Abri o álbum das fotografias. Há-as em que estamos felizes, aquelas em que choramos e outras em que, perante o teu olhar sempre terno e apaixonado, já não consigo esconder que o amor acabou.
O filme da nossa vida passa lentamente... O que fizemos e vivemos juntos - a fome que partilhámos e que te levava à casa de família para angariar umas latas de conservas, os momentos de calma ao pôr do sol na Praia da Areia Branca, as noitadas sem fim no teatro, a constante falta de dinheiro que nos fez solidários mas que provocou também muitas cisões, as borgas cheias de amigos e boa disposição em que eras sempre o maior contador de anedotas, as férias em Sesimbra, no Farol, na Luz, as discussões em que revelavas de forma inesperada a tua faceta obstinada... E o filme pára abruptamente, talvez no momento em que tive de dizer-te que chegara o fim.
Não te tratei bem, como não tratei bem os meus amores quando chegou o fim. Mas lembro-me de te amar. De me comover com todas as personagens às quais tu deste corpo de forma tão sábia e verdadeira. Lembro-me de te incitar, de te picar para te fazeres à vida, para não teres medo. Lembro-me do teu sorriso franco, do teu carinho imenso.
Por tudo isto e muito mais que as palavras não podem traduzir, obrigada, Pedro Alpiarça, por teres feito parte da minha vida.
Descansa em paz...
O filme da nossa vida passa lentamente... O que fizemos e vivemos juntos - a fome que partilhámos e que te levava à casa de família para angariar umas latas de conservas, os momentos de calma ao pôr do sol na Praia da Areia Branca, as noitadas sem fim no teatro, a constante falta de dinheiro que nos fez solidários mas que provocou também muitas cisões, as borgas cheias de amigos e boa disposição em que eras sempre o maior contador de anedotas, as férias em Sesimbra, no Farol, na Luz, as discussões em que revelavas de forma inesperada a tua faceta obstinada... E o filme pára abruptamente, talvez no momento em que tive de dizer-te que chegara o fim.
Não te tratei bem, como não tratei bem os meus amores quando chegou o fim. Mas lembro-me de te amar. De me comover com todas as personagens às quais tu deste corpo de forma tão sábia e verdadeira. Lembro-me de te incitar, de te picar para te fazeres à vida, para não teres medo. Lembro-me do teu sorriso franco, do teu carinho imenso.
Por tudo isto e muito mais que as palavras não podem traduzir, obrigada, Pedro Alpiarça, por teres feito parte da minha vida.
Descansa em paz...
7 comentários:
Um abraço para ti.
lamento muito. muitíssimo.
um abraço apertado. e uma pena muito grande.
:(
um abraço apertado.
Ámen.
saltou de um 5º andar, depois de lhe terem recusado ajuda médica.
Precisou de ajuda médica porque em Portugal os artistas não têm quaisquer regalias sociais e passa muito tempo sem trabalho devido à intermitência da profissão.
E está na hora de reagirem. Não foi um artista deprimido e ponto. Foi o último grito de desespero de alguém que amava profundamente o que fazia mas a quem as portas se fechavam sem que ficasse réstia de esperança. Talvez porque não soube aparecer nas revistas cor-de-rosa?! Talvez...Mas é esta a realidade de muitos e muitos artistas e não só actores.
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