Tinha vivido em várias eras, conheceu impérios pequenos e grandes em ascensao e em ruina. Um dia escreveu na sua máquina do tempo a palavra democracia. Aterrou na grécia antiga e durante o tempo que lá esteve viveu rodeada de panelas, tachos, filhos, os desejos do marido e os dos seus amos. Programou de novo a sua máquina com a mesma palavra. Foi para paris, ano de 1789, mas nunca soube o que era a liberdade, a igualdade ou a fraternidade, só as panelas, os tachos, os filhos, o homem que mandava nela e no negócio onde todos trabalhavam. Reprogramou a sua máquina com a mesma palavra e viu-se no séc XIX. Desta vez encontrou panelas, tachos, filhos, o tear da fábrica onde trabalhava 14 horas por dia e um homem que todas as noites lhe dizia que o seu corpo e a sua vontade eram sua propriedade. Conseguiu finalmente escapar e insistiu: democracia. Foi parar ao século XXI, votava de quatro em quatro anos, saía de casa para o trabalho onde ganhava menos que o seu colega e onde o chefe lhe punha a mao no rabo cada vez que se encontravam sozinhos, ia do trabalho para casa, onde estavam de novo as panelas, os tachos e o filho que o seu homem lhe fez para ter a certeza que ela o amava. Um dia, mal viu entrar pela janela a luz do sol nao hesitou e programou de novo a sua máquina: papua nova guiné. Assim que chegou, afundou a máquina no mar, despiu-se, montou um cavalo e galopou livremente. Encontrou uma casa abandonada, fez uma horta, uma laqueaçao de trompas, escreve livros atrás de livros e dorme democraticamente com quem quer, quando quer e como quer.
4 comentários:
e onde comprou ela essa máquina do tempo?
acho que foi ali para os lados da praça de espanha.
eu ouvi dizer que ainda há canibais na papua...
lol!!!
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