Ontem fui visitar O Monte Selvagem, uma reserva animal no Lavre, Alentejo, um programa fantástico para quem tem criancinhas que adoram animais e para quem não gosta de ver os animais em jaulas.
As avestruzes chamaram-me particularmente a atenção, pois adoro encontrar na natureza exemplos que contrariem a ideia generalizada de que a reprodução é tarefa exclusiva das fêmeas, e nos meus parcos conhecimentos de biologia ainda só tinha na minha lista o cavalo marinho. Aprendi então que as avestruzes apesar de serem aves não voam, sendo por isso chamadas ratitas, podem correr a velocidades de 60 km por hora, têm cérebros pequeninos e grande longevidade. E que nem todas as que parecem ser o são, pois existem Avestruzes, Emas e Nandus, aparentemente semelhantes mas diferentes na sua origem, morfologia e modos de reprodução.
As Avestruzes, originárias de África, são animais gregários e no grupo distingue-se um macho e uma fêmea dominante que cuidam os ovos das várias fêmeas. A nidificação, que dura entre 35 e 45 dias, é feita de maneira repartida; a fêmea, que tem a penugem castanha choca os ovos durante o dia e o macho, de penugem preta, durante a noite, pois assim ambos se camuflam protegendo melhor a descendência. Quando nascem os filhotes (entre 15 a 60 por grupo), são cuidados por ambos, sendo o macho particularmente agressivo com quem se arriscar a penetrar no seu território (quando virem uma avestruz com as patas com uma risca vermelho vivo, o melhor é sair de perto bem depressa, pois esta ave com duas garras tem como arma principal o pontapé e força para matar uma pessoa).
As Emas vêm da Austrália, são animais em geral solitários, e aqui é o macho que choca os 5 a 25 ovos das várias fêmeas que copulou (linda palavra). Durante os cerca de 55 dias da gestação não come, não bebe, não urina, não defeca, não nada, e quando nascem os filhos é ele quem os acompanha. O mesmo se passa com o Nandu, originário da América do Sul. Os machos que em geral vivem solitários, quando chega a época da reprodução cortejam várias fêmeas e sozinhos cuidam os 10 a 60 ovos postos por elas, constróem o ninho, incubam os ovos e acompanham os pequenotes nos seus primeiros passos.
Como diziam os grandes Irmãos Catitas, “a natureza é uma beleza e as criaturas são todas puras”.
6 comentários:
ora aí está um dia bem passado :) adorei a posta.
deixo porém um motivo para reflexão :
.....................................
bela posta, só falta acrescentar que as avestruzes, emas e nandus têm aquilo a que se chama "nada dentro da tola", ou seja, têm um cérebro atrofiado, quasi-nulidade de massa encefálica.
fica aqui este contributo para reflexão
ora vejam lá que as avestruzes, emas e nandus são emancipadas. Aí está uma coisa que eu não sabia.
No entanto, as aves são dos bichos mais parecidos com a construcção que o homem foi fazendo da sociabilidade entre os sexos: são monogamicos (ao contrário dos restantes mamiferos), os machos contribuem activamente para a construcção do lar e protecção das crias.
Mais do que dizer muito sobre as avestruzes, isto diz é muito sobre nós!!
ora pois, parece que neste caso o tamanho do cérebro não tem muito que ver para a história pois de facto as avestruzes têm um cérebro do tamanho do seu olho, e muito vazio lá por dentro, mas asseguram muito bem a sua descendência, já seja de uma forma partilhada entre os sexos ou na modalidade de pais (machos) solteiros. E casos há na nossa espécie humana, com cérebros grandes e com muitas potencialidades e com uma dificuldade tremenda para a criação dos novos sucessores, assim que, size doesn't matter eroll!!
Apesar de estas aves, avestruzes e afins, não serem necessariamente monogâmicos, pois pelo que pude perceber um macho fecunda várias fêmeas, é de facto interessante ver na natureza tantas formas diferentes de criação.
agora o que disse a chofera é que de facto me bateu, fiquei toda a tarde a pensar .............. e se #"$;;;;;; ou talvez seja porque (((((((&&&. Não sei, tenho de meditar mais sobre o assunto, prometo reflectir..
PS: só mais uma coisinha, eu sei que eu sou uma chata e que vocês já devem estar fartas desta cegarrega, mas eu até já nem insisto para que vocês adoptem novos formas para designar a espécie humana e até (maugrado e resignada)não discuto mais que vocês continuem a adoptar um só género para representar-nos aos dois mas pelo menos, pelo menos, please please, escrevam-no com H grande, é que me dói mesmo cá no peito, quase tanto como ao ideafix(o cãozinho do obélix) quando vê cortar uma árvore.
mea culpa, mea culpa, mea tan grande culpa. onde se lê "homem" leia-se "pessoas". Pode ser?
pode pode, pronto já passou, já estou mais calminha...(o chá de tilia que aqui tanto se recomenda também ajudou)
Enviar um comentário