Pego na caixa e sento-me a estudar o trabalho que me espera. Olho de um lado e de outro até decorar as medidas. Dizem que não se pode mudar ninguém, mas eu não acredito. Começo pela vaidade e corto aquele pedaço ali, entre o queixo e o peito, aquele pedaço que te faz dizeres-me que nunca encontrarei ninguém como tu. Pego num resto de tristeza que herdei da minha avó e prego-a no teu ombro, e livro-me do peso que carrego. Não posso esquecer a minha fotografia e coso-a ao lado esquerdo do teu peito.
Agora posso ir-me embora. Já não és a pessoa que amei.
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