Hoje, dia 22 de Maio, não se trabalha, alguns sortudos podem até fazer ponte, todos estão contentes!
Entre os preparativos para os vários programas do dia, ou no enfado dos mesmos, alguém há-de ler este post e dizer:"então é por isso?!..." Sim, é por isto: hoje não se trabalha por ser dia Santo, no sentido de Santo para a Igreja Católica.
Hoje celebra-se "a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes". Não precisam agradecer.
11 comentários:
Uma antiguidade do séc XIII que se revelou de grande utilidade para o domínio das almas na terra e que aparentemente ainda hoje produz efeito, embora um tanto redesenhada, tal como a missa e outras celebrações sacramentais.
Modas!... É preciso agradar à clientela, mesmo em sistemas que se apoiam no medo, neste caso, o do pecado e do inferno.
(Qu'horror! Só de pensar 'Inferno' fico apavorado... já se pensou a arder eternamente?)
O que é 'pentecostes'?
antes do ano 1264, como seria? Cristo em pedaços ou fascículos ? presença virtual ? em papos-secos?
nada como o terreno para apreciarmos o divino
Para os cristãos dizer "presença real" não quer dizer que o pedaço de pão é igual ao corpo físico de Cristo. Trata-se de um modo de presença distinto do da presença histórica de Cristo. Ambos reais, mas diferentes.
A presença de Cristo no sacramento da Eucaristia remete-nos para a ceia pascal em que Cristo instituiu o mandamento do Amor como regra suprema na relação entre os discípulos e mandou os seus seguidores repetir essa ceia como sinal da sua presença.
Na celebração da Ceia a presença de Cristo subsiste de diversos modos: nos cristãos (reunidos pelo e no Amor), no ministro ordenado (que através de uma certa alteridade permite recriar o dialogo entre Deus e Homem) e nas espécies eucarísticas de forma plena (porque o próprio Cristo disse "Isto é o meu Corpo...")
A Ceia é celebrada desde as origens da cristandade e de forma especial a Ceia de Domingo. A Páscoa semanal é desde o início a festa mais importante dos cristãos.
No séc. II aparece já a segunda festa mais importante: a Páscoa Anual. Na Páscoa anual seguiu-se uma tradição celebrativa já testemunhada nos próprios textos dos evangelhos da segunda metade do séc I. Nela, a Páscoa anual é celebrada como uma semana de semanas(7X7 dias mais um para dar o número da plenitude 50). No primeiro Domingo celebra-se a Páscoa da Ressureição. No último domingo: o Pentecostes (que significa literalmente o 50º) celebra-se o Espírito Santo fruto do Amor que une o Pai e o Filho e manifestado aos homens na Páscoa de Cristo.
A Ressureição de Cristo acontece após a morte e a paixão que a precedeu. A chave hermeneutica para se compreender a paixão, morte e ressureição é dada pelo próprio Cristo na Ceia Pascal que antecede estes acontecimentos.
Desde muito cedo a Páscoa anual é celebrada em três dias, o Tríduo Pascal de Sexta-feira Santa, Sábado Santo e Domingo da Páscoa da Ressureição com o vértice mais importante na Vigília Pascal.
Desde muito cedo também este Tríduo se começou a iniciar na tarde de Quinta-feira Santa com a Missa da Ceia do Senhor. Esta celebração tornou-se a chave hermenutica das celebrações Pascais e neste dia, em torno d'Ela, se desenvolveram elementos doutrinais e celebrativos nucleares do cristianismo.
Quando a Igreja desejou valorizar esta celebração, optou por escolher um outro dia: a primeira quinta-feira livre depois do Pentecostes.
pelo menos tiveram 1264 anos para ler essa explicação toda...
lol
Não queria fazer a figura do pirata que depois de 3 frases de um entendido e profundo conhecimento termina com uma pergunta daquelas...
Tem razão, anónimo.
Re-pergunto então, corrigindo,
o que são 'pentecostes'?
Na discussão acima não posso participar por sentida, íntima, insuficiência para o entendimento de sofismas e metáforas combinados em terceiras figuras imprecisas.
Caro Anónimo, obrigada!
Para os amantes dos sofismas e das metáforas em prol do domínio das almas, vai uma pérola das figuras imprecisas.
Lembrei-me desta oração que pronunciei muitas vezes no passado (não se ouve habitualmente porque é feita em silêncio pelo ministro quando bebe a última gota do Sangue):
"O que tomamos com os lábios, seja recebido por um espírito purificado, e deste Dom recebido no tempo, nos venha o remédio para a Eternidade."
Não faz qualquer sentido mas é bonito, anónimo, tem uma dimensão poética inelutável, iniludível, etérea...
Desgraçadamente, só posso retribuir com a lenga-lenga '...que-estais-no-céu-santificado-seja-o-vosso-nome' etcetc; uma patacoada também desprovida de sentido mas por minha fraqueza, minha fraqueza, minha máxima fraqueza de cabeça, sem qualquer graça.
(desculp! havia ali uma gralha...)
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