandeira americana, com as suas estrelas e riscas. Pense Bush, Disneylandia, Hollywood, Microsoft, Baywatch, 9/11, Levi's, King-Kong,Nova Orleães,Nova Iorque.
Agora pense num nome.
Conchita Hernandéz? Mohinder Singh? Tsung Li-Peng? Shiobbhan O'Riordan? Giovanno Pennetini?
Umm.. Penso que não.
Querida D. Ines,
Ai havia um contrato? Pois aproveito para lhe pedir a direcção do seu advogado, que a mim disseram-me que não havia cá essas formalidades jurídicas de contratos e coisas, e bem que preciso de descontar para a reforma.
Verificação de Palavras: Person. Nem a pedido, hein?
Herr Hasselhoff era o méne do Baywatch, não era?
Fred Astaire era Frederick Austerlitz
Charles Bronson, Charles Buchinski
Nicolas Cage, Nicolas Coppola
John Wayne, Marion Morrison
Greta Garbo, Greta Gustafsson
Rita Hayworth, Margarita Cansino
Martin Sheen, Ramon Estevez
...
Ao contrário também houve, como Maureen O'Hara preteriu o normandíssimo Maureen Fitzsimmons ou Michael Shalhoub passando a Omar Sharif.
Ah, e em Nova Orleães exclama-se "sacré bleu!" pois fica na Luisiana (capital Baton Rouge).
Há cerca de 40 milhões de americanos que se reclamam de origem irlandesa. Um amigo meu irlandês (da parte grande da ilha) em visita a NY mandava sempre àquela parte cada vez que um deles tinha o desplante de se afirmar compatriota ("no, me boy, you're american!").
"A outrora chique e selecta 5a Avenida veste-se de verde para acolher a parada que exalta o Santo Irlandês mais comemorado dentro e fora da pequena parte da ilha."
Que belo naco de prosa!!...
Faço minhas as palavras de dorean paxorales. Mas... ummm, partindo da noção simplificada que apresenta, poderá até pensar bem no que toca a quase todos esses nomes. Mas não nos irlandeses. Se fala numa perspectiva coca-cola-hollywood-stars&stripes, haverá muitas imagens mais americanas que as de Scarlett O'Hara ou de John Kennedy?
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