Era do contra e era irrequieto, sedento de vida, de muita vida. Vulgarmente, designamos este tipo de pessoas por 'força da natureza'. E era mesmo. Cego desde a infância, não se deixou ficar e saíu da ilha onde morava rumo ao continente. Foi aqui que aprendeu piano e psicologia. E onde fez mais (do que) um séquito de amigos. Tantos que não cabiam no quarto de hospital onde não o fui visitar.
O Zé morreu ontem. Aturdida com a notícia desde o momento em que a soube, lembrei-me de uma noite de consoada que passámos. Sós, os dois. E o que nos divertimos!
Eu demoro a chorar. As minhas palavras são rudes.
Zé!
(como foste capaz...)
Zé...
O Zé morreu ontem. Aturdida com a notícia desde o momento em que a soube, lembrei-me de uma noite de consoada que passámos. Sós, os dois. E o que nos divertimos!
Eu demoro a chorar. As minhas palavras são rudes.
Zé!
(como foste capaz...)
Zé...
4 comentários:
As suas últimas quatro linhas são fortes.
Você não é rude.
Não existe Zé.
Lamento.
Anime-se.
um grande abraço, amiga.
outro...
grandes festas fizemos com o Zé e a sua cadela. Na última vez que estive com ele foi na minha casa, inventámos mil e um projectos possíveis que nunca se concretizaram, mas ficou o riso e a alegria que ele tinha.
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