28 julho 2008

A aposta

Andava há meses angustiado. Gostava mesmo daquela mulher, mas não sabia se ela seria capaz de o satisfazer do modo que ele precisava. As coisas até corriam bem, mas faltavam aqueles detalhes que faziam toda a diferença.
Durante meses andou a pensar como abordar a questão. Leu e releu, pensou e meditou. O busto de napoleão era um número demasiado complicado para usar. Verem um filme juntos talvez arriscado. Mandar-lhe uma história não, tinha medo de a assustar. Um artigo científico, mas depois achá-lo-ia demasiado meticuloso e calculista. Não, decididamente desta vez queria fazer as coisas bem. Não sabia era como.
Um dia a oportunidade surgiu-lhe, como o acaso a favorecer os espíritos preparados.
Ela disse-lhe que lá no emprego todos tinham apostado dinheiro nas equipes do europeu de futebol. Ela tinha ido pelos italianos, que são bonitos, mas tinha ficado pela estrada com os espanhóis, por isso na final estava pelos alemães apesar de já não ir ganhar nada com o quiosque.
Ele sorriu, disse-lhe que se ela quisesse eles podiam fazer apostas caseiras. No entanto, como eram apenas eles a apostar em vez de dinheiro escolheriam géneros. Ela gostou da ideia.
Entre risinhos, abraços e beijinhos ela ia tentando escolher o que queria com a vitória da Alemanha. Acabou por se decidir por uma massagem de costas completas com pés.
Ele, que até tinha um avô que viveu em Espanha, achou que tinha a vantagem a seu favor. Quando ela lhe perguntou, e tu?
Se a Espanha ganhar quero que vistas um catsuit de latex preto, me amarres todo nú à cama, me provoques com a chibata de montar, me chames teu menino maroto que se portou mal e vai levar tau tau da fraulein, só se vem quando eu deixar.

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