28 maio 2008

Grrrelatividade

Na semana passada visitei o American Museum of Natural History, na esperança de poder rever os esqueletos dos dinossauros que continuam a fazer as delícias dos crescidos, ao mesmo tempo que inspiram o mais profundo dos terrores às criancinhas que por eles são arrastadas por meio de ossadas fossilizadas dez vezes maiores que eles e vários milhões de anos mais antigas.

Em frente ao esqueleto completo de um T-Rex estava um homem, sózinho, de mãos entrelaçadas atrás das costas, e com um ar profundamente infeliz.
Ao seu pescoço estava pendurado um cartão que dizia 'John Doe, Ph. D.' AMNH Staff- Ask Me!', e dele depreendi que seria um cientista que, em vez de ter partido em busca de uma nova espécie enterrada há séculos no deserto de Gobi, ou similar, passava os seus dias enfiado numa sala de museu, rodeado de ossos e a sorrir a visitantes desconhecidos, na esperança de captar a sua atenção e de poder exibir todo o conhecimento acumulado ao longo de vários e árduos anos de estudo.

Reparando que tinha algo na mão, perguntei-lhe de que se tratava. 'Uma garra de T-Rex fossilizada', respondeu. 'Posso segurar?', perguntei. 'Yeah, sure!'. E enquanto virava e revirava o objecto, por meio de sorrisos apatetados e efusivos, mas respeitosamente silenciosos, 'UAUS!' ele lá me foi explicando que a garra era revestida de queratina, que caia com uma grande periodcidade para ser logo substituida por outra nova, etc, etc, etc, informação que eu ia registando, acenando com a cabeça e proferindo uns, 'is that so?', 'really?', 'oh, right!', cheios de interesse genuino.

Se ao menos 'John Doe Ph.D' soubesse a enorme alegria que me deu...

2 comentários:

D. Ester disse...

Dizia mesmo John Doe Ph.D ou é liberdade poética?

na prise és bestial disse...

e porque te deu ele uma enorme alegria?