28 janeiro 2010

CandeiaAlmofadaMuralhasNocturno

Candeia que vai à frente alumia duas vezes. Imagino alguém velho, muito velho, a medir os passos, a estudar o chão e os buracos que ele tem, num caminho escuro e nocturno onde nada se vê e tudo se adivinha. Imagino alguém que avança aos solavancos. Parece que se guia pela vontade de um caminho alcatifado e inventa almofadas que protejam da queda. Por aqui não, posso escorregar e já se sabe que uma queda tem consequências imprevisíveis, um osso partido, uma nódoa negra, uma dor imprecisa que se estende até à mão que carrega a candeia e a faz despedaçar-se no chão. E sem candeia o caminho é escuro e pode não se ver declives e muralhas. E sem candeia são demais os perigos desta vida.
Irritam-me estas frases cheias de sabedoria. A vida tem de ser mais do que uma lição bem estudada.

3 comentários:

-pirata-vermelho- disse...

Muito bem! sem prejuízo de um saber alargado. P'os intervalos... dá gozo.

8 e coisa 9 e tal disse...

intervalos de quê, pirata?

-pirata-vermelho- disse...

P'os intervalos do gozo de uma vida que tem que ser mais que uns saberes alinhadinhos