13 maio 2008

Zé V.

Era do contra e era irrequieto, sedento de vida, de muita vida. Vulgarmente, designamos este tipo de pessoas por 'força da natureza'. E era mesmo. Cego desde a infância, não se deixou ficar e saíu da ilha onde morava rumo ao continente. Foi aqui que aprendeu piano e psicologia. E onde fez mais (do que) um séquito de amigos. Tantos que não cabiam no quarto de hospital onde não o fui visitar.

O morreu ontem. Aturdida com a notícia desde o momento em que a soube, lembrei-me de uma noite de consoada que passámos. Sós, os dois. E o que nos divertimos!

Eu demoro a chorar. As minhas palavras são rudes.
Zé!
(como foste capaz...)
Zé...

4 comentários:

-pirata-vermelho- disse...

As suas últimas quatro linhas são fortes.
Você não é rude.


Não existe Zé.
Lamento.


Anime-se.

8 e coisa 9 e tal disse...

um grande abraço, amiga.

sem-se-ver disse...

outro...

sete e pico disse...

grandes festas fizemos com o Zé e a sua cadela. Na última vez que estive com ele foi na minha casa, inventámos mil e um projectos possíveis que nunca se concretizaram, mas ficou o riso e a alegria que ele tinha.