12 janeiro 2009

Quem vê caras

Estávamos já a meio da noite na discoteca da praia, onde se cruzam três gerações de veraneantes aficcionados à pequena aldeia que continua a resistir ainda e sempre aos invasores (o mau tempo constante e as ondas de 3 metros de altura costumam chegar para afastar os que procuram paz e descanso no mês de Agosto).

Uns amigos dos meus tios vêm contar-me da sua epifania da noite, fermentada em whiskey malte 12 anos. A tua irmã tem uma beleza moderna, vê-se que é uma miúda do seu tempo; mas tu, tu tens uma beleza distinta, intemporal, poder-se-ia imaginar-te em qualquer século com qualquer roupa e estarias sempre bem.

Está a dizer que tenho cara de camafeu?

Fica aflito, não, não é nada disso, estou a dizer que és bonita.

Sim, eu percebi, mas um camafeu daqueles de pôr ao peito, tipo broche, acha que tenho cara de broche?

(silêncio consternado e estupefacção total)

Também não é isso que estou querer dizer, estou a falar daquelas pregadeiras com caras antigas... olhe, quer um golinho do meu gin tónico?

5 comentários:

o chofer a dançar com a criada disse...

hahahahhahah, genial!!! brilhante!! parabéns!!!

na prise és bestial disse...

Os amigos dos tios - essa grande instituição movida a gin tónico e cerveja - levam uma abada da beleza intemporal. Vai buscar.

sete e pico disse...

arrefinfa-lhe!grande historia.

gerou-se a confusão natural disse...

E deixaste-o de cara à banda!Boa.

foi dançar a bossa nova disse...

o que já me ri!!