- o que é que estás a fazer?
- estou no metro, tenho de ir à agência pagar o seguro do carro.
- tens mesmo de fazer isso agora?
- sim, estou sem seguro do carro há 3 semanas, já não posso pagar por multibanco, tenho mesmo de ir lá. Porquê?
- estou no metro, tenho de ir à agência pagar o seguro do carro.
- tens mesmo de fazer isso agora?
- sim, estou sem seguro do carro há 3 semanas, já não posso pagar por multibanco, tenho mesmo de ir lá. Porquê?
- porque acho que tens de vir para aqui...
- o que é que aconteceu?
- é o pai
- onde é que ele está? onde é que tu estás?
- tem calma, ouve
- o que é que se passa com o pai?
- fez agora uma colonoscopia...
- o quê?
- o pai fez uma colonoscopia, foi agora fazer uma TAC. Disseram que tem uma massa...
- o quê?
- o pai não te queria dizer para não te preocupar, mas acabou de sair de um exame e entrou logo noutro, querem ver o que é que há mais...
- o que é que tu me estás a dizer?
- vem para cá por favor...
- é aquilo que eu penso, não é?
- sim. o pai tem um cancro.
9 comentários:
muitos são curáveis, tenha confiança. muitas felicidades é o que desejo.
abraço grande.
um abraço solidário do tamanho do mundo, cheio de esperança.
um abraço grande. sei bem o que são essas noticias. e como disse alguém, muitos são operáveis e correm bem. seja o que for, esteja com ele e aceite as alterações de humor e todas as condicionantes psicologicas desses doentes.é algo de tão precioso para eles...serem aceites nas suas impaciências. acabo como iniiciei
um abraço solidário
[...] sem palavras, mas contigo, da maneira possível. força.
não há palavras que acalmem ou confortem, bem sei......
FORÇA.
.... lembro-me depois de pegar no carro e conduzir por aquela estrada sinuosa entre Coimbra e Penacova e de ter ficado sentado muito tempo naquele café com vista para o Rio. Até anoitecer e voltar para casa. Ele ainda estava sentado no sofá, no mesmo sítio onde se tinha sentado quando o trouxe para casa. Já não chorava. Nesse mesmo dia às 11 h tinha ido buscá-lo ao hospital. Parei o carro em frente à entrada principal e ele aproximou-se lentamente. Entrou no carro sem olhar para mim, tapou a cara com as mãos e chorou. Acariciei-lhe o cabelo e ele acalmou. Ficámos assim uns minutos sem falar. Arranquei com o carro em direcção a casa. Disse-lhe qualquer coisa esperançosa a que ele se agarrou. Depois não falámos mais até chegarmos a casa. E quando chegámos foi preciso coragem para entrar:
"Tanta coisa, tanta coisa ainda por fazer..."
D. Ester said:
um abraço muito grande..daqueles abraços q até abracem todas as palavras que não se conseguem dizer ,mas que se adivinham. Estou convosco.
Força, estamos contigo... Vais ver que vai tudo correr pelo melhor!
Aquele abraço amigo.
:)
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