"Foi neste instante que o morgado da Agra de Freimas sentiu no lado esquerdo do peito, entre a quarta e a quinta costela, um calor de ventosa, acompanhado de vibrações eléctricas, e vaporações cálidas, que lhe passaram à espinha dorsal, e daqui ao cérebro, e pouco depois a toda a cabeça, purporeando-lhe as maçãs de ambas as faces com o rubor mais virginal. (...) Duas enfermidades há aí cujos sintomas não descobrem as pessoas inexpertas; uma é o amor, outra é a ténia. Os sintomas do amor, em muitos individuos enfermos, confundem-se com os sintomas do idiotismo. É mister muito acume de vista e muita prática para discriminá-los. Passa o mesmo com a ténia, lombriga por excelência."
in A queda de um anjo, de Camilo Castelo Branco
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