05 março 2007

Imortalidade

Não gosto de ver debaixo do nome de alguém data-tracinho-vazio entre parêntesis; parece que o tipógrafo está à espera que a pessoa entregue a alma ao criador para preencher, finalmente, o espaço em branco.
Há algumas pessoas que nunca vão ter esse buraco cheio. Como este texto o demonstra.

4 comentários:

Anónimo disse...

Em 2002 fui convidado para uma palestra numa conferência cá do burgo. Apresentação convidada com direito a fronha no programa e breve biografia em bold. Estava eu sentado na plateia à espera da minha vez. Para descontrair fui folheando o programa e reparei nessa coisa de mau gosto do "alguém data-tracinho-vazio" em todas as biografias. Lembro-me de pensar por que raio não usavam o canónico: (data).
Até que cheguei à minha bio:
Senhor Doutor Cicrano
-2002

Deu-me um nó na garganta do caraças. Subi ao pulpito de boca seca e a pensar se não estaria num daqueles episódios manhosos do twilight-zone...

8 e coisa 9 e tal disse...

uma pessoa que só morreu sem ter nascido é obra. se bem que há umas quantas que conheço que...

(ena ena, o manyfaces é palestrante e tudo)

Anónimo disse...

... pois, mas numa situação destas um hipocondraaco supersticioso só pensa, vou morrer, vou morrer...
Morrer sem ter nascido é interessante, talvez noutro post oito e coisa queira desenvolver...

8 e coisa 9 e tal disse...

caro manyfaces, lamento ter de ser eu a dar esta notícia, mas de facto vais mesmo morrer. Quando é que já não sei.

é incrivel o mal que se vive com a única garantia que temos desta existência.

(vou pensar nesse tema para post...)