Tal como os seres humanos, as organizações do Terceiro Sector não são todas feitas da mesma madeira, e num dos extremos encontramos tristes exemplos. Na Colômbia, os grupos (para)militares resolveram aproveitar o espaço conquistado pelos movimentos sociais da sociedade civil, reconhecidos pelas comunidades como uma alternativa desejada às formas de vida propostas pelos actores do conflito armado, e criaram também a sua própria estratégia social e as suas OTS. Numa das vezes em que vestiram esta pele de cordeiro montaram uma organização orientada a trabalhar em resolução de conflitos e que se chamava Respirar. A táctica era simples, quando se tinha de resolver em conflito comunitário dava-se uma oportunidade, inspira, dava-se duas, expira, e à terceira davam o último suspiro.
Mas as OTS não todas iguais e devem ser diferenciados os sacos em que as metemos. Conheci muitas e muitas outras que, com todas as mil dificuldades e limitações, contribuíam de facto a que as comunidades melhorassem as suas vidas, com que crianças e jovens tivessem outras alternativas aos seus espaços familiares e sociais violentos e degradantes, que as comunidades melhorassem a sua alimentação, abastecimento de água, ou o seu nível organizativo, educativo e cultural, que a defesa de direitos de populações (mal) chamadas minorias não fosse só uma determinação estampada em papel.
No fundo as OTS são talvez uma das formas de expressão de muitas e muitas pessoas que não se encontram satisfeitas com o mundo onde vivem, que não cabem nas formas pré estabelecidas dos sistemas que nos continuam a inventar, e que acreditam que organizadamente, em conjunto micro, medio ou macro é possível contribuir para a sociedade de forma (pro)positiva, e diferente daquela que contribuímos a partir das nossas individualidades. Apesar de entre elas poderem ser muito diferentes, guiam-se por ideais num mundo com muitos interesses cruzados e a rebentar pelas costuras que cozem o neoliberalismo económico. Têm por vezes formas de actuar com as quais não simpatizo, algumas parecem-me demasiado radicais, outras ainda acreditam que podem salvar o mundo, outras são mais realistas e trabalham mais coordenadamente com outros actores sociais.
Para mim, as OTS não salvam o mundo nem têm de o salvar, mas ajudam pessoas iguais a mim que vivem em contextos diferentes. Reconheço como muito importante o seu papel de funcionarem como reguladoras do Estado e travão do poder das corporações privadas, é sem dúvida um contrapeso fulcral para equilibrar o arrastão de um sistema neoliberal que coloca o poder económico sobre os direitos sociais, tornando-nos cada vez mais autómatos de produção e de consumo, e estreitando as nossas possibilidades de viver vidas mais dignas, integrais e responsáveis. Cometerão erros, algumas poderão ser desonestas, mas o todo não se toma pelas partes, e sem elas, um outro mundo seria talvez menos possível.
Mas as OTS não todas iguais e devem ser diferenciados os sacos em que as metemos. Conheci muitas e muitas outras que, com todas as mil dificuldades e limitações, contribuíam de facto a que as comunidades melhorassem as suas vidas, com que crianças e jovens tivessem outras alternativas aos seus espaços familiares e sociais violentos e degradantes, que as comunidades melhorassem a sua alimentação, abastecimento de água, ou o seu nível organizativo, educativo e cultural, que a defesa de direitos de populações (mal) chamadas minorias não fosse só uma determinação estampada em papel.
No fundo as OTS são talvez uma das formas de expressão de muitas e muitas pessoas que não se encontram satisfeitas com o mundo onde vivem, que não cabem nas formas pré estabelecidas dos sistemas que nos continuam a inventar, e que acreditam que organizadamente, em conjunto micro, medio ou macro é possível contribuir para a sociedade de forma (pro)positiva, e diferente daquela que contribuímos a partir das nossas individualidades. Apesar de entre elas poderem ser muito diferentes, guiam-se por ideais num mundo com muitos interesses cruzados e a rebentar pelas costuras que cozem o neoliberalismo económico. Têm por vezes formas de actuar com as quais não simpatizo, algumas parecem-me demasiado radicais, outras ainda acreditam que podem salvar o mundo, outras são mais realistas e trabalham mais coordenadamente com outros actores sociais.
Para mim, as OTS não salvam o mundo nem têm de o salvar, mas ajudam pessoas iguais a mim que vivem em contextos diferentes. Reconheço como muito importante o seu papel de funcionarem como reguladoras do Estado e travão do poder das corporações privadas, é sem dúvida um contrapeso fulcral para equilibrar o arrastão de um sistema neoliberal que coloca o poder económico sobre os direitos sociais, tornando-nos cada vez mais autómatos de produção e de consumo, e estreitando as nossas possibilidades de viver vidas mais dignas, integrais e responsáveis. Cometerão erros, algumas poderão ser desonestas, mas o todo não se toma pelas partes, e sem elas, um outro mundo seria talvez menos possível.
Sem comentários:
Enviar um comentário