Passado uns bons minutos, nos quais tive tempo suficiente para ler e reler o meu questionário e concluir três vezes que não tenho uma vida saudável mas que gosto muito dela, a sra. massagista m. da massagem hiper-especialíssima, chamou-me e levou-me até uma sala castanha, vermelha e cor de laranja com cheirinhos a incenso. Pediu-me que me despisse toda e vestisse unicamente umas cuequinhas de papel e quando estivesse pronta pusesse um cordel na porta. E assim fiz, nua e de cuequinha de papel numa sala no meio de um centro comercial, pus o cordel na porta e corri até à marquesa da massagem.
A senhora m. chegou e começou por me explicar o ritual da sessão. Consistia numa massagem anti-stress com o intuito de aliviar as zonas mais tensas do corpo, era uma massagem unicamente de costas e a primeira parte baseava-se no varrimento das más energias. Ora aí está uma coisa que devo precisar, pensei eu. Mas o que será o varrimento? A senhora m. provavelmente habituada às caras perplexas das pessoas, explicou-me de imediato que o varrimento não se tratava de uma massagem mas sim de um exercício de relaxamento que antecedia o amassamento e que durava metade da sessão. Feitas as explicações, chegara a hora da sessão bio-energética.
Deu início à sessão de varrimento, que no fundo baseava-se apenas em palmadinhas desde a ponta do pé ao pescoço que me provocaram um ataque de riso muito difícil de conter e esconder, principalmente na parte em que a senhora m. dava chapadinhas no meu rabo que começava a ficar vermelho. Eu, que nunca fui pessoa adepta de palmadas, naquele momento só consegui pensar nas ocasiões mais ordinárias em que aquelas palmadas fariam algum sentido. Mas o varrimento continuava e eu começava a achar que isto das bio-energias não era para mim, porque de facto as ditas palmadas podiam ser relaxantes mas eu não conseguia usufruir das mesmas. O problema devia certamente ser meu.
O meu monólogo interior continuava, agora rezando para que o varrimento passasse e o bendito do amassamento chegasse. E chegou, apesar de eu por essa altura já estar a ter alguns problemas para respirar e a sentir-me bastante dorida. Diga-se de passagem que apesar de rápido, aquele foi um bom amassamento. Quando eu estava finalmente a sentir as minhas bio-energias a ficarem mais calminhas, coitadinhas, a senhora m. disse-me que se eu quisesse podia ir para a sala de relaxamento pois ela tinha uma marcação a seguir.
Sozinha, deitada na marquesa com as cuequinhas de papel e besuntada de um óleo nhaca-nhaca, a última coisa que me apetecia era voltar para a sala de relaxamento com cheiro a chá de canela. Por isso, tirei as cuequinhas de papel e vesti a minha roupa, que nunca me pareceu tão bonita, e voltei para casa.
E foi em casa, deitada na minha cama, depois de um cigarro, que concluí que o melhor amassamento para as bio-energias é sem espaço para dúvidas, o sexo (o bom sexo, entenda-se). Com ou sem varrimento, com ou sem incenso, com ou sem óleo nhaca nhaca, o sexo é bom. Não preciso de responder a questionários acusatórios da minha má vida, e é muito mais relaxante.
Pode ser que para o ano, quando celebrar mais uma Primavera, a minha amiga a. me ofereça um voucher para uma esplêndida noite de sexo.
6 comentários:
Meninas, acho que a oito está a precisar da nossa ajuda. Fazemos uma recolha de fundos para a bioenergia da nossa amiga?
que tal deixá-la serivr-se primeiro do bolo com o Dylan/fotógrafo lá dentro?
esta sessão traumatizou-te, 'tadinha.
para o ano que vem levas o voucher que pediste. com ou sem mágico.
beijos, querida oito.
e ainda te oferecemos um alguidar novinho em folha para estreares!!!
pessoal!
eu estou quase quase a fazer anos, se quiserem podem me oferecer o voucher e o alguidar também....
acho que ando muito tensa ultimamente......
tadinha
minha querida oito,
nos dias que correm, um qualquer amassamento é melhor que nenhum amassamento! mas voucher terás!
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