Zango-me, indigno-me, pergunto-me porque é que as pessoas se demitem de participar na vida pública, cívica ou política, em Itália. Porque é que se desinteressam de tal forma que permitem que Berlusconi tenha de novo subido ao poder.
Porque é que os italianos acham que não merecem melhor?
Vem-me à cabeça a música de Di Gregori. Acredito que ainda haja uma Itália que mantém os olhos abertos durante a noite triste, uma Itália que resiste. Até quando, por quem?
Viva l'Italia, l'Italia liberata,
l'Italia del valzer, l'Italia del caffè.
L'Italia derubata e colpita al cuore,
viva l'Italia, l'Italia che non muore.
Viva l'Italia, presa a tradimento,
l'Italia assassinata dai giornali e dal cemento,
l'Italia con gli occhi asciutti nella notte scura,
viva l'Italia, l'Italia che non ha paura.
Viva l'Italia, l'Italia che è in mezzo al mare,
l'Italia dimenticata e l'Italia da dimenticare,
l'Italia metà giardino e metà galera,
viva l'Italia, l'Italia tutta intera.
Viva l'Italia, l'Italia che lavora,
l'Italia che si dispera, l'Italia che si innamora,
l'Italia metà dovere e metà fortuna,
viva l'Italia, l'Italia sulla luna.
Viva l'Italia, l'Italia del 12 dicembre,
l'Italia con le bandiere, l'Italia nuda come sempre,
l'Italia con gli occhi aperti nella notte triste,
viva l'Italia, l'Italia che resiste.
Francesco di Gregori, Viva l'Italia, 1979
Beppe Grillo é um dos poucos que não desiste. No seu blog continua a denunciar a falta de liberdade de expressão na comunicação social, a quantia que o Estado gasta em subsídios à imprensa, o número de deputados eleitos com condenações judiciais, e a anunciar as suas actividades - entre as quais o V2 - vafancullo day 2. Que já aqui tínhamos referido. Aqui podemos ver alguns dos motivos pelos quais no próximo 25 de Abril os italianos vão sair à rua. Para além do anão, claro.
2 comentários:
Que o "Berlusco" seja uma figura algo... bem... (nunca gostei da base a escorrer naqueles colarinhos impecáveis - e um bom colarinho é coisa rara hoje em dia)...enfim, que ele seja a figura que é, não há grandes dúvidas.
Fez a sua vida profissional na comunicação social, é um facto (o Balsemão também). Como outros fazem na recolha de lixo, na agricultura, nos téxtis, enfim, em sectores económicos.
Não percebo porque a tua dúvida metafisica é sobre a "demissão" dos italianos ao invés de ser sobre as razões que os levou a fazer essa escolha de forma tão clara?
que os levaram, digo.
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