Hoje várias centenas de estudantes fizeram greve protestando contra as (j)aulas de substituição. Há muitos anos já que não sou estudante de secundário, mas se fosse também hoje teria feito greve. Primeiro porque aceito os seus argumentos, corroborados por muitos professores, de que estas aulas estão mal organizadas e apesar de haver fichas de trabalho, um professor de uma disciplina não está em condições para dar uma aula de outra, se o estudante tiver dúvidas emperra logo aí o processo educativo. E em segundo lugar porque me lembro do quão importantes foram os “furos” que tínhamos para poder conversar com os colegas, ir ao café da esquina, brincar, rever a matéria para os testes, enfim, viver um mundo não tão controlado onde éramos nós que tínhamos que criar a nossa própria organização. Concordo que hajam actividades para os estudantes possam escolher como ocupar o seu tempo livre, mas também concordo que cada vez mais temos que dar valor ao tempo livre, aprender a não fazer nada, a deitar na relva de papo para o ar, a deixar rolar a conversa e a não querer controlar tanto a vida, sem com isso deixarmos de nos importar com ela.
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