Foi com emoção que ontem me juntei a um grande número de amigos para render homenagem ao Mário Alberto. Para quem não saiba, o Mário foi, para além de muitas outras coisas, o teatro em pessoa. De carpinteiro a cenógrafo maior, dedicou-se a um pouco de tudo. Representou, criou figurinos e cenários, no palco como na vida. Boémio, anarquista, comunista, benfiquista, irreverente, mal-comportado mesmo!, claustrofóbico, inconsequente, sensível, insensível, blasfemo, divertido, camarada, amigo, são muitos os atributos que se lhe colam tão bem. E foi bom homenagear quem ainda respira por entre nós já que nos últimos anos me fui habituando a fazê-lo postumamente. O Mário está há muito doente e trocou os passeios da Avenida da Liberdade, dos quais fará para sempre parte, e a sua casa velha e húmida do Parque Mayer por um lar de solidariedade. Sim, porque ele era o último, o único habitante do Parque Mayer. Como ele dizia, "estou cá eu e os gatos". E esperou anos, muitos, para que a Câmara lhe desse a casa prometida em troca de o mandar dali embora para poder fazer as suas negociatas com os terrenos. Não eram essas as intenções explicitadas então mas as câmaras mudam, os homens também e os resultados estão à vista. "É agora" foi repetido muitas vezes a muitos amigos, como precisasse de o fazer para se convencer que não, não estava a ser embrulhado.
2 comentários:
uma história trágica com um final... Vá Lá!!!
sai um aplauso para o mário, o ciclista anónimo de quem nunca ouvi falar mas que me fez dar razão ao jornalista da rtp1 quando disse - e eu que pensava que estava a ouvir poesia e afinal era só a previsão do tempo para os próximos dias - vem aí o sol.
(virá?)
Bem merecida, a homenagem que aqui lhe presta!
Um ganda pintarolas, o Mário Alberto...
e um grande homem DO teatro.
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