Transcrevo na íntegra um mail que acabo de receber e que me deixou sem palavras:
"Nos últimos dias, as mensagens de ódio racista proliferaram nas paredes da Faculdade de Letras. “Portugal aos portugueses” ou “Fascismo é solução” são algumas das frases escolhidas pela extrema-direita para a sua propaganda e ameaça. Também não faltaram as “chamas” do Partido Nacional Renovador (PNR). Pelo caminho, foram destruídos todos os murais ou outro tipo de comunicação (das mais diversas organizações) entendida como “comunista” – o facto era assinalado pelos próprios censores, ao lado das “emendas” efectuadas.
Ora, hoje alguns estudantes da faculdade, em conjunto com a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), decidiram-se por uma acção pública: pintar um mural contra a ameaça do racismo e da violência.
A verdade é que o mural não foi terminado, porque a polícia não o permitiu. Ainda mais preocupante é o facto de hoje se terem juntado, numa atitude claramente ameaçadora, com todo o à-vontade, várias dezenas de skins na faculdade de Letras. A mensagem era clara: ameaçar, condicionar, amordaçar; impôr a cultura do medo, à custa da impunidade – basta dizer que se deram ao luxo de tirar fotografias a todas as pessoas envolvidas na pintura do mural! E isto, “nas barbas” da polícia, que esteve sempre mais ocupada a impedir que o mural chegasse ao fim!
Tendo em conta estes preocupantes acontecimentos, o SOS Racismo gostaria de deixar claro que:
1 – Este novo “palco” para os skins representa uma importante ameaça, que deve preocupar toda a comunidade escolar. Não é possível aceitar que esta realidade se torne “normal” ou “aceitável”.
2 – Infelizmente, as respostas de quem tem responsabilidades deixam muito a desejar. Já no ano passado, quando o SOS Racismo alertou o Conselho Directivo, em reunião a nosso pedido, para o crescimento da extrema-direita dentro da faculdade e o perigo que isso representa, este órgão não revelou nenhum interesse pelo assunto. E hoje, o Conselho Directivo da Faculdade de Letras apenas se mobilizou para proibir a pintura do mural de hoje, mas nunca demonstrou preocupação com as mensagens de ódio dos skins. Esperamos não ter de ouvir este órgão, no futuro, lamentar a violência e o ódio na faculdade, quando podia e devia ter-se interessado a tempo!
3 – A impunidade com que foi possível hoje, na presença da polícia, várias dezenas de skins fazerem a sua demonstração de força é um sinal muito inquietante. Não parece normal que a PSP tenha “convidado” a retirar-se quem pintava o mural, mas tenha deixado cerca de 50 skins no interior e nas imediações da faculdade, em pose ameaçadora, bebendo cerveja, fazendo uma espécie de “guarda” a um dos bares da faculdade, enquanto ia distribuindo panfletos.
4 – Fica, mais uma vez, clara a ligação entre o movimento skinhead e o PNR!
5 – O SOS Racismo vem há muito alertando para o perigo e a impunidade que caracterizam o crescimento da extrema-direita em Portugal. Para estas pessoas, a violência e o ódio são a dimensão essencial da política. Quantas mais vítimas serão necessárias para que se desenhe finalmente um combate a esta triste realidade?
6 – Em pleno “Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos”, em que vão abundando os discursos de circunstância sobre igualdade e a necessidade de combater as discriminações, seria mais útil ver quem tem responsabilidades empenhar-se no desmantelamento desta rede criminosa – tráfico de armas, de droga, “cobranças difíceis”, violência frequente, etc. – de ameaça, ódio e morte.
Pelo SOS Racismo,
"Nos últimos dias, as mensagens de ódio racista proliferaram nas paredes da Faculdade de Letras. “Portugal aos portugueses” ou “Fascismo é solução” são algumas das frases escolhidas pela extrema-direita para a sua propaganda e ameaça. Também não faltaram as “chamas” do Partido Nacional Renovador (PNR). Pelo caminho, foram destruídos todos os murais ou outro tipo de comunicação (das mais diversas organizações) entendida como “comunista” – o facto era assinalado pelos próprios censores, ao lado das “emendas” efectuadas.
Ora, hoje alguns estudantes da faculdade, em conjunto com a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), decidiram-se por uma acção pública: pintar um mural contra a ameaça do racismo e da violência.
A verdade é que o mural não foi terminado, porque a polícia não o permitiu. Ainda mais preocupante é o facto de hoje se terem juntado, numa atitude claramente ameaçadora, com todo o à-vontade, várias dezenas de skins na faculdade de Letras. A mensagem era clara: ameaçar, condicionar, amordaçar; impôr a cultura do medo, à custa da impunidade – basta dizer que se deram ao luxo de tirar fotografias a todas as pessoas envolvidas na pintura do mural! E isto, “nas barbas” da polícia, que esteve sempre mais ocupada a impedir que o mural chegasse ao fim!
Tendo em conta estes preocupantes acontecimentos, o SOS Racismo gostaria de deixar claro que:
1 – Este novo “palco” para os skins representa uma importante ameaça, que deve preocupar toda a comunidade escolar. Não é possível aceitar que esta realidade se torne “normal” ou “aceitável”.
2 – Infelizmente, as respostas de quem tem responsabilidades deixam muito a desejar. Já no ano passado, quando o SOS Racismo alertou o Conselho Directivo, em reunião a nosso pedido, para o crescimento da extrema-direita dentro da faculdade e o perigo que isso representa, este órgão não revelou nenhum interesse pelo assunto. E hoje, o Conselho Directivo da Faculdade de Letras apenas se mobilizou para proibir a pintura do mural de hoje, mas nunca demonstrou preocupação com as mensagens de ódio dos skins. Esperamos não ter de ouvir este órgão, no futuro, lamentar a violência e o ódio na faculdade, quando podia e devia ter-se interessado a tempo!
3 – A impunidade com que foi possível hoje, na presença da polícia, várias dezenas de skins fazerem a sua demonstração de força é um sinal muito inquietante. Não parece normal que a PSP tenha “convidado” a retirar-se quem pintava o mural, mas tenha deixado cerca de 50 skins no interior e nas imediações da faculdade, em pose ameaçadora, bebendo cerveja, fazendo uma espécie de “guarda” a um dos bares da faculdade, enquanto ia distribuindo panfletos.
4 – Fica, mais uma vez, clara a ligação entre o movimento skinhead e o PNR!
5 – O SOS Racismo vem há muito alertando para o perigo e a impunidade que caracterizam o crescimento da extrema-direita em Portugal. Para estas pessoas, a violência e o ódio são a dimensão essencial da política. Quantas mais vítimas serão necessárias para que se desenhe finalmente um combate a esta triste realidade?
6 – Em pleno “Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos”, em que vão abundando os discursos de circunstância sobre igualdade e a necessidade de combater as discriminações, seria mais útil ver quem tem responsabilidades empenhar-se no desmantelamento desta rede criminosa – tráfico de armas, de droga, “cobranças difíceis”, violência frequente, etc. – de ameaça, ódio e morte.
Pelo SOS Racismo,
José Falcão".
3 comentários:
quando a corja topa da janela, o que faz falta...
o que faz falta é avisar a malta, o que faz falta...
Qual será a resposta oficial da faculdade a esta carta
Por falar em topar... Reparo que a "posta" que suscita o presente comentário só mereceu um outro. É, portanto, perdedora face a outras "postas", que, imagino, concitem mais estímulo à ciber-participação.
Convém acrescentar que membros do PNR se estão a candidatar à direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras. Debaixo da Lista X está um grupo organizado de simpatizantes do PNR, responsável pela recruta de membros para associações racistas dentro da Faculdade de Letras de Lisboa.
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