03 outubro 2006

Ainda sobre o Islão

"O Islão e a sua cultura faz parte de nós próprios e do nosso passado. Pertence à nossa genética cultural. Desta forma, o Islão e as suas marcas civilizacionais não podem ser expulsos da nossa cultura, de nós próprios.
Nós não podemos extirpar a matriz da nossa própria identidade, a lógica do nosso passado, e principalmente as raízes dessa simbiose fantástica que é a cultura mediterrânica.
Conhecimentos médicos e matemáticos, saberes da terra e da água, formas e técnicas de construir, sabores das coisas e acordes musicais, são marcas solidamente ancoradas num passado que é também presente. Sinais identificadores de uma certa maneira de amanhar a terra, de gerir a água e as coisas da vida, de saber esperar pelo tempo.
Todo esse mundo não só é indissociável do nosso passado, como, certamente, continuará a desempenhar no futuro um papel importante na identificação e salvaguarda da nossa cultura e identidades, na possibilidade de resistir melhor a uma inevitável desumanização imposta por uma globalização selvagem.
Estas são, a meu ver, considerações que não podemos deixar de lembrar quando tentamos abordar as consequências da invasão do Iraque. As consequências da nossa cumplicidade neste acto de agressão." ver texto completo
Cláudio Torres, Arqueólogo

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