05 setembro 2006

Apelo à reprodução

Leio um artigo sobre a quebra da natalidade no mundo. No mundo mesmo, em todos os continentes aumenta a uma taxa aterradora o número de pessoas sem filhos - vá-se lá saber porquê contabilizam as "mulheres", como se sendo a incubadora fossem as únicas responsáveis. Salvam a mão numa parte mais à frente do artigo em que dizem que são maioritariamente os homens que não querem crescer e multiplicar (a ordem dos factores neste caso é mesmo arbitrária).
Avançam as mais variadas explicações, desde a carreira, o tempo livre, o aumento de poder económico que vem com a ausência de crianças para alimentar, vestir e educar. Dizem que sem ser em alturas de guerra ou de extrema pobreza é um feito nunca visto, e ainda mais espantoso porque não está relacionado com um tipo de cultura ou sociedade em particular.
Eu olho para as pessoas que conheço e verifico que a maioria não tem filhos, ou exibe a módica quantia de um por casal (e na sua maioria são casais já separados). Uma das minhas primas estraga-me a estatística porque espera a todo o momento o nascimento da quarta criatura do mesmo homem, com quem está desde os 15 anos (há uma catrefada de anos, portanto).
Ter filhos deve dar uma trabalheira monstra, mas uma amiga minha garante-me que só custam os primeiros 20 anos. E, como todos sabemos, 20 anos passam a correr, uma pessoa distrai-se e pimba, já está nos 30 e a somar.
Já que não temos reis nem rainhas para darem o exemplo de multiplicação, e como os nossos líderes políticos não são bitola em termos de vida pessoal, vejamos as revistas cor de rosa que vendem mais que qualquer jornal ou revista de referência em Portugal: a Bárbara Guimarães e o Manuel Carrilho, a Catarina Furtado e o João Reis, a Fernanda Serrano e o Pedro Miguel Ramos, a Marisa Cruz e o João Pinto, a Isabel Figueiras e o César Peixoto.
Se até o José Castelo Branco conseguiu deixar descendência, quem somos nós para nos ficarmos atrás?!

2 comentários:

Anónimo disse...

ou então temos o quasi-divino exemplo dos membros da Opus Dei que têm entre 4 a 6 filhos.

O pior é que são 4 a 6 alminhas que quando crescerem vão foder o juizo a muita gente e quem já tem o juizo fodido não lhe apetece foder outras partes do corpo.

A reprodução não é apenas biológica mas também das condições sociais.

Anónimo disse...

ter filhos ou não ter filhos, eis a questão. O que às vezes esquece a quem escreve esses articulos é de falar também na falta de condições sociais e económicos de um Estado que incentiva no parlapie a reprodução mas depois não dá as condições suficientes para a manter, por ficar gravido/a e parir é uma coisa e depois manter. As creches publicas têm filas intermináveis(assim como as privadas), o abono de familia é a exorbitante quantia de 30 érios, a médica de familia é aquilo que já se viu no post lá de baixo, enfim, e isso já para não falar no tempo que sobra para criar filhos com qualidade, quando se está a trabalhar a tempo completo. Por isso ou se tem dinheiro e tempo, ou então os filhos únicos é mesmo a melhor opção e isso porque é o relógio biológico e psicológico que grita quero filhos. Independentemente de todo o anterior ser mãe/pai é mesmo uma experiência fantástica, com tanto de maravilhoso como de angustiante, mas sem dúvida recomendável...