26 novembro 2008

Arqueologia de mim

Faz hoje vinte anos que comecei a namorar com o meu primeiro amor. É estranho chamar-lhe primeiro amor, está tudo tão distante que chego a acreditar que nunca aconteceu. Fecho os olhos e decido ser arqueóloga de mim mesma. O primeiro beijo numa escada e a certeza de que era mais do que um beijo (o dois na casa das dezenas), os telefonemas longuíssimos por coisa nenhuma (o zero na casa das unidades), a primeira vez que ouvi amo-te com a surpresa aterrorizada de quem não sabe o que fazer com isso (vinte anos?). Poderia jurar que nunca aconteceu, não fosse ter-me lembrado do dia do mês e do ano em que comecei a ser uma pessoa crescida.

4 comentários:

Misterioso disse...

É a vida e tem boa memoria. lol
bonito blog passe tb pelo meu.

Clara disse...

10 anos?????????????? Amo-te???????? Ai...a minha filha tem 9....(medo).

sete e pico disse...

20 anos depois, com o quase quatro na casa das dezenas, éincrivel a boa memória que se tem para recordar os aniversarios do começo dos amores.

Alvaro_C disse...

Memória é sobrevivência. E se esquecemos essas coisas sobrevivemos de quê?
Como compeendo os Japoneses de máquina na mão. Sobrevivência desesperada.