Quem és tu às vezes, não sei se pareces ou és, às vezes és e pareces, és vidro e pareces plástico, ou então és plástico, mas atiro a pedra estrategicamente e estilhaças como o vidro. Tu em todas as ocasiões em que penso que existir definido com toda a clareza era importante. Eu olharia e eras vidro. E eras mesmo. Tu olharias para mim e eu não seria a linha e a agulha ao mesmo tempo. Seria somente uma ou outra. E seria mesmo. Mas depois percebo que nada pode ser assim. Percebo-o neste momento exacto em que sou inequivocamente a flor desprotegida e frágil a precisar que olhes e vejas uma parede de betão. E esta imprevisibilidade da vida instala-se assim de mansinho na sombra da minha timidez e surpreendentemente dá-me alento.
1 comentário:
oito, és um tigre e flor e betão.
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