Uma das doenças que mais se teme é o cancro. E com razão, já que é a segunda maior causa de morte em todo o mundo, e ao contrário das demais doenças mortais a incidência nos últimos 50 anos não tem diminuido (ou seja, actualmente morrem as mesmas pessoas por cancro que em todas as décadas anteriores).
Ao ler o dn online encontro a notícia de um homem que ganhou uma causa judicial contra um médico que lhe teria feito um diagnóstico errado. Fez-lhe a ablação total da próstata para eliminar o cancro que lhe afectaria esse órgão, conforme as análises da biopsia. Ora, quem não tem próstata tem imensos problemas, entre os quais impotência e incontinência, mas entre entregar a alma ao criador e aprender a viver com isso se calhar escolhe-se a segunda.
A questão levantou-se quando o senhor, não sei porquê, começou a desconfiar que se calhar não teria o tal carcinoma, e num processo insólito em Portugal conseguiu provar que tinha razão. O médico apresentou a biopsia em causa, que era portadora da doença, mas ficou demonstrado que essa não era coerente com o ADN do senhor, e que a que lhe pertencia estava sã como um pero.
O médico foi condenado a pagar 100 mil euros ao doente, que por sua vez continuou impotente e incontinente.
Folgo muito que tenha sido possível provar o erro, e a tentativa de indemnização que nunca cobrirá os danos sofridos mas é a única aproximação possível.
No entanto, como vamos todos nós encarar os diagnósticos que nos são feitos a partir de agora?
4 comentários:
Como uma espécie de roleta russa, uma sentença proferida por uma sumidade alérgica á assunção do erro. Padres, juízes e médicos....
always ask a second opinion
"Ora, quem não tem próstata tem imensos problemas, entre os quais impotência e incontinência"
Nem todos menina
Há estatisticas para todos os gostos e feitios; as mais optimistas apontam 2-20% incontinência urinária e 50% impotência sexual. Mas já li números bem menos simpáticos que esses.
Não sou urologista, ainda menos médica. Para mim o interesse deste tema é se ter pela primeira vez responsabilizado um médico por um acto de negligência, apesar de não haver preço que cubra os danos sofridos e continuados no tempo.
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