26 setembro 2007

Insólito ignoto

Fritz* tinha tudo previsto. De noite não estava ninguém no consultório médico, escalaria a parede do prédio e entraria pelo tecto. Arrepanharia o dinheiro e material que encontrasse e sairia sem que ninguém desse por ele. O crime perfeito, que segundo Hitchcock acontece todos os dias.

Como alemão organizado que se preze, apetrechou-se correctamente. Calças e camisola preta, botas de escalada, mochila, cordas, arnês. Foi dura a subida, mas conseguiu atingir o 2º andar do edifício usando a sua destreza e força física, no auge dos seus 41 anos, qual Cary Grant. Preparou-se então para encontrar o melhor sítio para furar o chão e assim passar pelo tecto do consultório almejado, mas estava na sua noite de sorte: havia uma janela. Perfeito, pensou certamente, assim nem tenho de fazer barulho nem sujar nada. Abriu-a e fez-se baixar com elegância com uma corda como Tom Cruise e aterrou na sala debaixo sem fazer ruído.

Em vez dos apetrechos médicos soou um alarme inesperado e em poucos segundos viu-se rodeado de inúmeros polícias.

Havia-se enganado na planta do edifício, em vez do consultório entrou por uma sala de interrogatórios da esquadra de polícia de Ludwigshafen.





Strange but true, for truth is always strange. Stranger than fiction. (Lord Byron)


* nome fictício, assim como todos os detalhes.

3 comentários:

o chofer a dançar com a criada disse...

heheheh, melhor que esta só as dos ladrões idiotas que o jay leno vai apresentando todas as segundas feiras.

o chofer a dançar com a criada disse...

cary grant, que eu adoro, era um actor extremamente versátil mas sobretudo um excelentíssimo actor de comédia...

8 e coisa 9 e tal disse...

como não tenho cabo não vejo o jay leno. mas como comparação podia ser pior :)