24 maio 2009

1001 maneiras

Tentei cortar os pulsos, mas doia quando a faca penetrava na pele.
Depois pensei em comprimidos, só para descobrir que não tinha nenhuns em casa e a farmácia mais perto era longe demais. A injecção de ar, por não ter seringas em casa, também estava fora de questão.
Electrocussão, demasiadamente dramática; veículos em movimento ou saltos da janela do prédio demasiado espalhafatoso - um suicídio é, afinal, um acto íntimo e privado.
Afogamento na banheira parecia-me ridículo e ingestão de venenos, detergentes e afins, pouco saboroso.
Optei por sintonizar a RTP1 no festival da Eurovisão. A menina da Turquia paralisou-me com as suas ancas saltitantes e o tutu da Albanesa desferiu o golpe da misericordia.
Vejo-vos na próxima vida!

3 comentários:

Anónimo disse...

Duvido que tenha morrido mesmo. É que quem cresceu com os jogos sem fronteiras, o festival da canção e os desenhos animados checoslovacos - para não falar dos novos horizontes, do 70x7 e da tv rural - resiste a quase tudo...
Se não é o caso: RIP.

8 e coisa 9 e tal disse...

Depreendo pelo seu comentário que nao tera sintonizado o aparelhito no referido programa, caso contrario concordaria comigo que as arábicas Doce, a Dora e sua alface verde e até mesmo o Carlos Paião e os seus paionettes prateados estavam uma miríade de furos acima dos concorrentes que se apresentaram em Moscovo.
Quanto ao Eng Sousa Veloso, tenha lá paciência e não faça pouco desta figura cabal da iconografia nacional.

Anónimo disse...

Eu, pecador, me confesso... Não sintonizei, não. E ainda bem, pelos vistos.
Quanto ao eng. Sousa Veloso, tem toda a razão. Fui particularmente injusto.
Assim sendo, rezarei pela sua alma.