03 dezembro 2006

Inclusão social, talvez um dia...


Imaginem-se sair à rua sendo invisuais ou andando em cadeira de rodas, por exemplo. Imaginem a entrada para a escola, o visitar amigos, ir às compras no supermercado, tentar conseguir um emprego, escolher uma casa para morar, encontrar todos os dias com pessoas comuns que não sabem como lidar com pessoas com deficiência. As barreiras para uma vida digna são muitas, ao nível do emprego, da segurança social, da mobilidade no espaço físico.

Estima-se que cerca de 10% da população da UE, num total aproximado de 38 milhões de pessoas (45 milhões na Europa dos 25), deve ser considerada como portadora de deficiência(...) Da categoria de pessoas com deficiência fazem parte todas as pessoas que, por atitudes, preconceitos e barreiras existentes na sociedade, são impedidas de usufruir das mesmas possibilidades que qualquer outra pessoa. Existem, por conseguinte, várias categorias e formas de deficiência que levam à constituição de um grupo inteiramente heterogéneo de pessoas com problemas motores, visuais, auditivos, mentais/cognitivos e psíquicos. As barreiras com que estas pessoas se vêem confrontadas na sociedade variam não apenas em função da sua deficiência como também da sua idade e género, localização geográfica e outros factores.

Hoje comemora-se o Dia das Pessoas com Deficiência e segundo o Publico e o DN de hoje, a Associação Portuguesa de Deficientes (APD) considera não haver "quaisquer razões para comemorar" tendo em conta a existência de "retrocessos consideráveis no processo de inclusão social". A APD afirma que "o panorama da situação actual e do futuro próximo não podia ser mais desolador", nomeadamente a nível da educação, do emprego, das prestações sociais e das barreiras físicas e de informação nas ruas e nos edifícios públicos. A associação critica igualmente "o fim anunciado dos benefícios fiscais", previsto no Orçamento de Estado para 2007, que se prevê abranger 39 mil pessoas, alegando que "muitos trabalhadores com deficiência não serão capazes de fazer face às despesas que decorrem das desvantagens sociais que enfrentam".

A panóplia de deficiências é ampla e qualquer um de nós pode ser afectado. Custa-me pensar nisto e no quão afastados estamos ainda de uma verdadeira inclusão social. Talvez um dia deixemos de olhar a deficiência com tanto medo ou vergonha e aprendamos a relacionarmo-nos com ela de uma forma mais tranquila e propositiva. E talvez um dia os programas de Governo se preocupem mais em aumentar e não em diminuir as oportunidades das pessoas com deficiência para que estas, e as suas familias, possam viver em condições de dignidade e sem discriminação.

2 comentários:

Anónimo disse...

Invidentes, envidentes ou hevidentes - de qual gosta mais?


(Esteja à vontade. Qualquer delas é bacorada... de qual?)

8 e coisa 9 e tal disse...

é caso para dizer, ó senhor pirata não bata mais na ceguinha!! de vez em quando ainda me saem umas vascalourinhices, derivadas ao muito tempo que passei a falar espanhol. Desculp' sim?

E para além do purismo da ortografia não tem mais nada a comentar? ou prefere a forma ao conteúdo?