Candeia que vai à frente alumia duas vezes. Imagino alguém velho, muito velho, a medir os passos, a estudar o chão e os buracos que ele tem, num caminho escuro e nocturno onde nada se vê e tudo se adivinha. Imagino alguém que avança aos solavancos. Parece que se guia pela vontade de um caminho alcatifado e inventa almofadas que protejam da queda. Por aqui não, posso escorregar e já se sabe que uma queda tem consequências imprevisíveis, um osso partido, uma nódoa negra, uma dor imprecisa que se estende até à mão que carrega a candeia e a faz despedaçar-se no chão. E sem candeia o caminho é escuro e pode não se ver declives e muralhas. E sem candeia são demais os perigos desta vida.
Irritam-me estas frases cheias de sabedoria. A vida tem de ser mais do que uma lição bem estudada.
Irritam-me estas frases cheias de sabedoria. A vida tem de ser mais do que uma lição bem estudada.
3 comentários:
Muito bem! sem prejuízo de um saber alargado. P'os intervalos... dá gozo.
intervalos de quê, pirata?
P'os intervalos do gozo de uma vida que tem que ser mais que uns saberes alinhadinhos
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