O casamento por amor foi uma das grandes conquistas do século XX, disse Daniel Sampaio no lançamento do Movimento pela Igualdade e que pode ser lido na revista do Público (ou no link que deixo).
Subscrevo o que é aí expresso, letra por letra. Por vezes dedico-me a pensar o que seria se eu não pudesse dizer às pessoa que namoro com o Manel, não por ser o Manel e ser má pessoa, mas pelo simples facto de ele ser homem. Ou de como seria a reacção da minha família, dos meus amigos, dos meus companheiros de trabalho, se em vez de me encontrarem a passear na praia com o Manuel me vissem de mão dada com a Eduarda, cabelos compridos e ancas a menear ao lado das minhas.
Não tem a ver com a troça que as pessoas fazem do que se passa entre a intimidade de pessoas do mesmo sexo, o que farão ou não umas às outras nas suas partes escondidas para se darem prazer, ó valha-me nossa senhora. Tem a ver com acharem inacreditável que se possa ter uma relação séria, de convivência, de casa e pucarinho, de casamento sem poder assinar qualquer papel.
O casamento por amor foi uma conquista, também o foi a convivência sem ter de casar para os heterosexuais. Eu posso escolher ser casada ou amancebada se namorar com o Manel, mas não posso escolher se for com a Eduarda.
Dir-me-ão que o casamento é um detalhe. Ou que deixem os homosexuais assinar um papel mas chamem-lhe outra coisa que não casamento. Já agora, que lhes chamem outra coisa que não namorados. E que tal chamar-lhes outra coisa que não cidadãos?
5 comentários:
ahh grande múltipla, venham de lá esses ossos!!
É isso mesmo!
De tudos os cassamentos que eu tenho visto, o único que realmente fez sentido vai ser o meu irmão en lei com o seu atual marido.
A tua última frase diz tudo, oito.
concordo com tudo. grande texto.
clap clap clap
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