e agora eu era o que quisesse, uma raposa, um copo, o teu cabelo. E agora eu pensava com muita força e o meu corpo era feito de vidro, transparente e grosso, e dentro de mim estava a água que tu beberias sem pensar, uma água como todas as outras, sem cheiro nem sabor nem cor. E agora eu era o teu cabelo e tu tocavas-me sem saber que cada fio era uma parte de mim, os meus dedos a minha boca as minhas costas. E agora eu pensava com muita força e transformava-me num animal furtivo e desaparecia sem rasto, na certeza de que o chão me levaria para um sítio onde o medo não podia entrar.
2 comentários:
não sei exactamente qual é a pessoa que escreve isso, mas eu gosto!
tem amor e não é lamechas
caro leo, será que importa quem é a pessoa que escreve? Se o faz sentir melhor, algumas vezes nem eu mesma sei.
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