14 janeiro 2007

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Acabo de ver o programa dos grandes portugueses na RTP, e não foi sem alguma surpresa que lá encontrei o Hélio Pestana, actor dos morangos com açúcar. Não só isso como o facto de ele ter ficado à frente de pessoas como Natália Correia, Almeida Garrett, D. Joao V, Miguel Torga, Vieira da Silva, Paula Rêgo, António Lobo Antunes, Gil Vicente, António Champalimaud e Jorge Sampaio. Suponho que ele tenha sido escolhido como símbolo do maravilhoso mundo televisivo, porque que eu saiba o rapaz para além de ter franzido o sobrolho na novela da tarde poucos mais feitos se lhe conhecem.
Mas já se sabe que o povo é quem mais ordena, e se os putos gostam dos morangos também têm direito a votar.

Surpresa das surpresas foi dar de caras na mesma lista com Maria do Carmo Seabra, cuja única vida pública de que se tem memória (e não da boa) é ter sido ministra da educação durante os (felizmente) breves 8 meses que durou o governo de Santana Lopes. Ora esta senhora não só ganhou a posição nº 58 entre os maiores portugueses que já existiram desde que somos um país como passou um bigode a todos os anteriores mencionados e ainda ao Bocage, Sobrinho Simões, Ricardo Araújo Pereira, Gago Coutinho, Fontes Pereira de Melo, Afonso Costa, Carlos Lopes, D. Maria II, Herman José, Cristiano Ronaldo, Otelo Saraiva de Carvalho, Bartolomeu Dias, Vítor Baía, D. Afonso III, António Teixeira Rebelo, Rosa Mota, D. Leonor, Mariza, D. Carlos I e ao Padre António Andrade. Pois, então não. Se ela até é mais popular que o Hélio Pestana!
Se isto não é um sinal do enorme sentido de humor português, eu não sei o que seja. Isso ou é a senhora com mais vizinhos, amigos, familiares, conhecidos e afins de Portugal.

Também gostei de ver o Alberto João Jardim na posição 52, especialmente porque na 51 aparece a Padeira de Aljubarrota.
Este é sem dúvida um programa de enorme utilidade pública.

6 comentários:

sete e pico disse...

Lindo! Gostei particularmente do mano a mano entre Alberto João Jardim e a padeira de aljubarrota.

A memória histórica dos potenciais eleitores é de facto escassa e curta, mas de facto o conceito de grandes portugueses/as presta-se a este tipo de resultados.

Ruiva disse...

Não me levem a mal, mas não acho piadinha nenhuma ao programa, e muito menos à ideia do dito!
1º - os feitos de uma pessoa são o resultados de muitas circunstâncias: - tempo histórico, educação, país, outras pessoas, intempéries, catástrofes, violência, interesses, (in)justiças, paz/guerra, filhos, filhas, sol, chuva, and so on, and so on... Isto é, nenhum homem ou mulher é uma ilha isolada, e as circunstâncias que levaram alguém a se destacar em determinado tempo, noutro tempo ou espaço essa pessoa poderia ser confinada ao triste lugar de zero à esquerda, cuja memória perduraria, no melhor dos casos, durante o seu tempo de vida...
2º - Um país é feito de muitos homens e mulheres que o compõem e sem o seu contributo não passa de um lugarejo num qualquer mapa.
3º - Infelizmente a história é sempre feita pelos vencedores que só eternizam uma elite...
4º - NUNCA ESQUECER: A história é feita sobretudo e na sua maioria por uma massa de povo anónima que contribui para determinado resultado e sem a qual determinadas pessoas não se poderiam distinguir - para o bem e para o mal!
No entanto, acrescento que, percebo que em momentos de crise generalizada haja a necessidade, por parte dos poderes instituidos, de galvanizar as massas de forma a dar-lhes algum motivo de orgulho. Eu disse que percebo, não digo que concordo!
Mas, depois deste sermão todo só tenho a dizer que infelizmente não fiquei nada surpreendida com os casos do rapaz morango e da senhora que quis brincar às ministras da educação, entre outros e outras... Se bem que ainda tive algumas simpáticas surpresas também...
Em relação a presenças femininas poderia ter sido muito pior, mas muito mesmo...

Ah! E já agora: - Bom ano às multiplas!

8 e coisa 9 e tal disse...

ó ruiva, nós por cá somos pela liberdade de expressão, haviamos lá de nos importar que não gostes do programa... aliás, quem escreve uma posta assim também não é grande fã, nem do dito nem do conceito. No entanto, parece-me que tem o mérito de pôr as pessoas a pensar na história e nos feitos, o que nem é nada mau.

é evidente que pessoas que tenham um protagonismo mais recente obtenham votos, como o cristiano ronaldo em vez do coluna ou do José àguas.

A lista apresentada é-me indiferente que seja por ordem ou não; tanto a Paula Rêgo como o Herman José têm uma obra considerável na história de portugal, apesar de me parecer que a primeira é bem mais interessante e intemporal que o segundo, mas aí jogam os fenómenos de popularidade generalizada sobre os quais se baseia a dita eleição.

Quanto ao padre António Andrade, de quem fiquei a conhecer vida e obra através do programa, olha alguma coisa aprendi que nem sabia da existência de tão interessante criatura e respectivo trabalho.

Enfim, ao menos deu-me para uma posta, o que pela escassez de ideias e piadas que de vez em quando me assaltam, já não é nada mau.

Ruiva disse...

ok, ok!
Que eu também não tenho nada contra a libardade expressão, entenda-se!!!!
Mas, sei lá, é cá um bichinho que se me dá, quando as pessoas teimam em tomar a parte pelo todo... Olha, chama-lhe defeito profissional (só falta mesmo o promenor da profissão)!

Anónimo disse...

Eu gostava de estar na lista....
É bom para o ego.

dizia ela baixinho disse...

o q eu gostava de ter visto era uma mulher no top ten final. ficou a amália em 14º lugar.

'tá mal...

(não gostava nada de fazer parte daquela lista!)