Fiz de tudo para não olhar, porque sabia que ia querer ficar com ele. Mas continuava ali, em frente à muralha.
Um dia passei o portão e fui ver melhor. De perto era ainda mais bonito. Pensei que se olhar só mais um bocadinho não faz mal. Olhei de lado, de frente e de trás e voltei para dentro.
No dia seguinte espreitei lá para fora e ainda lá estava. Se calhar o dono já não o quer, se calhar é mesmo para mim. Se calhar posso trazê-lo para dentro, afinal está aqui mesmo à minha porta. Deve ser o destino, um presente dos deuses.
Não há de ser perigoso, afinal tenho muralhas altas e sólidas, se alguém o vier reclamar tenho modo de me proteger, pensei.
Não sei como foi possível que me esquecesse que os maiores perigos vêem de dentro.
3 comentários:
Ó traiçoeiro coração....
É o que acontece às nesperas que ficam muito paradas
pois é, esta nêspera devia ter tirado umas férias, deixava a escultura apodrecer ao vento e à chuva, ou que voltasse para casa.
Todos sabemos como acabou a história de Tróia, os poucos sobreviventes tiveram de ir pregar para outra freguesia. E como eu gosto desta, é melhor que aprenda a viver em harmonia com ela.
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