31 maio 2009
Sobre sexo com mulheres mais velhas
Ainda não sei se qual dos atributos me incomoda mais. De qualquer forma, pouco importa porque quem me contou isto não o voltará a repetir. A ninguém.
A propósito de multiplicação
"O que é preciso é cada um multiplicar-se por si próprio."
"O desdobramento do eu é um fenómeno em grande número dos casos de masturbação."
(Pensamentos de Fernando Pessoa in Caderno Assírio e Alvim, oferta da minha amiga P.)
Caderneta do 8 e coisa
(obrigada, dorean, pela sugestão)
30 maio 2009
29 maio 2009
Última Hora
28 maio 2009
Alguém me ajude
27 maio 2009
é irritante
A morte de Ofélia
hoje irá morrer Ófelia no meio do seu sono profundo. viveu 84 anos.
tinha mau feitio e era teimosa. foi sempre a minha companhia nocturna de whisky e poesia existencialista escrita à janela do meu quarto, das leituras pela noite dentro, dos trabalhos a tinta da china fora de horas e dos eternos cigarros.
viveu 17 anos 12 dos quais na minha companhia, até que saí daquela casa que era tão dela como minha.
Ofélia! Ofélia!
obrigada pela amizade silenciosa que foi tão importante para mim.
26 maio 2009
Migalhinhas
1. Que o João (nome fictício), divorciado, que mantém há quase dois anos uma relação estável com uma mulher mais velha, continua a enganá-la com uma outra com metade da idade, sem que nenhuma saiba da outra;
2. Que a Maria (nome fictício), casada, conheceu, nas nano-férias que tirou com as amigas a aproveitar o 1º de Maio, um novo amor, que tem um cão - um labrador dourado chamado Spock- e uma família linda com dois rapazes e uma recém nascida, iguais a ele;
3. Que a Ana (nome fictício) que trabalha no gabinete ao lado do meu anda à procura de um novo emprego porque, aparentemente, se envolveu com o colega Jaime (nome fictício) e foi trocada por outra - que comenta afectuosamente todos os posts que o Jaime debita;
4. Que a Cristina (nome fictício), quarentona, não conseguiu esquecer o Manuel (nome fictício) e que lhe manda, todas as semanas, 'hugs', 'cuddles', 'hearts' e e-postais, desconhecendo que a mulher dele os consegue ler;
5. Que o Zé (nome fictício) é guitarrista numa banda de covers e costuma actuar num certo bar, todas as quintas, e que não deve trabalhar às sextas, pelo volume de mensagens, posts, updates e comentários que 'uploada' durante esse dia;
6. Que o Jorge (nome fictício) almoça das 13.00 as 15.00 e que deve ter sido deixado pela mulher, pois passou a aceder aos sites de interacção social a partir das 11.30 da noite e a fazer parte de uma série de grupos para solteiros, singles, divorciados, 'procuradores de companhia' e afins.
7. Que a Patrícia (nome fictício) teve mais um bébé lindo, que o marido não gostou nem queria.
Tudo isto e muito mais. Para todos verem.
hoje errei
25 maio 2009
Não há seis sem sete
Por detrás do espelho
Vejo que mudaste a tua fotografia num site social qualquer, que sabes que frequento, no dia em que chegaste de férias. Noto, em plano de fundo o Guggenheim, que eu adoraria visitar, como te indiquei. Reparo também que agora és 'amigo virtual' de duas amigas minhas, sem saber muito bem de onde se conheceram.
Tenho saudades de andar de bicicleta; lembro-me dos vários sms que me enviaste a perguntar onde comprar uma e dos outros tantos que recebi na tentativa de combinarmos um passeio, que nunca aconteceu. Eu deixei de poder, tu disseste que tinhas pena, pois via-la abandonada a um canto todos os dias.
Continuas online. Como ontem, anteontem, e todos os outros dias. E eu não digo nada.
Queres ir almoçar fora de novo? Só tens de me prometer que não irás colocar a tua mão sobre a minha e acariciá-la com o teu polegar, nem dizer que eu estou bonita hoje, nem que quando eu quiser basta dizer que te tornarás disponível - 'volto a colocar-me no mercado' - porque eu não quero, não gosto e não vou ouvir, nem ver, nem imaginar o que há muito percebi que desejo mas não posso, ou melhor, não devo, ou ainda, não arrisco sequer, porque, no fundo sou uma cobarde de merda sem vontade de nada.
Nem tudo o que parece é
24 maio 2009
1001 maneiras
Depois pensei em comprimidos, só para descobrir que não tinha nenhuns em casa e a farmácia mais perto era longe demais. A injecção de ar, por não ter seringas em casa, também estava fora de questão.
Electrocussão, demasiadamente dramática; veículos em movimento ou saltos da janela do prédio demasiado espalhafatoso - um suicídio é, afinal, um acto íntimo e privado.
Afogamento na banheira parecia-me ridículo e ingestão de venenos, detergentes e afins, pouco saboroso.
Optei por sintonizar a RTP1 no festival da Eurovisão. A menina da Turquia paralisou-me com as suas ancas saltitantes e o tutu da Albanesa desferiu o golpe da misericordia.
Vejo-vos na próxima vida!
23 maio 2009
Bifidus activo
22 maio 2009
Vamos lá a participar
Que fazer?
1. Ficar na cama a rebolar de um lado para o outro até que toque o despertador
2. Ver televisão
3. Responder a mails e actualizar o facebook
4. Fazer um chazinho de valeriana
5. Acabar o ponto cruz
6. Outras 1
7. Outras 2
Pede-se aos carissimos leitores deste blog que enviem sugestões para colocar nos pontos 6. Outras 1 e 7, Outras 2. A mais original integrará o primeiro e a mais votada o segundo.
21 maio 2009
Caderneta de curso
consecutivamente irritante
20 maio 2009
beijos via-andorinha
Quando era pequena, muito pequena, e tinha outras três irmãs pequenas muito pequenas também (vá, 1, 3 5 e 6 anos para aí) a minha mãe começou a passar quase metade do ano fora do país durante um bons anos, longe da nossa vista, portanto. A minha irmã mais velha ocupava-se de nós o melhor que podia. E para que o coração não ficasse demasiado longe da mãe, dada a lonjura da vista, tínhamos o seguinte ritual nos meses de verão:
Pespegávamo-nos as 5 à janela no final do dia e antes de ir para a cama:
- Estão a ouvir as andorinhas (como não? elas faziam ninhos por baixo do nosso telhado)?
- SIIIIIIIIIIIIIIIIIM (em coro)!
- Então vamos mandar muitos beijinhos que as andorinhas vão levar à nossa mamã.
E era assim que todas as noites beijávamos a nossa mãe-à-distância.
Hoje, a minha mãe muito mais perto do que outrora, recebeu certamente os beijos que lhe enviei via-andorinha.
Conversas de ocasião
Wishful thinking
- Estou?
- Olá, sou eu. Estás boa?
- Sim, mas que voz é essa? passa-se algo errado?
- Não....bem...euhhh, sim, quer dizer, talvez, não sei o que fazer.
- Então? Conta.
- É que fiz o teste e deu um risco azul. O que é que achas?
- Bem, talvez estejas grávida. Sabes que o teste tem uma fiabilidade entre 80 e 90 e tal porcento, mas há a possibilidade de falsos positivos.
- É, se cahar é isso...
- Mas como te sentes? tens as maminhas inchadas?
- Um pouco
- E dói-te a barriga?
- Parece que me está a vir o período
- Então é bem provável que estejas grávida. Porque não repetes o teste?
- Ahh... este já é o terceiro
O dia em que o tracinho apareceu azul
19 maio 2009
Teste de gravidez online*
- ler as instruções atentamente, com as mãos ligeiramente a tremer;
- retirar a tampa do teste e impregná-lo da necessária urina;
- colocar o teste em cima de uma superfície lisa:
- esperar os 5 minutos mais longos da vida;
- fumar vários cigarros, enquanto se roi as unhas;
- voltar ao local onde se colocou o teste e olhá-lo de esguelha;
- fumar mais um cigarro;
- pegar novamente nas instruções e ver a interpretação do resultado: 'se aparecer uma linha azul na janela maior, então é porque o seu teste é positivo e está grávida';
- dirigir-se muito lentamente em direcção ao teste, olhar para as duas janelas, respectivos riscos e...
[a tensão arterial desceu subitamente a oitoecoisa, que entretanto desmaiou, pelo que não pode divulgar o resultado agora. Pedimos desculpa pela interrupção, retomaremos a emissão assim que possível].
*este post é respostado por dois motivos: (1) porque está dentro do espírito do desafio proposto para hoje; (2) vá-se lá saber porquê, na lista de entradas no 8ecoisa via google este post ocupa a 2ª posição. Fica a interrogação: há (ainda) quem pense que é possível fazer um teste de gravidez online? Lamentamos, mas a resposta é um rotundo NÃO.
will you still love me tomorrow
17 maio 2009
Ouvisto com estes quatro que a terra há-de comer
Os animais são animais
16 maio 2009
Amante a dias
Resposta à caixa de comentários ou ao mail oitoecoisa arroba gmail ponto com.
15 maio 2009
a internet é muito boa mas faz mal ao meu trabalho
Porque os minutos seguintes desaparecem a querer ver mais.
14 maio 2009
12 maio 2009
O dia em que a realidade foi mais estranha que a ficção - Desafio fio fio em III Actos
Até podia parecer que no meio de um dia assim, a parte do almoço seria a melhor. Errado outra vez. Ainda fui na conversa do formador quando já perto da uma da tarde nos informou que apesar de existir ali uma cantina nas instalações da casa dos artistas, como era Domingo pouca coisa haveria para comer, a não ser talvez, umas omeletes que as cozinheiras se prestassem a cozinhar. E lá fomos nós, com o estômago a dar horas, direitos à cantina onde descobrimos ser hora de ponta. Os velhotes ex-actores e artistas estavam todos a almoçar aquela hora tal como nós, mas não omeletes. Havia à escolha carne ou peixe no forno com batatas e salada e sopa de legumes. Perguntei à senhora que servia se podia pedir qualquer um dos pratos e eis quando ela me informa que aqueles pratos estavam somente destinados aos residentes e que se tivesse sido informada mais cedo pelos formadores da workshop, poderia ter feito mais comida a contar connosco. De novo, senti as narinas a ferverem. Perguntou se desejava comer uma omelete ou uma sopa. Pedi só a sopa, sentei-me, comi e saí sem pagar. Que me desculpem os mais susceptíveis às questões da moral e dos bons costumes mas caralhosmafodam se eu não havia de tirar pelo menos um pequeno prazer daquele dia!
Definições
Raiva (s.f)
1. Doença própria dos cães, caracterizada por acessos furiosos; hidrofobia.
2. Grande irritação; fúria; ódio.
3. Prurido da dentição (nas crianças).
4. Espécie de bolo seco.
5. Ant. Infâmia; labéu; descrédito; mancha na reputação.
Contra (prep)
1. Denota as seguintes relações: oposição; inimizade; contradição; direcção; proximidade; encosto.
adv.
2. Contrariamente.
s. m.
3. Contrariedade, oposição; objecção; obstáculo; inconveniente. (Us. mais no pl.)
Luz (s.f)
1. O que (iluminando os objectos) os torna visíveis.
2. Candeeiro, vela ou outra coisa acesa.
3. Efeitos de luz imitados num quadro.
4. O que ilumina o espírito.
5. Claridade.
6. Brilho, fulgor.
7. Critério.
8. Evidência.
9. Ilustração.
10. Publicidade.
Morre (intr)
1. Cessar de viver.
2. Secar-se.
3. Extinguir-se, acabar.
4. Fig. Sofrer muito; não medrar.
5. Não vingar.
6. Não chegar a concluir-se.
7. Desaguar.
8. Cair em esquecimento.
9. Definhar.
10. Perder o brilho.
11. Ter paixão (por alguma coisa).
Conclusão:
Um cão com hidrofobia mastiga um bolo seco em oposição aos efeitos da luz imitados num quadro. Não chega a concluir-se.
O dia em que a realidade foi mais estranha que a ficção - Desafio fio fio em III Actos
No átrio de entrada do Centro de Formação, as pessoas preenchem dados incompletos nas fichas de inscrição e eu também recebo uma da senhora sentada à secretária. Preencho a ficha e pergunto se falta alguma coisa. A senhora anafada e cheia de afrontamentos faz um esgar, leva as mãos à boca e tem o maior ataque de tosse registado no último século. Em meia dúzia de segundos percebo o quanto me deixei afectar pelas últimas notícias dos jornais. Quero levantar-me dali com um salto e correr a fugir da possível gripe e prego a todos os deuses por uma máscara. O medo absurdo de cair no rídiculo impede-me de me mexer, bem como a todos os outros presentes e fico ali a meio metro da fera, a piscar os olhos com olhar complacente enquanto ela despeja as bactérias todas em cima de mim.
Na sala de aula estão à volta de 40 pessoas e o formador. Reparo sobretudo em duas pessoas. A senhora ao meu lado que gostava de brilhantes. Toda ela brilhava. Pequenos fio embutidos no têxtil do casaco brilhavam como fios de oiro. A mala doirada poisada em cima das pernas cruzadas. Cabelo de permanente em carapinha. Cinquenta anos de idade, imagino. Pulseiras e fio com banho de oiro. Relógio gordo e exuberante cravejado a diamantes falsos mas desta vez em prateado. Caneta para tirar apontamentos também doirada. Mas o que me espanta verdadeiramente naquela senhora é uma incrível característica. Durante todo aquele período até às 18 horas da tarde, quando todos os restantes batem o pé, trocam de posição nas cadeiras desconfortáveis, suspiram de ânsia, desenham rabiscos abstractos nas bordas dos cadernos, aquela senhora cor de sol consegue manter-se hirta como se embutida em cimento, sem mexer um centímetro do corpo, sem inclinar o pescoço sequer para olhar para o bloco de apontamentos bastando-lhe revirar os olhos, sem trocar a ordem dos pés cruzados, sem abrir a boca, sem olhar para o lado. Fabuloso.
A outra personagem em que reparo é uma rapariga nova, trinta e tal anos. Num dos intervalos vem falar comigo, diz.me que é psicóloga desempregada. Fala a cem à hora como se estivesse carregada de coca e tremem-lhe as mãos a segurar o cigarro. Pergunta se ouvi falar de um incêndio numa casa que até passou no telejornal e conta-me que era a casa do namorado com quem ela vivia e que ela tinha perdido as coisas todas que lá estavam dentro. Cinco minutos depois, fala-me da tragédia do namorado que faleceu recentemente. Pergunto-lhe se está a falar do mesmo namorado a quem tinha ardido a casa e ela confirma. Estava condenado ao azar aquele rapaz, penso eu no momento em que ela tira os óculos escuros da cara e olha para mim com um ar muito desolado pronta para iniciar a tragédia seguinte. Pois, entretanto fiquei cega de um olho...
Depois deste momento único que tem tendência a provocar a gargalhada nervosa que tive de conter à força para não ferir susceptibilidades, voltámos à aula para continuar a ouvir o discurso do formador de escrita que parecia só ter lido uma única autora durante a vida. Enid Blyton. Entre as 9 da manhã e as seis da tarde, aquele homem, quarentão, timbre de voz a fazer lembrar o Prof. Marcelo, preocupou-se e bem em oferecer-nos alguns exemplos de boa literatura. Mas todos eles pertenciam ao universo das aventuras dos Cinco. Pensei que triste era não ter ali agora o famoso cão Tim para lhe morder o rabo.
Caralhosmafodam! O dia estava a correr bem.
Desesperacimento
A Raiva
A raiva que corria nas suas veias.
A raiva que lhe rasgava a pele.
A raiva de golpes desferidos pela memória que não falhava nunca.
A raiva que sempre cedia às lembranças da luz.
A raiva contra a luz que não morria.
A raiva, muita raiva, tanta raiva que era impossível não consentir.
A raiva, essa raiva, aquela raiva, muita raiva, tanta raiva suprimiu-se à custa de tanta raiva.
Raiva por ela, raiva por ele, raiva pela raiva, muita raiva, tanta raiva.
Até não sobrar mais nada, até às palavras perderem o sentido à custa de serem lidas até à exaustão.
Até não haver mais nada, senão ela.
Sem raiva.
Food for thought
What is eaten in one week:
Take a good look at the family size and diet of each country, and the availability and cost of what is eaten in one week.
1 - Germany: The Melander family of Bargteheide
Food expenditure for one week: 375.39 Euros or $500.07
2 - United States: The Revis family of North Carolina
Food expenditure for one week $341.98
3 - Italy: The Manzo family of Sicily
Food expenditure for one week: 214.36 Euros or $260.11
4 - Mexico: The Casales family of Cuernavaca
Food expenditure for one week: 1,862.78 Mexican Pesos or $189.09
5 - Poland: The Sobczynscy family of Konstancin-Jeziorna
Food expenditure for one week: 582.48 Zlotys or $151.27
6 - Egypt: The Ahmed family of Cairo
Food expenditure for one week: 387.85 Egyptian Pounds or $68.53
7 - Ecuador: The Ayme family of Tingo
Food expenditure for one week: $31.55
8 - Bhutan: The Namgay family of Shingkhey Village
Food expenditure for one week: 224.93 ngultrum or $5.03
9 - Chad: The Aboubakar family of Breidjing Camp
Food expenditure for one week: 685 CFA Francs or $1.23
impossível não consentir
Agora vive às escuras. Mas prefere essa cegueira à simples lembrança da luz daquelas noites que só lhe acendem a raiva muita raiva tanta raiva que é impossível não consentir.
Aquela raiva muita raiva tanta raiva que é impossível não consentir.
Um isqueiro
À boca de cena
Oxigénio
1772: Sheele fez experiências que demonstravam a existência de um gás especial no ar, mais leve e brilhante que os outros. Não publicou as seus resultados até 1777.
Uma vela dá luz enquanto houver cera na sua estrutura
1774: Priestley fez experiências semelhantes às de Sheele, aumentando o conhecimento a que o outro tinha chegado. Esse gás fazia aumentar a intensidade do fogo e permitia que ratinhos sobrevivessem 4 vezes mais tempo que os que respiravam ar normal. Publicou estes resultados.
A chama só dura enquanto houver oxigénio no ar
1775: Lavoisier fez experiências semelhantes e chegou a resultados idênticos. Chamou ao gás oxigénio, que em grego significa formador de ácido.
Aposto que todas as vezes em que alguém repete a demonstração Sheele, Priestley e Lavoisier andam à tareia reivindicando a autoria da descoberta, escondendo à vista de todos a raiva com que ficaram contra a luz que morre. Sem oxigénio.
a corista
Era dona de um olhar felino e de uma desvergonha insinuada que cativava o mais polido dos filhos das boas famílias que a cortejavam engomados nos seus fatos de linho. Para lhes quebrar a a altivez mimada, bastava-lhe o sorriso trocista que aninhava sempre na ponta direita da sua boca. Imperava no meio deles por direito próprio de uma maneira tão eficaz quanto dissimulada. Não havia quem lhe regateasse um capricho, por mais excêntrico ou custoso que este fosse. Homens feitos perdiam fortunas por sua causa e uma multidão de adolescentes esperava cada uma das suas aparições com o fervor próprio dos crentes.
Todas as noites, no fim de cada espectáculo, era inundada de uma multidão de fãs, mais ou menos providos de buço, que se digladiavam para poder oferecer-lhe o último copo da noite e um braço para a conduzir ao carro.
As estrelas do cartaz empalideciam na sua presença e receavam medir-se com a sua popularidade. Achavam-na vulgar e desprovida de talento. Ninguém sabia bem qual era o seu.
Mais do que um desafio, ela era um destino. Um prenuncio irresistível de naufrágio. A encarnação feminina mais cabal do provérbio “vale o mal que faz pelo bem que sabe”. E eu bem sabia o bem que ela sabia…
Quando aquele bêbado idiota a atropelou com o seu AC Shelby Cobra 427 odiei-a, enraivecido, como se a culpa de morrer fosse sua. Mulheres assim merecem, no mínimo, a imortalidade…
Mari Luz, porque me abandonaste?!
O dia em que a realidade foi mais estranha que a ficção - Desafio fio fio em III Actos
- O centro de formação? - pegunto eu.
- Como é que entrou aqui?
- Hmm, subi ali pelo parque.
Ele exibe um meio sorriso como quem diz, olha esta tem a mania que é esperta e abana a cabeça.
- Não pode estar aqui. Tem de voltar a descer.
- Não vou pagar um euro por cada hora que aqui vou estar, que é até às dezoito.
- Um euro dá até às dezoito.
- A máquina lá em baixo diz que não.
- Está enganada, a máquina não diz isso.
- Diz sim.
- Está enganada, a máquina não diz isso.
- Ok, devo ter visto mal.
Silêncio.
- O centro de formação? - pergunto eu.
Ele faz o sorriso do Joker.
- Agora volta a descer e estaciona o carro lá em baixo e depois volta a vir aqui ter comigo a pé e eu explico-lhe onde é o centro.
O centro de formação, volto a perguntar de sobrancelha franzida, impávida e serena. Ele desiste do confronto com o batman.
- Ok, segue o parque sempre até lá ao fundo e depois encontra duas portas. Uma delas é a do Centro. Mas depois de entrar, feche-me a porta, se faz favor.
Sigo parque fora até não poder andar mais. 500 metros de parque. Encontro a porta e tal como ele tinha pedido, fecho-a atrás de mim e saio para o exterior. Está frio hoje. Vejo que me esqueci do casaco dentro do carro. Viro-me para voltar atrás e vejo que a porta fechada não tem maçaneta. Tinha-se partido algures no tempo e nada de improvisos, fica assim mesmo. Não posso voltar a entrar e já estou atrasada. O Joker tinha ganho. Caralhosmafodam!
O funil
11 maio 2009
Apontamento de reportagem
O amor é uma coisa. A vida é outra.
09 maio 2009
08 maio 2009
Minutos de ócio e riso
Miss Daisy
07 maio 2009
Legalize-se
Mais um desafio, mais uma viagem
Despostadum est
I hate to be right...
06 maio 2009
1,2,3, diga lá outra vez
Os CTT estão a melhorar os serviços
Uma manhã igual às outras
11 da manhã do dia 15 de Janeiro na estação de Liverpool Street em Londres.
Ou como a publicidade pode dar manhãs de boa disposição.
05 maio 2009
04 maio 2009
É na nádega, se faz favor
Sou uma ovelha
03 maio 2009
Isto não faz sentido nenhum
Os Alapardos
Fui procurar e não havia nenhum mas fica aqui a proposta.
um sábado qualquer
02 maio 2009
rage against the dying of the light
Através das palavras de Dylan Thomas e da interpretação de John Cale, um recado para este blogue.