25 janeiro 2007

A questão não é assim tão simples

No domingo vi um genial sketch dos gato fedorento que a fuckitall descobriu antes de mim. Apresenta-se o senhor do movimento epá,vamos lá ver, a questão não é assim tão simples.
Eu vou votar sim dia 11 de Fevereiro, tal como o fiz no anterior referendo. Penso que todos nós que votamos, de qualquer dos lados, nos agarramos a motivos diferentes.
Há argumentos idiotas de ambas as partes, mas também há argumentos inteligentes de cada lado. Para mim a questão é a de não concordar com a criminalização das mulheres que o fazem, dos homens que as apoiam (os que se demitem da decisão e da acção era trabalhos forçados à comunidade), e dos médicos, enfermeiras, parteiras e amigos que permitem que tal possa acontecer.
No entanto, tenho muitas dúvidas sobre muitas questões. Quanto mais leio e penso, menos certezas tenho sobre quando começa a haver vida. Quanto mais leio e penso, mais me revoltam as pessoas que usam e abusam do aborto, como se fossem tirar um quisto incómodo.
É evidente que azares acontecem a qualquer um, mas somos responsáveis pelos nossos actos e há que saber que o que fazemos tem consequências para nós e para os outros. Em tudo na vida, e também no que se refere à sexualidade e à reprodução.
A mim também já me aconteceu usar um preservativo que não cumpriu a sua função. Não fiquei à espera para saber se me chegava ou não a menstruação, tomei a pílula do dia seguinte. Para além das dores, provocou-me uma hemorragia monumental e um mau estar geral bastante considerável, além dos pensamentos "será que tinha uma criatura a multiplicar-se dentro de mim?"
Penso que para se chegar a uma situação em que se tem de decidir abortar ou não há que ignorar uma data de pontos de controle intermédios: conhecer as alturas férteis, usar contraceptivos, recorrer à pilula do dia seguinte (que já nem exige receita nem nada).
Espero que o sim ganhe e que todas estas questões continuem a ser discutidas, porque não é com um referendo que se fecham os temas.
A minha intenção de voto é muito clara - voto SIM. Mas pestanejo.

20 comentários:

sete e pico disse...

De facto, vamos lá a ver, a questão não é assim tão simples. As questões que levanta a polémica do aborto continuarão para além do dia 11. È preciso discutir e implementar a educação sexual nas escolas, aumentar o acesso aos métodos de planeamento familiar, modificar o sistema de saúde no que diz respeito as direitos sexuais e reproductivos, continuar a convencer os homens e as mulheres a usarem métodos contraceptivos durante as relações sexuais, etc, etc, etc. Muita pedra há por partir nesta questão.

Quanto à questão que levantas sobre o uso e abuso do aborto é também uma questão complexa. Estou de acordo contigo que o aborto não deve ser utilizado como um método contraceptivo recorrente. Mas não acredito, e estatísticas de outros países como Espanha o demonstram, que a legalização ou não do aborto esteja directamente relacionada com a sua legalização. Depois, e ainda que haja algumas, poucas, mulheres que o utilizam com muito mais frequência do que o desejado, violentando-se a si próprias, acho que isso está relacionado com uma certa incapacidade de assumir o seu corpo e a sua natureza reproductiva, não controlando os seus ciclos ou talvez assumindo esquemas mentais onde a possibilidade da reprodução não esteja ainda bem resolvida, não sei, isto sou eu a divagar e além disso aqui não se trata de atirar pedras, já todas passamos por situações delicadas, não se trata de dizer eu é que fiz bem tu fizeste mal. De qualquer forma, duvido bastante que alguma mulher o faça, e as poucas que conheço nesta situação assim o confirmam, como se se tratasse da remoção de um quisto indesejado. O aborto SEMPRE traz sofrimento, o que passa é que há quem se defenda melhor e quem leve mais tempo a aprender a defender-se e a planificar melhor a sua vida e o seu corpo.

Para este referendo voto sim sem pestanejar, o aborto não deve ser criminalizado, e toda a gente, e muito em particular as mulheres, devem ter direito a decidir.

Para todas as outras questões que estão por detrás e que reclamam medidas e mudanças do actual sistema juridico e de saúde, as minhas pálpebras não param.

E nestes consensos e não consensos, pois uma personalidade multipla não é um bloco indivisivel e a sua riqueza está na sua diversidade e nas suas divergencias, gostei muito desta tua posta.

na prise és bestial disse...

Bom texto. Estou cansada de tantas certezas de ambos os lados - como se na questão do aborto fosse proibido qualquer outra posição que não seja a convicção absoluta.
Como tu, também eu pestanejo. E voto Sim no dia 11 de Fevereiro.

8 e coisa 9 e tal disse...

Há todo o interesse em que o sim ganhe: para que se possam de facto discutir estas e outras questões, sem ser necessário fazer reuniões clandestinas de abortantes anónimas e seus apoiantes.

Apenas quando o aborto deixar de ser crime se pode começar a fazer o que eu penso que deve ser feito, um acompanhamento obrigatório às mulheres e homens que o fazem DEPOIS da intervenção, para que se discuta abertamente (individualmente ou em grupo, penso que a segunda é mais produtiva) os motivos pelos quais foram necessários a IVG e o que fazer no futuro para o evitar. E fazê-lo de facto.

Claro que percebo que qualquer aborto deve ser doloroso, mas então admitindo isso como dogma as mulheres que os usam repetidas vezes são masoquistas? Ou têm baixa inteligência sexual? Ou um azar cósmico kármico que as leva a engravidar a cada duas por três, sem darem por nada?

Se é a última hipótese, se calhar é um recado biológico ou divino para o aceitar. Se é a segunda, eduque-se. Se é a primeira, a gente oferece um chicote.

O que não suporto são as posições fundamentalistas, os sim e os não automáticos. Quanto mais sei mais dúvidas tenho, mas parece que a todos os demais lhes acontece o processo inverso. O que não deixa de ser curioso.

Sete, só para deixar bem claro: não é meu hábito desatar a dizer o que é certo e errado, sei lá eu o que isso é. No entanto, acho que uma mulher que fez 30 abortos deve-se estar a enganar em qualquer coisa. Mas às tantas sou só eu que tenho mau feitio.

Posso não concordar com o que ela faz, mas voto para que o possa fazer em segurança. Na esperança que se crie o tal grupo de acompanhamento que possa evitar essas situações no futuro.

sete e pico disse...

só uma achega ao teu comentário, oito (ai chega chega a minha agulha) esse acompanhamento obrigatório que falas deveria ser realizado antes, pois com ele podem-se inclusive prevenir que se faça a intervenção, muitas pessoas precisam de acompanhamento psicologico para poder decidir se de facto é isso que querem ou não e que hipoteses têm.

quanto ás sucessivas gravidezes, não parece que sejam nenhuma das tres alternativas, quanto muito poderia haver algo da primeira, só digo é que por vezes as nossas dinamicas mentais não são tão simples de categorizar. Lá está, ó pá, vamos lá a ver, a questão não é assim tão simples.

8 e coisa 9 e tal disse...

querida sete, no antes já se fala e muito. Não há quem não saiba como se evita uma gravidez. O que há muitas vezes é um calor do momento ou um azar (já nem falo nos casos de violação, que caem completamente noutra categoria).

Quanto aos azares não há nada a fazer, a não ser explicar muito bem explicadinho que em vez de se ficar à espera que o periodo apareça e acender uma vela ao Sto. António a coisa mais inteligente a fazer é tomar a pilula do dia seguinte. Vai-se à farmácia, custa cerca de 3 euros, tomam-se dois comprimidos e a dúvida nunca há-de chegar. A primeira a decidir és tu.

Quanto aos calores, explicar que acontecem a todos nós; mas se não se tem maneira de fazer sexo com contracepção NÃO fazer amor com penetração. Ele há tanta maneira de gozar os calores sem arriscar uma gravidez indesejada. Para além de que existe também um risco ainda mais elevado de se apanhar uma qualquer doença sexualmente transmissível, que são chatas como a potassa, e além do mais podem matar sem passar na casa partida e sem ganhar dois contos.

Tudo isto é mais que óbvio? Se fosse, não havia gravidezes indesejadas. Y que las hay, las hay.

Anónimo disse...

Vocês mais um bocadinho e estão a dizer que o melhor é cada um dormir na sua casa.
Eu sou contra o aborto, mas sou a favor da legalização e que se possa fazer em sítio decente.
Poucas mulheres repetem um aborto, claro que há sempre as excepções que confirmam a regra.
O teu companheiro avisou-te que o preservativo não estava bom, mas há os que nada dizem e como saiu pouco elas que também se vêem não dão por isso. Vai-se a ver ficou grávida.
Os ciclos só se sabem quando a mulher é certa e há imensas cujos ciclos são uma confusão.
E por aqui fora. Não caiam no outro fundamentalismo que é de dizer quantas vezes se pode ou não fazer. Se fizerem mais vezes do que as indicadas voltam para o clandestino?

sete e pico disse...

Oito, referia-me ao antes do aborto, ou seja, quando já se está grávida, e se (deveria) pode(r) decidir se se quer de facto fazer a intervenção. Neste antes não se fala muito, apesar de algumas clinicas o fazerem, pois enquanto for o aborto for clandestino, nãovão ser contratos profissionais que possam exercer o devido acompanhamento (psicológico) ás mulheres ou aos casais que pensem no aborto como uma solução.

Então se partimos do principio que ninguém faz um aborto por gosto, que a legalização não leva a que os abortos aumentem, o que se tem a fazer é pensar em planos de acção para aumentar o sucesso do planeamento familiar. E de novo digo, são poucas as mulheres que têm sucessivas gravidezes e apostaria que na maioria dos casos não é por falta de informação, há outros tipos de dinâmicas mentais por detrás, não devemos é tomar a parte pelo todo. Nem sempre podemos racionalizar as atitudes da forma que consideramos ser a mais correta. Por exemplo, há mais de 15 anos que se sabe que a sida existe e antes dela ser de facto falada como um grande fenónemo de saúde publica, quantos de nós não fizemos amor sem preservativo, apesar de se saber que era perigoso? Hoje em dia acredito que pelo menos aqui em Portugal, já sejam poucas as pessoas que o façam mas há 15, 10, 5 anos atrás? E estava aí a informação, só que a mentalidade leva tempo a mudar e nem todos/as temos o mesmo tempo interno.

Quanto aos grupos de acompnhamento do depois venham eles, são de facto fundamentais.

Acho que todas estas dúvidas que lanças servem para visibilizar que isto é só um passo para a resolução do problema, a legalização será um passo importante sem dúvida,mas inicial, tudo o que há para fazer depois que ganhe o sim é muito mas muito maior e o Estado (e a sociedade civil) tem de ser ir preparando para fazer planos de atenção em saúde sexual e reproductiva que tenham pés, cabeça e coração.

8 e coisa 9 e tal disse...

Quando era mais nova, e para aí até aos 20 e picos, a questão para mim era clara como água. Engravida-se sem querer ou sem poder aborta-se, é uma merda mas é assim. Agora a água anda meia turva. Não me parece que a questão seja assim tão líquida.

Daí me parecer importante frisar tudo o que se pode fazer até lá chegar. Daí que me choque a banalização. Daí que entenda as mulheres que consideraram essa hipótese e não tiveram coragem para o fazer. Daí que entenda também as que tiveram que o fazer, apesar de terem de enfrentar situações miseráveis e degradantes - os sítios, os olhares externos e internos, as dores, a perda.

Voto contra a criminalização do aborto, voto para que quem o tenha que fazer não tenha que correr risco de vida ou prisão.

Espero, no entanto, que o meu voto sirva para mudar mais do que uma lei.

Filipe M. Reis disse...

VOTAREI SIM por

AMOR ÀS CRIANÇAS
AMOR ÀS MULHERES
e

sobretudo

POR AMOR À LIBERDADE que é um bem escasso,cada vez mais escasso nos tempos que correm.

O resto são tretas conservadoras ou, no caso desta posta, uma tentativa de fazer um argumento que já conhecemos bem: engolir sapos. Acho o argumento desonesto porque, nestas matérias, ninguém tem que engolir nada. E acho irresponsável que se diga voto sim mas exijo mais educação sexual nas escolas ou, pior ainda, contenção nas relações sexuais... há passagens em alguns dos comentários a esta posta que o Bispo de Bragança e todos os diáconos remédios deste país poderiam subscrever e incluir nas suas homilias dominicais.
Desculpem a franqueza mas é o que penso de todos estes "ses" e "mas" e "talvez" e "pestanejos".
Beijos a todas as múltiplas.

Anónimo disse...

voto SIM (pelo valor fundamental da liberdade, subscrevendo na integra o filipe m reis)

sem pestanejar.

com SIM ou NÃO o que se passa com elas envolve mais do que pestanejar.

a minha contribuição é para minimizar isso.

na prise és bestial disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
na prise és bestial disse...

Caro Filipe Reis,acreditas mesmo que a liberdade "é um bem escasso,cada vez mais escasso nos tempos que correm"?
Duvido que os diáconos e bispos deste país subscrevessem alegremente e incluissem nas suas homilias o argumento deste post e da maioria dos comentários que se fizeram em torno dele. Isso não poderia acontecer porque essas pessoas - e sobretudo a posição que elas representam - não admitem dúvidas.
É engraçado que as dúvidas (e a sua manifestação) causem tanta alergia.

Anónimo disse...

Ó Filipe e anónimos vários,

Ter essas certezas todas deve ser bestial pá. Invejo...
Os fundamentalistas do SIM que se atirem ao garganete dos que dizem que votam NÃo e não dos que dizem que votam SIM com um nó na garganta. Merecemos respeito pela nossa franqueza (que vocês pelos vistos vêem como fraqueza). Pois que seja....
E vamos lá votar Sim e acabar com esta palhaçada toda. Talvez assim os fundamentalistas procurem outras causas fracturantes que estejam necessitadas dos seus prétimoss fundamentalistas...

sete e pico disse...

Caro Filipe, não consegui entender porque considera irresponsáveis os argumentos apresentados, fazem parte do processo de dúvidas y de reflexão sobre este assunto, que de facto, não é tão preto no branco, apesar da intenção de voto estar bem clara para todas as múltiplas, ainda que os argumentos variem para cada uma de nós.

Depois, a questão do aborto não é só uma questão das mulheres apesar de as atingir mais directamente. Há médicos/as, parteiras e outros profissionais envolvidos que também correm risco de julgamento. Além disso, uma gravidez nunca se faz sozinha, como já deve saber, Por isso o argumento de amo as mulheres, amo as crianças, não me diz grande coisa, acho que aquilo que quer dizer é que ama a liberdade de poder escolher o que se quer fazer com a vida e aí sim, estou de acordo consigo.

mas de novo repito, as coisas não são preto no branco e a discussão sobre o aborto não se esgota num sim ou num não, oxalá fossem as coisas assim tão simples. E vivam as dúvidas!

8 e coisa 9 e tal disse...

Diz o Filipe "acho irresponsável que se diga voto sim mas exijo mais educação sexual nas escolas ou, pior ainda, contenção nas relações sexuais".

Curioso.

Eu falei de educação sexual lato senso e de maturidade e responsabilização das pessoas sexualmente activas.

Devo portanto presumir que achas mal que se lembre o que fazer para evitar gravidezes e doenças indesejáveis, e que se faça entender às pessoas que fazer amor não implica penetração desprotegida. Ou que apenas as pessoas que votam não o podem dizer? Ou que é pena ser mulher, porque passei ao lado de uma brilhante carreira de seminarista? Se os padres andam a ensinar técnicas de fellatio, cunilingus, masturbação mútua e outras que tais, às tantas era bem capaz de ser divertido.

Quanto à tua declaração de amor pelas mulheres e crianças, atenção ao juiz Rui Teixeira. E para quem ama a liberdade, exclamada e gritada toda em maiusculas, dizendo que é um bem escasso, é curioso que condene a liberdade de expressão.

Filipe M. Reis disse...

Cara na prise és bestial: Acredito. É um dos tropos ao qual se pode aplicar, com propriedade, a noção formalista de "bem escasso". Mais: a outro nível, talvez, também o conceito de "prisão psíquica".
Para manyfaces: ó pá deixa-te de palhaçadas e não deixes que os 150 caracteres de fama na blogoesfera te toldem o juízo.Fundamentalismo? Estamos a falar aqui de direitos fundamentais, pá.Questões fracturantes? Vê lá, pá, se não fracturas a carola ao tentar ser bem pensante usando chavões que não são para aqui chamados. É que ser pensante é,bem entendido, muito diferente de pensar.
Cara sete e picos: estamos de acordo. A liberdade é o princípio fundamental. O resto (as crianças, as mulheres) são valores e opções pessoais que não imponho a quem não queira ter filhos, aos celibatários, aos casais homosexuais, etc.

Filipe M. Reis disse...

Essa do juiz é boa. E a acusação de que "condeno a liberdade de expressão" é, no mínimo, hilariante. Quando não há argumentos tenta-se a graçola barata e a insinuação torpe. Nos comententários que fiz sobre este assunto assinei com o meu nome. Talvez pudesse dizer o seu nome 8 e coisa 9 e tal e assim ficaríamos em igualdade de circunstâncias. Só para o caso de o teixeira decidir investigar. nunca se sabe, nos tempos que correm onde a liberdade é um bem escasso. o meu nome já ele sabe. falta é divulgar o seu.

8 e coisa 9 e tal disse...

E já agora diz-me lá, em que é que assinar o meu nome e apelido, tal como constam no BI, vem adicionar alguma coisa a esta conversa?

O que eu escrevo aqui é o que eu digo e defendo com a minha cara e o meu corpo a quem me ouvir. E como TU sabes perfeitamente quem eu sou, não consigo entender esta converseta.

A liberdade de expressão não acaba na possibilidade de dizermos o que pensamos; continua no respeito pelas posições uns dos outros. Quem não admite dúvidas em si e nos demais, mais!, que não admite que possam haver posições diversas das suas e que sejam válidas está a fazer um péssimo serviço à liberdade que apregoa.

Filipe M. Reis disse...

8 e coisa 9 e tal:
não vejo onde podes ler que não admito posições diferentes das tuas. Apenas me manifestei contra a tua posição ambígua. E estou no meu direito de o fazer em nome das minhas convições. Provavelmente estás pouco habituada a que discordem de ti e daí teres feito todo este banzé. A tua primeira resposta, de modo particular a parte final com as alusões à
pedofilia é de um mau gosto atroz (e fico-me por este qualificativo pois não descerei ao nível a que desceste). Pensei que quizesses discutir o assunto de forma séria. A razão que poderias ter perdeu-se nessa resposta tão infeliz. Sabes, ser bem pensante não significa pensar bem.

8 e coisa 9 e tal disse...

Reli a posta que escrevi e continuo a pensar da mesma forma. Lamento que o tom da discussão se tenha aceso desta forma, e que em vez de se congratularem pelo facto de eu votar sim, os mais absolutistas sobre o tema se indignem com as minhas dúvidas e perplexidades. Se eu votasse não nem quero imaginar o carnaval que seria.

Usei um tom mais jocoso nalguns comentários na tentativa (evidentemente vã) de aligeirar os ânimos, tendo como resultado o efeito oposto. Lamento, mas a vida é assim, de vez em quando entendemo-nos outras não.

Agradeço a quem se inflama e responde de forma agressiva aos restantes comentadores e postadores desta casa que respire fundo e conte até 1o da próxima vez que tiver vontade de o fazer. Ou que se abstenha de comentar se a inspiração e expiração não forem suficientes para evitar epitotos menos simpáticos. Pela minha parte evitarei ironias incompreensíveis fora do meu circulo de amigos (que felizmente não se ofendem com as minhas graças, por menos gosto que possam ter)