04 maio 2007

agora é que o sol arde

Procurando nos baús das memórias revolucionárias, aqueles onde se encontram as velhas formas que serviram para o nível 1, como se dizia numa caixa de comentários aí abaixo, encontrei esta reliquia, uma canção que me acompanhou durante a minha infância, quando os meus pais procuravam, segundo as suas crenças e possibilidades, construir um mundo melhor . O nosso mundo está melhor do que antes, mas como o tempo não pára, agora somos nós quem tem a batata quente na mão, e mais tarde vão ser os nossos filhos e filhas e depois deles... a luta continua e a história também, pois um povo nunca é livre em águas mornas. O que inventaremos nós para o nível 2 das nossas vidas?

3 comentários:

Anónimo disse...

... e a batata escalda comó caraças. Em 76 a solução para uma batata mais quentinha podia ser sempre encontrada em cartilhas já pre-formatadas (de preparação instantanea): Lia-se Marx, Mao, o Avante, os discursos do Vasco e estava lá tudo. O leque de "soluções e ferramentas para problemas difíceis" era vasto, basta relembrar que até os governos entravam em greve e os PM eram ameaçados de sequestro (Pinheiro de Azevedo, até os olhos se me marejam só de pensar...). Se apesar de todas estas soluções fantásticas de problem-solving, ainda assim a angústia ou a dúvida batiam à porta, pegava-se numa bandeira e ia-se até ao Inatel berrar ao vento no 1º de Maio. A vida era simples. Comoventemente simples.
Agora ainda se pode pegar numa bandeira, sim senhora, basta passar as 10:00 em Entrecampos para ao confirmar. Quando desço a Estados Unidos e vejo as bandeiras ao longe o meu coração ainda exulta (reflexo neurológico do cérebro pre-historico, por certo): Será que a malta saiu à rua? Não,... afinal foi só o Tide que saiu à rua.
E como se não bastasse estarmos " cada um por si", agora já nem sequer Deus estará por todos... (pois parece que afinal ele nem existe - to the best of our knowledge). Morreu o Marx e o Mao e o Lenine e o Vasco e Deus... Parece que ficámos nós com a batata quente na mão.

Anónimo disse...

Ora, a eternidade nunca morre. Nem Deus, nem Marx, nem as bandeiras. Tivessem ou não razão. E essas são as faces da eternidade nas vossas vidas, parece-me! Pena tenho eu de ter chegado só uns anos mais tarde, isto é: de andar pelo berço nessa altura. Sempre senti que essa foi a coisa mais importante que eu não vivi. Mas aqui é que não há mesmo volta a dar-lhe minhas amigas. Nunca poderei dizer que vivi, que compreendo totalmente, que sinto o que em mim nunca chegou a ser memória, morta ou viva. O meu grande handicap, a minha grande lacuna. Sim, digo-o, eu, hoje, como sempre o disse, eu, uma admiradora do Estado Novo e igualmente dos ideais de Abril. Contraditório? Porquê? Há um tmepo para tudo, e outro para tudo apodrecer. É assim. E nem sempre se aceita.

sem-se-ver disse...

xiiii
há tanto tempo que não ouvia isto!!
lol