Em Bogotá é possível resolver meia vida de cada vez que se pára no sinal vermelho . Pode-se comprar cds para aprender inglês, estão por todas as ruas e avenidas, parece que Bogotá em peso vai iniciar a aprendizagem do inglês, ou filmes de todos os géneros e no idioma original, sem dobragens. Vendem-se sacos de plástico para lixo, fruta para levar ou para comer já, gomas, rebuçados, cigarros a vulso, qualquer dos jornais diários, livros, desde os romances mais recentes à constituição ou ao código civil, ou livros de auto-ajuda e autoconhecimento. Pode-se também aproveitar para lavar os vidros do carro ou até o carro inteiro, pois aqui os limpiadores trabalham sozinhos ou em grupo conforme a necessidade, e desfruta-se do espectáculo que o grupo de malabaristas ginastas preparou especialmente para estes segundos da vida de um sinal vermelho.
6 comentários:
o nosso nicho de mercado: dançar o malhão nos semáforos de Bogotá.
Um dia comprei um poema num sinal vermelho. Foi ali ao cimo da Av de Roma. Um dos personagens residentes bateu-me no vidro "um poema por 1 Euro". Abri o vidro e ele estendeu-me uma folha com um poema escrito à mão "foi escrito por um amigo meu".
Não conhecia o poema e hoje é um dos meus favoritos:
No meu reino podes viver/que eu deixo-te viver/podes morrer que eu deixo-te morrer/podes sofrer e podes enlouquecer/podes-me amar/podes matar/podes morrer/e podes enlouquecer./no meu reino não há nada a fazer/amarmo-nos é que pode ser/tu não queres fazer sofrer/tu não podes/podes morrer./no meu reino é assim/tudo o que pode ser.
António Gancho, 'O Ar da Manhã'
manyfaces, a vizinhança com o Júlio de Matos dá nestas coisas.
o malhão no sinal vermelho é bonito. malabaristas ginastas também. a competição é feroz, está visto.
o malhãó é um tipo de dança?? "no meu reino é assim": só uma musica...
e para quando fotografias desses momentos kodak?
no pictures please.
Enviar um comentário